quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFG se completa com o pós-doutorado

As normas para o pós-doutoramento foram definidas e estão à disposição dos interessados na coordenação do PPGCS
CELMO CELENO PORTO
PAULO CÉSAR VEIGA JARDIM
O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Faculdade de Medicina da UFG incluiu no último semestre de 2012 o pós-doutorado e está recebendo projetos de pesquisa e currículos de doutores interessados em aperfeiçoar seus conhecimentos. “O nosso programa de pós-graduação é aberto a todos profissionais da área de saúde e afins. O que é essencial é que ele tenha uma linha de pesquisa relacionada à saúde, que já tenha concluído mestrado e doutorado e que tenha artigos publicados sobre o tema do doutorado”, esclarece o coordenador pela implantação do pós doutorado, Celmo Celeno Porto.

Ele diz ainda que se trata de uma atividade de características muito próprias, sem vagas limitadas, sendo um programa bastante flexível, justamente por não se tratar mais de especialização ou doutorado. “Quem procura um pós-doutorado já tem uma formação profissional profunda e domínio do método científico. É uma parcela pequena, mas bastante necessária na área de saúde”, pontua. O PPGCS tem cerca de 10 anos e conta com 40 orientadores e em torno de 300 alunos. “Desde o início nós temos o objetivo de ser exemplo para as outras instituições”, reitera.

Para o coordenador do PPGCS, Paulo César Veiga Jardim, o pós-doutorado representa a concretização de do programa de pós graduação como um todo. “Temos já mestrado, doutorado com um número muito significante de publicações em ritmo de crescimento. O pós-doutorado é como fechar um ciclo, porque complementa e deixa o programa ainda mais diferenciado”, observa. Ele conta que atualmente os orientadores e alunos estão empenhados em apresentar grandes resultados para a segunda avaliação do MEC, que será feita no início do próximo ano. O PPGCS já titulou 105 mestres e 68 doutores e conta atualmente com 477 alunos, entre mestrandos e doutorandos.

De acordo com as normas, o pós-doutorado terá a duração mínima de seis meses e máxima de 36 meses, podendo ser prorrogado por mais 24 meses. Quem estiver interessado, deve procurar a coordenação do PPCS na Faculdade de Medicina e se inscrever.


Aplicações da ressonância magnética em cardiologia

Um dos mais precisos e seguros exames cardiológicos da atualidade, a ressonância magnética não utiliza radiação e o campo magnético não oferece riscos

LEONARDO SARA, cardiologista
O exame de ressonância magnética tem várias aplicações na cardiologia. “As mais utilizadas são para a pesquisa de isquemia miocárdica (sofrimento do músculo do coração por falta de irrigação sanguínea); avaliação da morfologia das câmaras cardíacas, do músculo cardíaco (miocárdico) e das estruturas adjacentes; avaliação de doenças do músculo cardíaco em geral; sejam elas congênitas ou não, como a cardiomiopatia hipertrófica, a doença de chagas, doenças inflamatórias do coração e etc”, enumera o cardiologista Leonardo Sara da Silva, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em Tomografia e Ressonância Cardiovascular pelo InCor-FMUSP.

De acordo com ele, a ressonância do coração fornece ao cardiologista dados extremamente precisos sobre a anatomia do coração e estruturas vizinhas; a função do músculo cardíaco, tanto em repouso quanto sob efeito de medicações que simulam o exercício físico (pesquisa de isquemia miocárdica); análise de cicatriz de infartos além de informações sobre as válvulas;pericárdio e etc. “Tudo isso de maneira rápida, o exame dura em média 25 minutos, extremamente segura e sem a utilização de radiação ou contraste iodado, o contraste utilizado é o Gadolínio, com chances ainda menores de reação alérgica”, pontua.

Leonardo frisa que, além da ressonância magnética não utilizar radiação para obtenção das imagens, o campo magnético não oferece nenhum risco até os limites já testados, desde que obedecidas as normas de segurança sobre materiais ferromagnéticos. “O contraste baseado em Gadolínio também é bastante seguro. Como ocorre com qualquer medicação, há um pequeno risco de reação alérgica que, na maioria das vezes, é leve”, observa, reforçando que a ressonância é, portanto, um método extremamente seguro.

O exame de ressonância magnética, continua o médico, só é contraindicado em pacientes portadores de marcapassos, cardiodesfibriladores implantáveis (CDI), clipes cerebrais e implantes oculares e auditivos. “É importante ressaltar que pacientes com próteses ortopédicas, “stents” vasculares e válvulas biológicas ou metálicas podem realizar o exame sem nenhum risco”, contrapõe.

Uma das grandes vantagens da ressonância citadas por Leonardo é a quantidade de informações importantes fornecidas em um único exame, todas de maneira extremamente precisa. “Dados como a forma e função do músculo cardíaco, a presença de isquemia e cicatrizes de infartos são fornecidas rotineiramente e de forma segura”, reitera, acrescentando que, por isso, a ressonância é uma excelente alternativa, tanto para substituir quanto para acrescentar informações, a exames como o ecocardiograma e a cintilografia do miocárdio, sendo, portanto, um método já consagrado, com aplicações estudadas em todo o mundo.

Jornal do Dia Mundial do Coração, setembro de 2012.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Record Goiás Realiza sonho de audiência da emissora em todo país

A Record Goiás conseguiu o que a rede almeja nacionalmente: se tornar líder de audiência. Os programas jornalísticos locais têm superado, de acordo com medições do Ibope, os jornais da principal emissora concorrente. O sucesso que tem alcançado o Direto da Redação, com Manuela Queiroz, Goiás no Ar, com Alysson Lima e o insuperável Balanço Geral, apresentado por Oloares Ferreira, fez até com que a concorrência mudasse o formato de seu jornalismo para tentar sair do prejuízo. O gerente comercial da Record Goiás, Washington Braun, acredita que a conquista se deve ao fato da “emissora falar a linguagem dos goianos”. Em termos nacionais, a emissora também tem vencido várias disputas, como a transmissão exclusiva dos Jogos Olímpicos de Londres e o reality show A Fazenda, que já está em sua quinta edição, na qual registrou bons índices de audiência. Washington comemora e analisa o porque destas e outras vitórias.

Quais as ferramentas utilizadas pela Record Goiás para que ela se tornasse mais competitiva?
A Record Goiás tem uma relação com o goiano de longo tempo e costumo dizer que somos Goiás até no nome, nenhuma outra emissora fala a linguagem do goiano. Esse sucesso e nosso novo posicionamento no mercado têm a ver com a linguagem e a forma que falamos com as pessoas, a Record Goiás entende melhor o telespectador e essa sintonia se traduz em audiência. Obviamente tem muita coisa por trás, como os altos investimentos. Goiânia é uma das capitais para qual a atenção da rede está voltada em função dos resultados apresentados. Nossa programação jornalística é considerada uma das melhores e a emissora é a que produz maior tempo/hora em programas regionais, a exemplo do nosso jornal Balanço Geral, um dos principais programas locais da grade e líder de audiência, que tem a duração de duas horas e meia.

Quando será a mudança para a nova sede?
As obras da nova sede da T-9 começaram na primeira semana de setembro e no primeiro trimestre de 2013 já estaremos instalados. O investimento realizado não foi apenas em imóveis e equipamentos – que serão em alta definição –, mas principalmente em talentos. Isso já vem sendo feito e os resultados estão sendo alcançados. Temos nos posicionado cada vez mais na cidade e as pessoas estão percebendo a Record de outra maneira nos últimos dois, três anos em um ritmo frenético. Aumentamos os investimos em eventos, tanto na área de responsabilidade social, quanto esportivos, culturais e universitários.

Que avaliação o senhor faz da transmissão das Olimpíadas?
Foi um sucesso. Uma iniciativa espetacular da Record, a transmissão de forma exclusiva das Olimpíadas foi um passo importantíssimo para a emissora. Somos um país olímpico hoje. O brasileiro percebeu a importância que a Record deu ao Brasil ao transmitir um evento dessa magnitude, se antecipando às olimpíadas que acontecerão no Rio em 2016. Do ponto de vista da cobertura ela foi boa e as críticas favoráveis em todos os sentidos: telespectador e mercado publicitário. Na nossa região tivemos um grande anunciante, o Supermercado Bretas, que comprou uma cota
de participação e está satisfeito com os resultados. Sobre a audiência, os resultados foram históricos. Chegamos a fi car um dia inteiro na liderança, das 7h às 20 h. Segundo pesquisa do Ibope na grande Goiânia, no dia 11 de agosto, durante a transmissão das Olimpíadas, havia 626 mil televisores ligados na Record, das 7h às 20h. A Fazenda continua em alta, apesar de já estar na quinta edição.

Isto se deve ao fato de os confi nados serem celebridades?
Acertamos na linguagem. A Fazenda tem mostrado números interessantes de audiência e crescimento. No último episódio da fi nal, exibido dia 29 de agosto, fi camos em primeiro lugar com 12 (IA%) contra 11 (IA%) da principal concorrente na mesma faixa horária. Nesse dia o Ibope registrou 626 mil lares ligados na Record das 21h45 às 24h06. O fato dos confi nados já serem famosos, com certeza contribui bastante e o telespectador gosta disso.

Quais as estreias previstas?
Temos uma série de novidades para o segundo semestre, dentre elas o Ídolos que será apresentado por Marcos Mion e com os jurados Supla, Fafá de Belém e Marco Camargo. estreia do Programa da Tarde, A Hora do Faro, série de surpresas para o segundo semestre com a aposta de consolidarmos o ano.

O senhor falou sobre os projetos de responsabilidade social...
Nosso principal projeto nessa área é o Balanço Geral nos bairros, que já está na sua vigésima edição e por meio do qual já atendemos cerca de 250 mil pessoas. Fazemos uma vez por mês o Balanço Geral
ao vivo de um determinado bairro, prestando com apoio de instituições, diversos serviços à comunidade daquele local; atendimento médico, odontológico, jurídico e outros. Esta edição contará com a participação dos goianos, selecionados nas audições ocorridas em nossa capital, com grandes possibilidades de chegarem à final. O programa também ganhará uma versão mirim, com a apresentação de Cássio Reis, e os jurados Kelly Key, Afonso Nigro e João Gordo. A tarde da Record será abrilhantada pela , apresentado por Ana Hickmann e Brito Junior, e teremos ainda o programa diário, apresentado pelo popular Rodrigo Faro. Enfim, uma nos realiza, porque, afi nal de contas, cremos que faz parte da nossa responsabilidade social, já que nós somos uma emissora de concessão pública. A última edição foi realizada dia 25 de agosto, no Setor Cândida de Moraes, na praça da
Paz. Diferente das outras edições, essa em especial contou com a realização de um campeonato de skate e uma ação de grafi tagem. No dia conseguimos reunir cerca de cinco mil pessoas, número que aumenta a cada edição. Também promovemos o passeio ciclístico Quem Manda Bem Vai de Bike, onde conseguimos levar para as ruas de Goiânia mais de 2.500 pessoas de forma pacífica, incentivando o uso da bicicleta e foi um sucesso imenso. Este foi o primeiro de outros 10 que estamos planejando até 2013.

Como estão os números da Record em audiência?
O Balanço Geral é líder em audiência, conseguindo uma média de 11(IA%), contra 9 (IA%) da concorrência na mesma faixa horária, segundo dados do Ibope. Comemoramos porque esta liderança acontece nos programas produzidos pela Record Goiás, através do talento goiano. Nas Olimpíadas superamos a audiência em vários momentos e, no geral, estamos nos consolidando no mercado goiano e nacional.

Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012.

Maior conta do varejo de Goiás tem nova agência

Uma das maiores empresas de varejo do Brasil passa a ser atendida pela Bees Publicidade, que tem apenas três anos de existência em Goiânia. Antiga agência, a Jordão, sai elogiada pelo cliente

Equipe Bees

No final de julho, a Jordão Publicidade foi surpreendida com uma má notícia. A Novo Mundo anunciou que estava rompendo o contrato que tinha com a agência. Não era simplesmente a perda de um cliente. Significava, simplesmente, a perda da maior conta da agência – uma das maiores do setor de varejo do país –, acarretando um forte impacto que resultou na demissão de 15 funcionários, 40% dos recursos humanos da Jordão Publicidade, e na redução do espaço físico da empresa. “A Jordão é uma empresa amadurecida. Portanto, pronta para administrar a mudança da carteira de clientes. A Novo Mundo deixa a Jordão, mas fica um histórico altamente positivo de execução e informação”, contemporiza Carlos Jordão Segundo. “Somos detentores de um enorme know how quanto a comunicação de varejo e toda a sua complexidade”, considera.

O gestor de Marketing da Rede de Lojas Novo Mundo, Luiz Cláudio de Araújo, anunciou que a Jordão será substituída pela Bees no atendimento à empresa na Região Centro-Oeste e que esta troca deve-se a razões “absolutamente estratégicas”. “A Novo Mundo encontra-se numa agressiva expansão rumo ao Norte e Nordeste do país. Para tanto, foi criada em 2011 a Novo Mundo da Amazônia, com sede em São Luiz (MA), que abrange nossas operações nos Estados do Amapá, Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Tocantins, Bahia e Mato Grosso. Goiás e o Distrito Federal são de responsabilidade da Novo Mundo Móveis e Utilidades, com sede em Goiânia. Em função de mercados e realidades tão distintas, a empresa possui hoje agências em Belém, São Luís e Goiânia”, esclarece.

“Quem atenderá a Novo Mundo é a Bees, uma agência nova, criativa Mundoe que se adapta estrategicamente aos nossos planos de marketing. As campanhas da Novo Mundo seguem conforme o planejamento 2012, sem alterações, exceto o pensamento criativo que, claro, deverá mudar”, completa Luiz Cláudio. De acordo com ele, no setor de Marketing da empresa também houve a contratação de executivos de alta performance para dar suporte a esse novo momento da companhia. “O marketing da Novo Mundo, totalmente profissionalizado, segue sua missão de responsabilizar-se pela qualidade da marca e pela ampliação do volume de clientes em nossas quase 200 lojas”, afirma.

Luiz Cláudio faz questão de ressaltar o respeito ao profissionalismo, a ética e a parceria da Jordão que, durante oito anos, foi extremamente importante na construção do sucesso que a companhia colhe. “Figuras como Carlos Jordão, Carlos Jordão Segundo e a diretora de criação, Tatyana Badim, fazem parte de nossa trajetória, história e memória. Como profissional de marketing participei de vários momentos criativos e singulares nos quatro anos que dirijo o departamento na Novo Mundo. Nossas relações transcendem as questões profissionais”, pontua.

Carlos Segundo retribui a gentileza e afirma que tudo transcorreu de “forma muito tranquila e amigável”. Segundo ele, o processo foi conduzido com respeito e bom senso, tanto pela Jordão, quanto pela Novo Mundo. “Nossa maior preocupação é que a transição fosse feita de forma plena. Quando iniciamos, a Novo Mundo tinha por volta de 40 lojas, deixamos a rede com praticamente 200 lojas. Junto ao Marketing e ao Comercial da rede construímos uma posição bastante forte no varejo nacional”, avalia, frisando que a estrutura montada para atender as exigências da rede foi readequada para as necessidades dos outros clientes: Flávios, CDA, Grupo Saga, BRDU, Emisa, Farmácia Artesanal, Fraldas Kisses e Terrano.

Sobre a demissão dos 15 funcionários, Carlos salienta que grandes conquistas foram alcançadas com esta equipe e os que ficaram desejam que todos sejam recolocados rapidamente no mercado. “O que penso que será alcançado com êxito. Meus colegas sabem a qualidade e o talento existente nesta equipe”, reitera. Quanto aos que ficaram, ele envia uma mensagem de ânimo: “este é um novo momento da Jordão. E acredito que acima de tudo uma grande oportunidade. Temos uma década de atuação, uma estrutura compatível com as melhores agências de mercado”, acredita. “Perdemos um importante cliente, mas todos os dias em algum lugar do mundo uma agência ganha ou perde um cliente. Faz parte do jogo e nesse jogo sabemos muito bem como atuar”, relativiza.

Para os próximos 12 meses os planos são de crescimento de 25% e rentabilidade de 30%. “Perdemos um cliente, mas ganhamos agilidade, dinâmica. O desafio é associar a isto a nossa capacidade e transformamos em resultados. Temos que olhar para frente. E o time atual da Jordão sabe muito bem a força que tem e o que temos que fazer”, conclui Carlos Jordão Segundo.

QUEM GANHOU
A Bees Publicidade não necessitou fazer a prospecção da conta da Novo Mundo, conforme assegura o diretor de Criação da Bees-GO Flávio Filho. “Por questões estratégicas do departamento de Marketing da Novo Mundo, aliadas à avaliação positiva que o cliente tem da agência, a Bees recebeu o convite da empresa para atender a rede de lojas na região Centro-Oeste”, diz, reforçando as palavras de Luiz Cláudio.

Ele considera que a Bees, desde sua constituição, tem trabalhado com afinco na construção de sua identidade, de modo que seus esforços estão voltados para a busca de soluções criativas e inovadoras na comunicação de seus clientes, não importando o tamanho de cada um. Flávio acredita que é essa característica que tem colocado a agência em destaque no mercado goiano. “Essa trajetória tem sido acompanhada pelo marketing da Novo Mundo e assim surgiu o interesse em nos apresentar o desafio de atender a conta”, analisa.

O impacto positivo na equipe da Bees é comemorado pelo diretor de Criação: “ter toda a agência motivada e entusiasmada em atender uma conta dessa magnitude, não tem preço. A fim de atender as necessidades que a conta exige, foi necessário a contratação de uma equipe dedicada completa”, informa.

Como a Bees passa a ser oficialmente a agência da Novo Mundo a partir do dia 1º de setembro, a agência teve aí praticamente um mês para elaborar a primeira campanha, sobre a qual Flávio não revela uma vírgula, claro. “Temos o objetivo de manter o posicionamento inquieto e inovador da agência, tratando o varejo de forma envolvente, ousada e vencedora. Esse propósito está latente não só na minha cabeça, mas na de toda a equipe”, promete. “As campanhas da Novo Mundo seguem conforme o planejamento de 2012, independente das mídias já propostas pelo marketing da empresa, a Bees entra nesse momento para somar seu potencial criativo às estratégias já pré-definidas”, elabora.

Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Cir Gráfica investe em nova identidade visual

Cir Gráfica estreia no Intermídias sua nova identidade visual
A marca pode ser considerada o maior patrimônio de uma empresa, afinal, ter um posicionamento consolidado é fator chave para se manter em um mercado cada vez mais acirrado. Neste contexto, se conectar de forma clara e interativa com o consumidor faz toda a diferença, e aí está a importância da identidade visual de uma marca, independente do segmento.

Mesmo as marcas consolidadas muitas vezes precisam rejuvenescer sua comunicação visual para melhor dialogar com seu consumidor. No mercado há 13 anos a Cir Gráfica, comandada pelo casal Renata Bruna e Cirilo Júnior, começou a ser repaginada em 2012. “Sentimos a necessidade de mudança na identidade visual e também de realizar investimentos para aumentar a qualidade e produtividade e, com isso, percebemos a necessidade de nos reposicionar e de prospectar e fidelizar novos clientes”, diz Renata, comentando que, para isso, contrataram uma agência especializada em reposicionamento de marca, que foi peça fundamental no processo. “Fizemos um estudo da logo anterior juntamente com a releitura e partimos para nova criação”, informa.

Agora estão no processo de finalização do portfólio e de algumas peças gráficas para concluir o projeto, mas ambos dizem já ter sentido que a mudança gerou um reposicionamento com resultados altamente positivos, que certamente contribuirão para um relacionamento duradouro com seus clientes.

Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012.

Oncovô Propaganda volta ao mercado e debate Negócios na Internet

Curso dirigido a profissionais e demais interessados nos temas voltados à comunicação online com as novidades e tendências oferecidas pelas vias digitais para a realização de negócios estreitou o retorno da Oncovô ao mercado de comunicação goiano“

Após uma parada estratégica de um ano e meio, a Oncovô Propaganda voltou com força total ao mercado de comunicação goiano e promoveu, em parceria com o Sinapro Goiás, o curso “Negócios na Internet”, nos dias 15 e 16 de agosto. A estreia da agência contou com 28 presentes dentre empresários, profissionais, professores e estudantes de vários segmentos como publicidade, setor imobiliário, comercial, classista e acadêmico. “Mantemos o mesmo público, dentre formadores de opinião, profissionais de renome no mercado e estudantes que são futuros profissionais que assumirão novas funções no mercado de comunicação muito em breve”, avalia Inês Veiga Jardim, sócia-diretora da Oncovô.

Com um conteúdo especialmente elaborado para os profissionais e demais interessados nos temas voltados à comunicação online, novidades e tendências oferecidas pelas vias digitais para a realização de negócios, o curso contou com a ilustre presença da especialista em Marketing Digital e E-commerce Sandra Turchi. A consultora, professora e palestrante apresentou a dinâmica e as tendências dos negócios no mundo digital, destacando o e-commerce, social commerce, comportamento do consumidor online e networking. “Os participantes saíram bastante satisfeitos, pois a professora Sandra Turchi deu um “show” de informações, novidades e reflexões”, ressalta.

Segundo Inês Veiga Jardim, a Oncovô voltou ao mercado com grandes parcerias retomadas, identidade institucional repaginada, comunicação digital muito mais interativa e mais opções de cursos, sempre voltados para comunicação e marketing. “É preciso que as associações, veículos de comunicação, agências de publicidade, profissionais e estudantes invistam em informação e em cursos que nos tragam mais novidades, tendências, discernimento e qualificação. Para melhorar nosso mercado de comunicação, um dos melhores caminhos é o conhecimento”, argumenta.


Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Luciano Ribeiro agora é Cidadão Goianiense

Câmara Municipal de Goiânia confere ao diretor da Record Goiás a maior honraria da Casa
Em uma cerimônia pontuada por momentos de emoção, descontração e bom humor, o diretor executivo da Record Goiás, Luciano Ribeiro Neto recebeu, no dia 30 de agosto, o título de Cidadão Goianiense. A propositura de Luciano Pedroso (PSB) foi acatada por unanimidade pelos 35 vereadores da Câmara Municipal no mês de julho.

Presidida pelo presidente da Casa, Iram Saraiva, a sessão solene contou com a presença de diversas autoridades, profissionais ligados à imprensa goiana, familiares do homenageado, colaboradores da emissora e amigos. Durante a homenagem foi exibido um vídeo sobre o maior projeto social da emissora, o Balanço Geral nos Bairros, que em 19 edições já levou os mais diversos serviços a cerca de 200 mil pessoas.

Ao agradecer a iniciativa de outorga do título, Luciano Neto observou que ser cidadão é respeitar as decisões da sociedade e delas participar para melhorar a própria vida e a de outras pessoas. Ressaltou também que ao longo de sua carreira recebeu várias honrarias e títulos.

“Mas este é o mais importante e merecerá lugar de honra em meu currículo, por representar o ponto mais alto do exercício de minha cidadania nesta capital que tão bem me acolheu”, disse.
O homenageado registrou ainda que nada teria conseguido em sua carreira se não fosse o apoio sincero que sempre recebeu de seus colaboradores. Ao dirigir-se à sua esposa, Andrea Ribeiro, Luciano Neto usou palavras que emocionaram os presentes. “Não consigo me imaginar sem você ao meu lado. Não consigo me ver com este título se não fosse sua contribuição ao meu, ao nosso sucesso”, declarou-se.

Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012

Aplicação efetiva das ferramentas publicitárias

A Ícone Comunicação e Marketing foi criada pelo casal Anselmo Donizete e Dora Saraiva com o nome de Estilo Assessoria e tinha como função auxiliar agências de marketing promocional de São Paulo no Centro-Oeste. Com o passar do tempo, o crescimento natural da empresa e do filho, Thiago Saraiva de Souza, que quis dar continuidade ao trabalho dos pais e graduou-se em Publicidade e Propaganda, decidiram expandir a atuação e desenvolver também ações próprias. Esta mudança começou pelo nome, e os resultados podem ser conferidos em diversas campanhas bem sucedidas. Quem conta parte desta história é Thiago.


Como foi o início da Ícone?
A agência começou com meus pais, Anselmo Donizete e Dora Saraiva, e se chamava Estilo Assessoria e Marketing Promocional. Trabalhávamos apenas como coligada de agências de marketing promocional, na positivação de ações nacionais. Com o tempo e o crescimento do mercado, a necessidade de exercer o planejamento e criação específicos para Goiânia provocou as mudanças na agência. Há dois anos o perfil mudou e surgiu a Ícone. Utilizamos a experiência de execução da Estilo e somamos o planejamento e criação, que eram duas áreas com as quais ainda não havíamos trabalhado. Hoje meus pais continuam na área de execução, transferindo toda a experiência de 10 anos na positivação de ações, como coligada para as ações da Ícone. Nesse processo, ainda no ano passado, somamos à equipe o professor Roberto Jimenes, ex-coordenador de Publicidade e Propaganda da Alfa e meu professor. Hoje, ele também atua além da agência, como coordenador de pós-graduação na Alfa e leciona no Ipog. A experiência acadêmica e profissional dele em comunicação e em marketing é fundamental para a agência, sendo que ele é nosso diretor de planejamento. Todas as mudanças definiram um modelo de negócio bastante aceito e que nos dá resultados. O que nos deixa mais contentes é ter o cliente satisfeito com o nosso.

Como são desenvolvidas as ações da empresa?
Nosso posicionamento foge do convencional. Trabalhamos com comunicação e marketing de forma diferenciada e exclusiva para cada cliente. Nosso foco é, literalmente, promover vendas, e isso não abarca apenas o comércio de produtos. Vendemos o produto/serviço, comercializamos conceitos, marcas, ideais e filosofias organizacionais para os mais diferentes públicos da empresa, indo do colaborador até o público final. Usamos de uma fórmula específica para termos a mensuração prévia dos resultados gerados por meio das ações que desenvolvemos. Digo “ações” e não “campanhas”, pois fazemos planejamentos voltados para o comercial, e ele quer ação e resultado. Somos “Comunicação e Marketing”, pois utilizamos as ferramentas das duas áreas para atingir os objetivos do cliente. A venda vai além do produto, ela está presente em toda a empresa, do seu colaborador até o seu cliente. Umas dessas ferramentas, e que é nossa essência, é o marketing promocional. Atribuímos a essa especialidade a responsabilidade do nosso conceito. Em Goiânia vemos muitas ações e eventos isolados. Também desenvolvemos esses tipos de ações e eventos, mas não como foco. Procuramos mostrar ao cliente que ações continuadas, com temática, bom planejamento, e otimização do orçamento tendem a ter melhores resultados, e o mesmo cabe aos eventos. Nossos clientes do setor imobiliário têm acreditado nessa fórmula e hoje colhemos ótimos resultados.

O mercado de marketing promocional em Goiânia tem se expandido?
O mercado para o marketing promocional em Goiânia vem crescendo bastante, bem como em todo o país, e ainda tem muito a crescer. Temos ótimas agências em Goiânia e no Centro-Oeste como um todo, mas hoje o cliente, ao meu ver, ainda não consegue distinguir publicidade e propaganda de marketing promocional. As duas ferramentas de comunicação ainda estão bastante próximas. Entendo que publicidade e propaganda e marketing promocional se completam, mas cada um específica na sua área. O marketing promocional é específico. Faço o seguinte comparativo: a publicidade e propaganda desenvolve o conceitual, sendo responsável pela imagem do que é dito. Nós, do marketing promocional, nos responsabilizamos pelas mecânicas, o “como será dito” e transmitida a mensagem pelas mídias não convencionais. Pensamos o mesmo objetivo de formas diferentes. Temos um contato maior com o cliente da empresa. Nós estamos em campo. A parceria de agências de publicidade e propaganda com agências de marketing promocional soma para ambas, temos grandes exemplos e cases pelo Brasil em que promocional e publicidade se completam. Vejo que o marketing promocional goiano será um dos melhores do país.

O que não pode faltar no marketing promocional?

Hoje prezamos o diferencial. Parece apenas mais um clichê, mas é a verdade. O mercado usou muitos recursos de divulgação e promoção que acabaram se tornando repetitivos. Nós sempre buscamos novas maneiras e ferramentas, para realmente fazer com que esse diferencial deixe de ser apenas um clichê. Estamos passando por um processo de buscar e agregar a tecnologia a nossas ações, mas a nossa principal diferenciação continua sendo no planejamento. Não adianta querer inovar, construir uma ação numerosa, se não tivermos um planejamento voltado para o resultado. Simplesmente fazer barulho e gerar cadastro já não é mais suficiente.

Como é a equipe da Ícone?

A equipe da Ícone é constituída de execução, produção, criação e planejamento num total de oito pessoas. Temos uma estrutura de pequeno porte. Nossa criação (arte e redação) é bastante alinhada com a produção e as duas áreas trabalham em conjunto na escolha dos melhores materiais para garantir a melhor apresentação das peças nas ações. O planejamento também é dividido em dois. O Roberto trabalha com planejamento de marketing da ação, planejamento comercial, desenvolvimento, levantamento de dados, sabendo a meta e resultados. Fico responsável pela agência e planejamento das mecânicas promocionais.

Quais os princípios norteadores do trabalho da empresa?
Somos voltados para o resultado, o que o cliente quer. Procuramos administrar o maior número de variáveis para garantir o sucesso das ações, levantamos todos os dados possíveis, trabalhamos com metas claras e sabemos nossos limites, não propomos aquilo que não temos certeza de cumprir. Não arriscamos. Quando apresentamos nossos projetos a nossos clientes temos uma prévia calculada de qual será o resultado das ações desenvolvidas. Mas sempre trabalhando com o objetivo de superação. Quem estabelece esse objetivo é o cliente. Quando temos uma reunião de proposta, é ele, que conhece o negócio, que dita as possibilidades e os números que quer atingir, daí trabalhamos dentro dessa perspectiva. Colocamos em evidência o tempo que gastaremos, o orçamento, o motivo pelo o qual o cliente pode confiar no trabalho. Portanto, os dois princípios da Ícone são o foco no resultado e a participação do cliente nas metas para a agência.

Vocês trabalham com mídias digitais?
Estamos começando a implantar o digital na agência, mas não queremos trabalhar essa área como serviço, mas como ferramenta. É importante a integração com o digital por vários fatores. Desenvolver ações integradas ao digital é envolver o cliente ainda mais. Estamos na fase de planejamento dessa área, que necessita de conhecimento bastante específico, mas nosso interesse é grande.

O senhor disse que cresceu dentro da agência, como foi esse processo? Seus pais o apoiaram em sua carreira?
Meus pais trabalham com marketing promocional há muitos anos. Quando eu disse que gostaria de seguir esta carreira eles não gostaram muito. A assessoria em marketing promocional era forte em Goiás. Na época da Estilo, nós atendíamos Goiânia, Brasília, Campo Grande. Tínhamos muitas ações, porque existiam poucas agências. O mercado de assessoria de marketing promocional hoje diminuiu bastante. Na época, tínhamos ações de todos os tipos, uma série de produtos de grandes marcas e importantes empresas. Quando decidi fazer Publicidade e Propaganda foi com o intuito de cuidar da agência. Foi na época que a assessoria começou a declinar fortemente, mais ou menos em 2006. O mercado foi ficando fraco. O número de ações caiu bastante e chegamos a cogitar em fechar a agência, pois o volume de trabalho já não compensava. A formação dos meus pais foi prática. O curso contribuiu bastante para a agência ter focado no marketing voltado para comunicação e me ajudou a definir a agência e administrá-la melhor. Ao longo do curso, tive grandes professores e mestres que hoje são nossos parceiros e até clientes. Sou grato a todos eles.

Revista Marketing em Goiás, setembro de 2012.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cirurgia é eficaz no tratamento do aneurisma da aorta abdominal

Podendo ficar assintomático por muito tempo, um aneurisma de aorta abdominal provocará dor intensa, vômitos, náuseas, confusão mental e até levar à morte em caso de rompimento

Quando se fala em aneurisma, o mais comum é pensar que é um problema que atinge apenas o cérebro. Mas não, esta  doença pode se desenvolver em qualquer parte de um vaso sanguíneo, sendo os mais comuns os aneurismas cerebrais e os aneurismas de aorta abdominal e este último é o tema abordado por esta matéria. “Trata-se de um enfraquecimento seguido de dilatação da parede da artéria aorta em seu trajeto intra-abdominal (dentro do abdome). Tem gravidade extrema, com tendência a aumentar de tamanho com o passar do tempo”, alerta o cardiologista Plauto José Gouvêa.

Embora ainda não tenha causas bem definidas pela medicina, o cardiologista diz que as pessoas com maior risco de desenvolver aneurisma são os diabéticos, hipertensos, fumantes, portadores de níveis elevados de colesterol, obesos, portadores de doenças em outras artérias do corpo, idosos e aquelas que têm casos de aneurismas em parentes próximos.

O cardiologista diz que o diagnóstico pode ocorrer em um exame médico de rotina. “O médico pode perceber o aneurisma ao palpar ou auscultar a região abdominal, e também na palpação dos pulsos no abdome e membros inferiores”, destaca, complementando que os exames mais utilizados para confirmar o diagnóstico são ultrassom abdominal, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética.

Segundo ele, os aneurismas se desenvolvem por muito tempo de forma lenta e sem sintomas. “Quando esses aparecem, podem ser dor na região abdominal e sensação de pulsações nessa região”, afirma, acrescentando que, nos casos de complicações, podem surgir dor intensa e persistente, náuseas e vômitos, suor frio, confusão mental, perda de consciência, palpitações, queda acentuada da pressão arterial e pode levar à morte.

Plauto Gouvêa informa que o tratamento dependerá de vários fatores. Em aneurismas menores e que estejam evoluindo lentamente, o tratamento pode ser clínico, com acompanhamento regular por meio de exames para monitorar o seu crescimento. “Nesse caso é necessário controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose, bem como abandono total do tabagismo e da ingestão de bebidas alcoólicas”, frisa. Em aneurismas maiores (geralmente com diâmetro acima de 5 centímetros) ou que estejam crescendo rapidamente, indica-se o tratamento cirúrgico. “Há duas formas de cirurgia mais indicadas: cirurgia aberta, com um grande corte no abdome, onde o segmento doente da artéria é substituído por um novo segmento de material sintético, como o Dacron, por exemplo; e implante de um stent, através de prótese introduzida pela artéria femoral, sem corte no abdome. Esta última técnica dificilmente é utilizada em casos complicados por ruptura e sangramento do aneurisma”, relata.

De acordo com o médico, a complicação mais temida é a ruptura do aneurisma, com sangramento grave e risco iminente de morte. Mas podem ocorrer outras complicações, como embolia para outras artérias (dos rins e membros inferiores), choque por queda da pressão arterial, insuficiência renal, ataque cardíaco e derrame cerebral. “A cirurgia tem êxito em grande parte dos casos, desde que não seja realizada por complicação grave, como ruptura do aneurisma”, conclui.

O amor como base de tudo

A SBOT-GO parabeniza a todos os pais por seu dia, e deseja que eles não se cansem nunca de protegerem seus filhos

SAMUEL DINIZ com os filhos. Da esquerda para a direita: Samuel, Miguel, Pedro e Lucas  


O ortopedista Samuel Diniz Filho, se casou em 2002, tem quatro filhos, Samuel, de cinco anos e os trigêmeos, Miguel, Pedro e Lucas com 1 ano e 7 meses. E tem um instinto paternal tão aguçado, que o fez adotar uma sobrinha, Marcella, de 19 anos, que considera  sua filha também.

Para Samuel, a paternidade é de tamanha relevância que ele se desdobra para passar o maior tempo possível com suas crianças. “Eu e a Maria Cristina dificilmente abrimos mão da presença de todos os filhos em tudo o que fazemos: todas as viagens, idas ao clube, saídas à noite”, declara. “Para se ter uma ideia, vou a um congresso agora em setembro e iremos todos. Acho que a presença física é fundamental para um bom convívio com os filhos. Eles precisam saber e sentir que quando precisar dos pais, nós estaremos ali para ouvi-los e ajudá-los, pois, se os pais não fizerem isso, alguém na rua fará”, aconselha.

E os filhos retribuem o carinho, demonstrando apego ao pai. “Quando saio para trabalhar todos os dias, a mãe tem que levá-los até a garagem para que eles me vejam saindo, aí é uma choradeira só”, conta.

O ortopedista afirma que os princípios que norteiam a educação de seus filhos são os mesmos deixados por seu pai, Samuel Diniz, falecido há 15 anos: honestidade, responsabilidade e caráter. “Foi a melhor herança que ele poderia ter deixado para mim, e espero ter a mesma competência na criação dos meus filhos, podendo fazer deles homens de verdade, independentemente do caminho em que eles trilharão no futuro”, pontua.

Samuel assegura que não tem nenhuma expectativa sobre as profissões que os filhos escolherão e que não irá influenciá-los a seguir a carreira de medicina. No entanto, sua sobrinha está fazendo cursinho para prestar vestibular para medicina. “Mas não por minha influência, isso vem desde criança”, garante.

Segundo ele, sua relação com a prole é de amizade acima de tudo e espera assim continuar. “Procuro conversar, explicar e mostrar o caminho correto. Tentar fazer ser entendido, não pela violência, mas pela confiança e pelo companheirismo”, conclui.

Revista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, setembro de 2012.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ciência e descontração na 7ª Jotrahc

Jornada teve saldo positivo ao contar com a apresentação de 16 trabalhos e reunir especialistas e familiares dos ortopedistas



Em um clima familiar e de intensa confraternização foi realizada, de 31 de agosto a 2 de setembro,  na Pousada dos Pireneus, a 7ª Jornada de Ortopedia e Traumatologia (Jotrahc) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Presidida por Ricardo Pereira da Silva, a jornada reuniu mais de 100 especialistas, que estiveram acompanhados de seus familiares. “A Jotrahc, que tem sido realizada desde o nascimento da Asotrahc em 1996, criada pelos colegas Edegmar Nunes Costa e Sandro Reginaldo, com proporções cada vez maiores assumindo assim o papel de um dos eventos mais importantes dentro do calendário científico de nossa regional, e nós pudemos constatar isto. Esta edição superou todas as nossas expectativas, tanto no número de participantes, quanto na programação científica e social”, afirma Ricardo.

Na parte científica, o presidente do evento destaca a participação de Emigdyo José Leomil de Paula, cirurgião da mão e microcirurgia, e de Marcos Vinícius Malheiros Luzo, cirurgião de joelho, ambos de São Paulo e de grande expressão na ortopedia nacional, e a apresentação de 16 trabalhos científicos, o que comprovou o interesse dos mais diversos serviços de ortopedia no Estado.

A programação social foi composta de um coquetel de abertura no dia 31 de agosto, o II Torneio Jotrahc Open de Tênis e um jantar de confraternização, ocorrido no dia 1º, sábado, quando foi realizada uma homenagem aos professores Edegmar Nunes Costa e Adolfo Watanabe Kasuo, que acabam de se aposentar do Departamento de Ortopedia da FM/ UFG. Na ocasião, foi apresentando um vídeo com imagens das trajetórias dos dois e com depoimentos de pessoas ligadas ao departamento. “Foi um momento bastante emocionante, que mostrou a história que construíram dentro da ortopedia”, frisa Ricardo.

“Gostaria de agradecer a Deus, que nos permitiu fazer esse evento maravilhoso, queria agradecer aos laboratórios, que nos patrocinaram, à SBOT-GO, na pessoa de Paulo Silva, à chefia do Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, da UFG, na pessoa de Válney Luiz da Rocha, que nos permitiu realizar mais esta edição da jornada, e à Evento All, que nos auxiliou a organizar com esmero este evento”, conclui o médico.

Temas livres premiados

Tema Oral
Primeiro lugar: Aplicação do Retalho Livre Anterolateral da Coxa para Reconstrução de Membros               Superiores com Lesões Complexas/ Autores: Ricardo Pereira da Silva e Mário Kuwae
Segundo lugar: Retalho Kite no Tratamento das Lesões do Polegar/ Autores: Sérgio José de Lima, Ricardo Pereira Domingo da Costa, Oliveira; E., Antunes, T.C., Gonçalves, F.P., Braga, D.A.P., Tessari, A.C., Filho,A.A.M., Campos,R.R., Neto,A.S., Campos,E.T.

Pôster
Primeiro lugar: Utilização dos Retalhos de Perfurante para Cobertura Cutânea da Face Anterior da Perna/ Autores: Ricardo Pereira da Silva e Mário Kuwae
Segundo lugar: Utilização de Retalho Baseado em Perfurantes na Cobertura de Perdas Cutâneas do Tornozelo/ Autores: Mário Kuwae, Enilton Santana, Fabiano Inácio de Souza e Ricardo Pereira da Silva


II Torneio Jotrahc Open de Tênis

Primeiro lugar: Marcelo Torres e Murilo Daher
Segundo lugar: Alexandre Quirino (MG) e Flávio Kuroki



Revista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Goiás, setembro de 2012.


Dissecção ortopédica em cadáver

Evento realizado em Brasília reuniu especialistas de diversos Estados brasileiros e promoveu treinamento das principais vias de acesso para o tratamento das fraturas de acetábulo

No dia 18 de agosto foi realizado o I Curso de Dissecção Ortopédica em Cadáver de Brasília, na Faculdade de Medicina do Planalto Central (FAMEPLAC). O curso contou com a presença de 24 médicos participantes, dentre eles colegas especialista de outras regionais, como Flávio Barbi (SP), Carlos Giroto (SP) e Anderson Oliveira (SP), Sandro Sloboda (PR), Giovanni Barro (PA), Fábio Nishimori (SC), Ronaldo Silva (CE).

Organizado pelos ortopedistas Anderson Freitas e Patrick Godinho (membros da Sociedade Brasileira de Quadril), o curso hands-on teve como objetivo promover treinamento nas principais vias de acesso para o tratamento das fraturas do acetábulo. Anderson destaca a participação efetiva de colegas de Goiás e Distrito Federal na função de instrutores: Paulo Silva (presidente da SBOT-GO), Dennison Moreira (GO), Juliano Campionni (GO), Leandro Silva (GO), George Neri (DF), Fernado Ono (DF), Gustavo Ávila (DF) e Diogo Rannier (DF). Ele agradece ainda à participação dos cirurgiões vasculares Mônica Meireles Costa (UFG) e Felipe Coelho (HFA). “Eles colaboraram demonstrando técnica de manejo vascular e suturas vasculares no acesso ilioinguinal, fato este que acrescentou um diferencial ímpar ao curso”, afirma.

O especialista Flávio Barbi Filho, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hopsital São Francisco, de Ribeirão Preto, demonstra grande satisfação com o curso. “A oportunidade de treinar técnica cirúrgica em cadáveres gera uma grande expectativa em cirurgiões que, como eu, trabalham em instituições não ligadas a faculdades de medicina”, pontua. “Porém, o modo de conduzir o curso, proposto e excelentemente executado pela organização, superou qualquer expectativa prévia. Na parte prática observamos cirurgiões experientes, como o Dr. Paulo Silva, realizar a via de acesso anteriormente abordado na aula teórica e aí pudemos ter o privilégio de reproduzir o acesso em detalhes, sob observação do mesmo instrutor.  Sinto-me mais seguro para executar as técnicas treinadas”, assegura.

Ronaldo Silva de Oliveira, preceptor da residência em Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal do Ceará, e presidente da SBOT-CE, considera que uma importante novidade foi a interação com cirurgiões vasculares, já que os orientou sobre a melhor forma de atuar em caso de lesão vascular, uma das complicações mais temidas pelos cirurgiões ortopédicos. “Este tipo de curso permite ao cirurgião adquirir, a partir de um treinamento adequado, habilidades técnicas bem como segurança na execução de procedimentos de complexidade como a osteossíntese de fraturas de acetábulo. A meu ver, a realização de procedimentos em cadáveres, não somente é factível, como representa um método de grande importância, que pode ser aplicado no treinamento e/ou aperfeiçoamento de cirurgiões”, avalia.

Assim, Anderson comenta ter ficado plenamente satisfeito com o evento, que reafirmou o objetivo da SBOT-DF em promover o desenvolvimento da especialidade e o ensino continuado. “Tentaremos manter este curso em nosso calendário anual”, destaca.



Revista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Goiás, setembro de 2012.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Uso correto do computador e vídeo game por crianças e adolescentes

Por Ana Paula Vecchi | Doutora em Ciências médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP) e Reumatologista Pediatra pela FM/USP. Reumatologista Pediatra do Hospital da Criança e do Hospital Materno Infantil

Os computadores estão presentes atualmente na maioria das escolas de classes média e alta e inclusive nas salas de aula das redes públicas estadual e municipal de algumas cidades brasileiras. Não só os computadores, como os vídeo games, incluindo os de bolso, são uma realidade na casa da maioria das pessoas. Impossível, hoje, uma criança crescer sem o uso dessa tecnologia. Sem dúvida, o mundo digital traz uma série de vantagens, como exercitar a investigação da criança, estimulando o gosto pela pesquisa e ajudando o seu desenvovimento intelectual no que se refere às dimensões psicomotoras, cognitiva e afetivas (BARROS, C. M, 1999). Porém o seu uso excessivo pode ser prejudicial? Pacientes adultos, que trabalham com o computador, principalmente na digitação, desenvolvem, com uma certa frequência, tenossinovite, uma espécie de inflamação dos tendões das mãos. Mas, e as crianças, também estão sujeitas ao desenvolvimento dessas lesões?

As crianças e os adolescentes deveriam permanecer no máximo duas horas ao dia em frente aos computadores e vídeo games, lembrando que a pausa de 10 minutos a cada hora de uso é fundamental. E em caso de dores e lesões músculo-esqueléticas, estes devem ser prontamente retirados. É preciso saber que existe uma grande diferença entre dor e lesão. Muitas vezes crianças e adultos podem apresentar dores sem significado de dano físico, que portanto não traduzem doença, processo inflamatório, ou lesão. A dor músculoesquelética é multifatorial, ou seja, vários são os fatores que corroboram para o seu surgimento, como sedentarismo, postura inadequada frente aos computadores, obesidade e fatores emocionais. O uso de computadores e videogames está bastante associada a dores músculoesqueléticas, mas nem sempre associado a lesão propriamente dita.

Um dos primeiros estudos que avaliaram os efeitos do uso de computadores em crianças e adolescentes, publicado em 1997 por TAZAWA, demonstrou que estes pacientes apresentaram dores recorrentes, fadiga importante e hipertonia do músculo trapézio, principalmente no lado contra-lateral da mão dominante. O uso do computador foi de 1 a 4 horas/dia (média de 1,6 horas/dia). Os sinais e sintomas regrediram com a retirada dos computadores.

Um grande estudo nacional desenvolvido pela Faculdade de Medicina da USP (ZAPATA, 2006) avaliou 791 crianças e adolescentes, entre 10 e 18 anos, quanto ao uso de computadores e vídeo games. O computador foi utilizado por 99% dos alunos, 58% utilizaram vídeos game e 30% minigame/gameboy. Todos tinham posturas inadequadas frente aos computadores, com possibilidade de dores e síndromes músculoesqueléticas.

Quase a metade dessas crianças (40%) queixavam-se de dores musculoesqueléticas, 23% a localizavam na coluna, 9% nos membros superiores e 4 % no corpo todo. Apesar disto, após a análise estatística, essas dores não puderam ser atribuídas ao uso do computador. Sabemos que quanto maior o tempo em frente a TV ou utilizando o computador, maior a probabilidade do aparecimento de dores no corpo: na coluna, nos braços, pernas e até na cabeça. Existe uma maior frequência de dores nos pacientes do sexo feminino e nas crianças mais velhas. Nas crianças menores a dor tende a ser generalizada, enquanto que nos pré-adolescentes e adolescentes tendem a ser nas mãos, região cervical e lombar. Vale ressaltar que, quanto mais ativa é a criança, quanto mais frequente é a prática esportiva, menor é a frequência de dores.

Os jogos virtuais que simulam os movimentos reais seriam mais indicados, porque reduziriam o fator sedentarismo, também associado a dor. O uso de games de mão poderiam estar mais relacionados a dor das mãos, sobretudo dos polegares. O computador de mesa parece estar menos relacionado a dor que o notebook, talvez por proporcionar uma melhor ergonomia, postura frente ao manuseio do computador.

Devemos nos lembrar de outros problemas que podem surgir com o uso excessivo dos computadores e vídeo games por crianças e adolescentes como diminuição da atividade física e prática de esportes, obesidade, dor torácica, dor abdominal, fadiga, anorexia, ansiedade, cefaleia e comportamentos agressivos. Vale dizer que a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) tão comum nos adultos que trabalham horas no computador, não foi identificada em crianças, talvez porque a criança utiliza o computador e o game como diversão e por menor tempo que o adulto.

Prevenção e tratamento
A maior parte destas lesões tem cura e são reversíveis.  Orientamos o repouso com retirada ou redução à exposição do fator desencadeante, com utilização da ergonomia adequada e prescrevemos analgésicos. Mas a grande questão é a prevenção das lesões, particularmente no adolescente em regime de trabalho, é a utilização da ergonomia adequada com flexibilidade corporal (exercícios de alongamento e relaxamento dos braços, punhos, mãos e coluna) em média 10 minutos por hora e postura correta em frente aos computadores.

A posição correta de digitação é aquela em que a altura do teclado coincide com a altura do cotovelo. Os punhos devem ficar retos e apoiados anteriormente ao teclado do computador, podendo ser utilizados apoios especiais de borracha para evitar a flexão dos punhos. Os dedos devem estar ligeiramente dobrados e digitar levemente sobre o teclado. O tronco deve estar apoiado em encosto da cadeira com pés apoiados no chão. O monitor do vídeo não deve ficar inclinado mais que 20 graus e em uma altura em que a borda superior da tela esteja na mesma altura dos olhos e na distância de 30 cm. O monitor não deve ser colocado em frente à janela, evitando reflexões na tela e o mouse deve ser movimentado sempre perto do corpo.

Os exercícios de alongamento e relaxamento podem ser feitos em casa e no ambiente de trabalho. Para exercitar os ombros, faça movimentos circulares para a frente e para trás. Para os punhos, com os braços relaxados e junto ao corpo, mexa as mãos abertas em movimentos circulares nos dois sentidos. Para os antebraços, apoie o antebraço sobre a mesa e mantenha a mão levantada por quinze segundos. Para as mãos, com o antebraço e repouso sobre a mesa, toque a ponta de cada um dos dedos com a extremidade do polegar. Para as crianças é importante observar a ergonomia, o tempo de uso dos eletrônicos e o estímulo a prática de atividades físicas.

Bibliografia utilizada:

1.    Dor, síndromes e lesões músculo-esqueléticas em adolescentes e sua relação com computador e videogame. ALZ Castellanos - 2004 - teses.usp.br
2.    Dores e lesões músculo-esqueléticas associadas a computadores e vídeo games em crianças e adolescentes. CAA da Silva - Pediatria (São Paulo), 1999 - pediatriasaopaulo.usp.br
3.    Musculoskeletal pain in obese adolescentes. Suely Nóbrega Jannini,1 Ulysses Dória-Filho,2 Durval Damiani,3Clovis Artur Almeida Silva4. J Pediatr (Rio J). 2011;87(4):329-335
4.    Silva CA, Zapatta AL, Moares AJ, Doria-Filho U, Leone C. Utilização do computador e de jogos eletrônicos e avaliação da ergonomia com uso do computador em adolescentes de uma escola privada na cidade de São Paulo. Rev Paul Pediatr. 2006;24:104-10.
5.    Zapata AL, Moraes AJ, Leone C, Doria-Filho U, Silva CA. Pain an musculoskeletal pain syndromes in adolescents. J Adolesc Health. 2006;38:769-71.
6.    Zapata AL, Moares AJ, Leone C, Doria-Filho U, Silva CA. Pain and musculoskeletal pain syndromes related to computer and video game use in adolescents. Eur J Pediatr. 2006;165:408-14.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Evento discute urgência e emergência em otorrinolaringologia pediátrica

 Temas do dia-a- dia as urgências dos pronto-socorros serão abordados durante o curso no Hotel San Marino 

Nos dias 19 e 20 de outubro a Sociedade Goiana de Pediatria realiza o Curso de Urgência e Emergência em Otorrinolaringologia Pediátrica no Hotel San Marino. “O objetivo do curso é a integração entre otorrinolaringologistas e pediatras, promovendo a troca de experiências entre os profissionais das duas especialidades”, afirma o coordenador  científico do curso, o otorrinolaringologista Eduarley Max Santos da Silva Belle, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial, fellow do grupo de Otoneurologia da disciplina de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da FM/USP,  Habilitado em TRT - Tinnitus Retraining Therapy (Terapia de Habituação do Zumbido) pela Jastreboff Hearing Disorders Foundation.

Ele explica que, embora o evento seja voltado para pediatras, são aguardados também especialistas em otorrinolaringologia, já que os palestrantes são desta área de atuação da medicina. Além da exposição teórica rotineira, o evento terá um espaço para discussões, no qual os especialistas poderão tirar suas dúvidas em um clima informal e amistoso, diz Eduarley, acrescentando que, ao definir a programação científica, houve a preocupação em escolher temas que atendam tanto aos pediatras de consultório quanto àqueles que labutam nos pronto-socorros.

“Temas com os quais nos defrontamos diariamente na nossa prática, como otite média aguda e suas complicações, corpos estranhos, epistaxe, urgência e emergência em via aérea pediátrica e complicações das rinossinusites serão abordados por profissionais experientes”, informa o médico. “Diante de situações tão rotineiras, o importante é saber identificá-las, tratá-las corretamente com rapidez e resolutividade, minimizando as complicações”, completa.

Eduarley observa que este é o primeiro encontro que aborda esta temática em Goiânia e que ele representa uma oportunidade para a padronização de condutas. “Assim, otorrinolaringologistas e pediatras poderão olhar para uma única direção, sempre em prol do nosso pequeno paciente”, afirma.

O evento pretende promover também o congraçamento entre pediatras e otorrinolaringologistas e, para isto, a programação social conta com um coquetel de abertura na sexta-feira à noite e coffee-break no sábado pela manhã. “Contamos com a participação ativa de todos, fazendo perguntas, tirando suas dúvidas. Só assim teremos êxito e atingiremos as metas propostas, abrilhantando nosso evento, e tendo como destaque a troca de informações e o conhecimento científico, tudo num clima de descontração e amizade”, convida. 

O risco do uso indiscriminado dos anti-inflamatório

 Desde a exigência da receita médica para a aquisição de antibióticos, os anti-inflamatórios têm sido cada vez mais consumidos, muitas vezes até sob a orientação de um especialista, que pode estar equivocado

Os anti-inflamatórios, por serem comprados sem receita médica e considerados mais leves que os antibióticos, têm sido cada vez mais adquiridos para tratar diversos males. E, de acordo com a reumatologista pediatra Ana Paula Vecchi, doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o mau hábito está se estendendo também aos cuidados (ou falta de) com as crianças. “Nos últimos tempos temos observado o uso frequente de anti-inflamatórios em crianças cada vez menores, muitas delas com menos de um ano, para controle da febre, porque os pais entendem que se trata de um simples antitérmico ou analgésico. E o que nos tem chamado a atenção é que, muitas vezes, foi prescrito pelo próprio pediatra”, critica a médica. “Gostaríamos de lembrar que existem alguns anti-inflamatórios que não estão liberados para a faixa etária pediátrica. São liberados pelo FDA o Naproxeno, AAS, Ibuprofeno e Indometacina e pela Anvisa além dos quatro o Cetoprofeno”, assinala.

Ana Paula diz que a maior preocupação é com o uso indiscriminado, com a banalização dos efeitos colaterais, ou como substituto do antitérmico, visto que ele pode mascarar os sintomas iniciais de uma doença mais séria, como a Síndrome de Kawasaki. “Já tivemos, por diversas vezes, pacientes com AIJ em uso crônico de Naproxeno e que receberam no pronto socorro uma receita de Ibuprofeno para controle da febre, causada por um resfriado. A associação de dois anti-inflamatórios potencializa os seus efeitos colaterais”, esclarece.

Além dessas situações, a médica lembra que, em caso da dengue, quando a manifestação inicial é somente febre, o uso de anti-inflamatório, mesmo que em dose baixa, pode levar a alteração na agregação plaquetária, favorecendo sangramento. “Gostaria de salientar que a dose analgésica do Ibuprofeno é de 10-15 mg/kg/ dia e que sua dose anti-inflamatória é de 30-50 mg/kg/dia. Então na sua apresentação 100, se o pediatra prescrever 1 gota por kilo, estará usando a dose anti-inflamatória”, avisa.

Segundo ela, os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios são principalmente gastrointestinais, como dor abdominal, gastrite, esofagite, duodenite, podendo ocorrer úlcera e perfuração e até mesmo sangramento disgestivo grave e que nefrite (inflamação dos rins), broncoespasmo e disfunção plaquetária (presença de equimoses, sangramentos) podem ocorrer. Além disso, os anti-inflamatórios seletivos COX-2 podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares e tromboembólicos em usuários crônicos da medicação

Indicações corretas
Ana Paula diz que, em crianças, os antiinflamatórios têm o seu uso bem estabelecido em doenças inflamatórias crônicas, como a artrite idiopática juvenil, nos processos inflamatórios, tais como torções, artrites agudas reacionais, Febre reumática e doença de Kawasaki. Ela afirma ainda que podem também ser utilizados como uma opção analgésica, quando falham a dipirona ou o paracetamol. “Os anti-inflamatórios agem inibindo a formação de mediadores inflamatórios derivados da cascata do ácido aracdônico (um fosfolípide encontrado em toda membrana celular), são eles: a prostaglandinas, prostaciclinas e o tromboxane. Mas os antiinflamatórios bloqueiam principalmente a formação das prostaglandinas. A sua ação se dá no bloqueio da cicloxigenase”, relata.

Segundo ela, existem pelo menos duas isoformas de cicloxigenase (COX) que apresentam diferenças na sua regulação e expressão. “De uma forma geral todos os anti-inflamatórios bloqueiam as duas em graus variáveis, mas existem aqueles que inibem preferencialmente a COX-2 como o Nimesulide e os específicos como o Celecoxibe, Paracoxibe e Etoricoxibe”, informa, acrescentando que as COX-1, estão expressas em todo o corpo e auxiliam na manutenção da integridade da mucosa gastroduodenal, homeostase vascular, agregação plaquetária e modulação do fluxo plasmático renal. Já a COX-2, continua a médica, é uma enzima indutível, geralmente indetectável na maioria dos tecidos, sua expressão é aumentada em processos inflamatórios. “Ela é expressa constitutivamente no cérebro, rim, ossos e provavelmente no sistema reprodutor feminino. Sua atividade é importante na modulação do fluxo sanguíneo glomerular e balanço hidroeletrolítico”.

A reumatologista pediatra comenta ainda que recentemente foi descoberta uma variante do gene da COX-1, descrito como COX-3. “Essa parece ser expressa em altos níveis no sistema nervoso central e pode ser encontrada também no coração e na aorta. Essa enzima é seletivamente inibida por drogas analgésicas e antipiréticas, como Paracetamol e Dipirona, e é potencialmente inibida por alguns AINEs. Essa inibição pode representar um mecanismo primário central pelo qual essas drogas diminuem a dor e possivelmente a febre. A relevância dessa isoforma ainda não está clara”, conclui.

Jornal da Sociedade Goiana de Pediatria, setembro de 2012.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Osteoporose na mira da SBOT-GO

Uma campanha realizada em Goiânia, outra em Trindade, com auxílio de membros da SBOT-GO e residentes em Ortopedia da UFG, diagnosticaram diversos casos da doença


A Comissão de Campanhas Públicas da SBOT-GO, com apoio do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizou dois eventos para prevenção, diagnóstico e tratamento da osteoporose. “Os pacientes que tiveram um resultado positivo  foram encaminhados para densitometria óssea”, relata o coordenador da comissão e do evento, Frederico Barra de Moraes. As duas campanhas tiveram duração de três dias. 

Frederico conta que a primeira campanha, realizada no Hospital das Clínicas da UFG, avaliou vários homens acima de 65 anos de idade em junho de 2011. “A osteoporose masculina ainda é pouco diagnosticada e tratada. Ela ocorre principalmente devido a fatores hormonais como a queda da testosterona e da vitamina D, sendo que essa queda leva ao aumento da produção do PTH (paratormônio) e ao hiperparatiroidismo secundário”, frisa, dizendo que, além disso, o uso crônico de medicações como corticoides, anticoagulantes e anticonvulsivantes também são importantes como causas de osteoporose masculina.

No entanto, ressalva o ortopedista, a procura dos homens foi menor do que a das mulheres em outras campanhas. De acordo com ele, 150 foram avaliados, sendo que 50 tiveram ultrassonometria positiva e foram para a densitometria. O resultado final mostrou 21 pacientes com osteoporose, 19 com osteopenia e 10 normais. Assim, apesar do menor interesse dos homens em campanhas de osteoporose, a frequência de diagnósticos foi maior entre eles.

A segunda campanha foi realizada em Trindade, em junho de 2012, onde foram avaliadas 200 mulheres acima de 60 anos de idade, sendo que 50 (25%) tiveram ultrassonometria positiva e foram para a densitometria. O resultado final mostrou 20 pacientes com osteoporose, 20 com osteopenia e 10 normais. Ele informa que todos os pacientes com diagnóstico de osteopenia foram tratados com 1000 mg de carbonato de cálcio e 1000 UI de vitamina D e aqueles diagnosticados com osteoporose receberam também anti-reabsortivos e estão em acompanhamento ambulatorial. Todas as pessoas que participaram das campanhas receberam orientações e folhetos de como evitar os fatores de risco para fraturas osteoporóticas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Erasmo Carlos comemora 50 anos de carreira em Goiânia


Show inaugura um novo formato em Goiás, com direito a DVD do artista, serviço de primeiro mundo, pontualidade, conforto e responsabilidade social


Um dos maiores nomes da música popular brasileira, Erasmo Carlos, vai comemorar em Goiânia seus 50 anos de carreira. O show acontece dia 29 de setembro, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em esquema de super produção. Só do staff do cantor virão 17 profissionais e o espetáculo inaugura no Estado o conceito de show diferenciado.

Serão cinco áreas à disposição do público, com ingressos variando entre 99 e 399 reais a meia entrada. Uma das preocupações da promotora, a Contato Comunicação, é com o lado social, motivo pelo qual todos que levarem dois quilos de alimentos não perecíveis têm direito a meia entrada. Tudo que for arrecadado será integralmente doado ao Instituto Batuíra de Saúde Mental e à Associação Pestalozzi de Goiânia.

No valor mais caro será oferecido um pacote inédito em shows. Para começar, cada dois ingressos da área Premium dão direito a um DVD de Erasmo Carlos. Na entrada, o público será recebido com espumante e morango. No buffet sentado, serão servidas comidinhas, dois vinhos e duas cervejas importadas, uísque 12 anos e outros. Além disso, na saída uma mesa de café e doces estará à disposição. A entrada para esse público acontece mais cedo e a distância máxima do palco é de meros 35 metros.

Até quem optar pelo ingresso mais barato terá vantagens. A capacidade da casa, de 3 mil pessoas, terá apenas 50% de ocupação, ou seja, não haverá tumulto nem empurra-empurra. Além disso, de qualquer ponto da Área 2 (o ingresso mais barato) a visibilidade é de 100% do palco. Para completar esse novo conceito, não haverá atrasos: os portões serão abertos às 21 horas e o show começa pontualmente entre 22 e 22:30.

Em Goiânia os ingressos estão sendo vendidos nas lojas Fnac (Shopping Flamboyant), Livraria Leitura (Goiânia Shopping) e American Music (Shoppings Bougainville e Buena Vista). Quem preferir ou for de outras cidades pode realizar a compra pelo site www.contatofestival.com.br. Na capital há a possibilidade de se comprar pelo telefone 3224-3737, com entrega a domicílio.

Assessoria de Imprensa: Contato Comunicação (Tatiana Cardoso – 62 9180-9623)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A medicalização da vida

Este é o termo usado pelo psiquiatra Rondon de Castro para falar sobre o consumo cada vez mais excessivo de medicamentos para resolver problemas emocionais e que requerem mudanças de hábitos

RONDON DE CASTRO, psiquiatra


Um medicamento para resolver cada problema. Este é, na opinião do psiquiatra Rondon de Castro, o principal fator que está levando a uma medicalização da população em níveis mundiais. Pós-graduado em Toxicomanias pela Universidade René Descartes e Centro Médico Marmottan, em Paris, Rondon diz que a medicina não sabe ainda a razão pela qual algumas pessoas se tornam dependentes e outras não ao consumir os mesmos medicamentos. “É possível que haja causas biológicas, mas também psicológicas e culturais. Isso acontece com bebidas alcoólicas e também com outras drogas. O termo 'dependência química' é, pois, inadequado porque faz pensar apenas em causas biológicas, o que não está provado”, frisa, lembrando que até mesmo a questão sobre a dependência ser ou não hereditária permanece sem confirmação científica.

O psiquiatra ressalta que, no mundo inteiro o fenômeno da “medicalização da vida” vem crescendo rapidamente nas últimas décadas. “Cada vez mais uma variedade de problemas tende a ser vista como doença e as doenças são cada vez mais medicadas. As mudanças de hábitos para o controle da pressão, do peso, do estresse, da insônia têm tido cada vez menos importância, porque exigem maior esforço do médico e do paciente. Buscando sempre o menor esforço, médicos e pacientes se acomodam na simples busca de um medicamento que resolva tudo rápido e com o mínimo de trabalho”, critica.

Ele informa que mais de 1/6 da população mundial, o que representa mais de 1 bilhão de pessoas, usa medicação psicotrópica para depressão, estresse, insônia, para emagrecer, etc. Em países como o Brasil, com um número incontável de farmácias, facilidades para se comprar sem receita, propagandas 24 horas por dia de todo tipo de medicamento e população mal esclarecida, o consumo tende a ser bem maior, afirma. Segundo Rondon, a dependência dos medicamentos pode chegar a níveis tão alarmantes quanto a do crack ou do álcool. “Há senhoras de 50, 60 anos, que usam os famosos 'calmantes de faixa preta' há tanto tempo que apresentam níveis de comprometimento do raciocínio e da memória semelhantes aos de alcoolistas antigos. A dependência dos inibidores de apetite é assustadora”, comenta.

Os medicamentos com maior risco de provocar dependência são os psicotrópicos. Conforme o médico, isso acontece devido a sua capacidade de provocar alterações no cérebro, assim como acontece quando se usa bebida alcoólica, cocaína, maconha e outras drogas. “Essas alterações geralmente produzem alívio temporário de algum mal-estar psicológico como a ansiedade, o medo, a inibição, a angústia, a tristeza e a insônia”, detalha, complementando que, dos psicotrópicos, os de maior risco são os “calmantes de faixa preta”, por causa de sua capacidade de promover um alívio dos sintomas em questão de minutos.

De acordo com ele, é muito comum o médico prescrever para que o paciente tome 1 comprimido de calmante todas as noites às 21 horas. Só que a pessoa sai do consultório decidida a não tomar todos os dias com medo de ficar dependente. Ela então decide que sarará “só em caso de necessidade” acreditando que, dessa forma, o risco da dependência diminui. “É comum também o paciente ouvir do próprio médico, ao entregar a receita, que é para usar o medicamento 'se a senhora estiver nervosa' ou 'se começar a ter crise'. Nos dois casos acontecerá a automedicação, que é a primeira porta para se chegar à dependência”, avisa. Outros que costumam levar à dependência são aqueles em que os efeitos são demorados, como os antidepressivos que podem levar vários dias para começarem a atuar. Já os inibidores de apetite, avisa Rondon, são particularmente perigosos em função de sua capacidade de adaptação ao organismo, forçando o usuário a aumentar muito rapidamente as doses para obter efeito semelhante.

Tratamentos
Rondon de Castro assegura que, ficar livre de uma dependência, do ponto de vista físico, não é tão complicado quanto se imagina. “O problema é a insegurança gerada pela possibilidade de os sintomas voltarem com a interrupção do medicamento. As pessoas dependentes geralmente têm baixíssima tolerância aos incômodos, ainda mais depois que conhecem uma substância capaz de proporcionar um alívio tão rápido”, avalia. Para tratar a pessoa dependente de medicamentos, o psiquiatra diz que será necessário buscar alternativas para o alívio dos sintomas, o que pode ser feito com o uso de medicamentos menos agressivos temporariamente e com o auxílio psicológico para tentar compreender as origens dos sintomas, mudanças em alguns hábitos de vida e mudanças na própria vida.

Para ele, a prevenção é um tema sempre evitado por forçar necessariamente as discussões em direção à necessidade de revermos o modelo de sociedade que estamos construindo. “Nossas cidades iluminadas e barulhentas podem ser um alento à angústia do isolamento de quem vivia no campo, mas que agora não dorme, a não ser às custas de um calmante; a competitividade insana no mundo do trabalho, gerando a ansiedade, o desemprego e o desespero, levam inevitavelmente às farmácias, quando não aos bares ou aos becos; a violência descabida gerando o medo e o medo do medo também não está sendo suportada com os recursos próprios do cérebro. Quando finalmente adoecemos, nos juntamos a uma multidão na sala de espera de um médico apressado pronto para, em poucos minutos, nos proporcionar o alívio que há tempos não experimentávamos. Aí, adiamos os problemas até a próxima dose do medicamento e vamos levando...”, filosofa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Como as histórias em quadrinhos conquistam o público adulto

Com enredos bem elaborados os Grafic Novel arrebatam leitores exigentes e que desejam se ver na narrativa 


Diversidade é a palavra que define o atual público das histórias em quadrinhos. O estereótipo de ser “apenas só para meninos” ou “arte para o segmento infanto-juvenil” acabou. Os super-heróis deram espaço a novos personagens e histórias mais elaboradas, que cativam leitores de várias faixas etárias e ambos os sexos. Tudo começou com o surgimento do Grafic Novel - romance gráfico - que teve seus antecedentes nos anos 1960 como Tintin, Asterix e Spirou.

Sendo este um estilo de história em quadrinhos que possui um enredo mais extenso do que o normalmente encontrado nos gibis, ele é dividido em capítulos, reunido em um álbum luxuoso com páginas acetinadas e capa dura, atingindo um público adulto e elitizado que não mais se interessa por histórias de sexo como nos anos 1950 – em que Carlos Zéfiro é seu mestre no Brasil - e sim por histórias que se assemelham as suas vidas.

As pessoas sempre buscam na arte algum tipo de empatia, para que elas consigam se ver no que veem, se imaginar no contexto, sentir o que o personagem está passando, enfim, se inserir na situação. Existem pessoas que até mesmo antes de ler um livro, pesquisam sobre, por exemplo, a vida do autor para entender em que contexto tal obra foi escrita, ou no caso de cantores, investigam sobre os momentos que passou o músico para que escrevesse tal letra.

Os filmes, livros, fotos e músicas que realmente emocionam seu público são aqueles em que o próprio público possa se ver no contexto do personagem de tais obras ou que pelo menos expressem o momento emocional, espiritual, e até mesmo o social que esteja vivendo. Um exemplo disso foi quando foram criadas as tiras no Brasil, nos anos 1960. Aquele era um momento de total rebeldia e indignação da população diante das injustiças cometidas pela ditadura.
Em meados dos anos 60 e 70, época em que o Brasil passou por transformações significativas, surgiram cartunistas como Ziraldo, criador do Menino Maluquinho, e Henfil pai dos personagens Graúna e Os Fradinhos, e é claro Maurício de Souza, que é o inventor da Turma da Mônica, em 1959. Nessa época também foram produzidos personagens como Escorpião, Capitão Sete e Raio Negro. Já no estilo policial temos o "O Anjo", feito por Flávio Colin, e no faroeste temos o personagem gaúcho Fidêncio, de Júlio Shimamoto.
Como efeito do golpe militar, nasce um estado de moralismo no meio das HQs, entretanto surgiram as charges – desenho cômico - que satirizavam tudo o que indignasse o país, lembrando que elas tiveram lugar de destaque no Pasquim, jornal que mesmo sendo perseguido pela censura, criticava a ditadura incessantemente.
Na década de 1980, se firmaram os trabalhos de artistas como Angeli, Glauco, e Laerte. Classificados com o termo “quadrinhos underground”, pois eram vendidos de mão em mão, eles desenhavam em revistas como Chiclete com Banana e Circo Editorial, produziram juntos Los Três Amigos, e separados criaram a Rê Bordosa, Geraldão e Overman, respectivamente. Temos ainda nessa época os quadrinistas Caco Galhardo, Fernando Gonsales, Níquel Náusea, Adão Iturrusgarai e Miguel Paiva, que desenhou Radical Chic, Gatão de Meia Idade, e as tiras do detetive Ed Mort, ganhando maior fama sendo adaptados para televisão, teatro e cinema.
A partir de 1982, a arte americana e inglesa invadem o Brasil. Surgem desenhistas de HQs que começaram a ser conhecidos no mundo todo, como Frank Miller, que fez Sin City, Demolidor, A queda de Murdock, Elektra, Os 300 de Esparta. Neil Gaiman que desenhou Sandman e Stardust que foi adaptado para o cinema, tendo escrevido inclusive o script do filme Beowulf, juntamente com Roger Avary. E Alan Moore que desenhou A Liga Extraordinária, Constantine, V de Vingança, que foram adaptados para o cinema, sendo sua obra mais aclamada Watchmen, que foi criado juntamente com Dave Gibbons.

Os brasileiros não ficaram fora do circuito quadrinista mundial, entretanto, como resultado da fama foram contratados para trabalhar com grandes editoras americanas de super-heróis. Roger Cruz é um exemplo, na Marvel já desenhou X-Men, Surfista Prateado e Tropa Alfa, sendo também um dos fundadores e sócios da Fábrica de Quadrinhos. E Mike Deodato, um paraibano apaixonado por sua terra, que demonstrou muito bem seu amor pela Paraíba ao fazer “A História da Paraíba” em quadrinhos. Desenhando posteriormente Thor, Mulher Maravilha, Os Vingadores, Hulk, da DC Comics.

Com esses exemplos, percebe-se que hoje as histórias são mais importantes que as imagens. Os autores das HQs tem a chance de conquistar o leitor com calma, não precisa de heróis exagerados para cativar seu público. Público esse que a partir dos anos 1970 já incentivava seus filhos a lerem HQs. Esses filhos são hoje pessoas que estão na faixa dos 40 anos, são financeiramente independentes, movimentam um mercado de leitores que é formado por quem gosta do gênero e exige cada vez mais algo sofisticado.

Então a frase “coisa de menino” foi totalmente extinta e abriu espaço para o reconhecimento das HQs e seus criadores. Infelizmente a diversidade de público ainda não chegou ao Brasil com tanta força quanto em outros países, mesmo tendo ótimos autores e desenhistas, como além dos já citados, possuímos os goianos Fábio Yabu, criador do Combo Rangers, Christie Queiroz, que faz o Cabeça Oca e Anísio Serrazul desenhista dos Guerreiros da Tempestade. No entanto, só se reconhecem Disney e Maurício de Souza como autoridades em desenhos e HQs, os outros autores vão para países onde são melhores remunerados e reconhecidos por sua arte, o que é uma perda para o Brasil.