quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Aplicações da ressonância magnética em cardiologia

Um dos mais precisos e seguros exames cardiológicos da atualidade, a ressonância magnética não utiliza radiação e o campo magnético não oferece riscos

LEONARDO SARA, cardiologista
O exame de ressonância magnética tem várias aplicações na cardiologia. “As mais utilizadas são para a pesquisa de isquemia miocárdica (sofrimento do músculo do coração por falta de irrigação sanguínea); avaliação da morfologia das câmaras cardíacas, do músculo cardíaco (miocárdico) e das estruturas adjacentes; avaliação de doenças do músculo cardíaco em geral; sejam elas congênitas ou não, como a cardiomiopatia hipertrófica, a doença de chagas, doenças inflamatórias do coração e etc”, enumera o cardiologista Leonardo Sara da Silva, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em Tomografia e Ressonância Cardiovascular pelo InCor-FMUSP.

De acordo com ele, a ressonância do coração fornece ao cardiologista dados extremamente precisos sobre a anatomia do coração e estruturas vizinhas; a função do músculo cardíaco, tanto em repouso quanto sob efeito de medicações que simulam o exercício físico (pesquisa de isquemia miocárdica); análise de cicatriz de infartos além de informações sobre as válvulas;pericárdio e etc. “Tudo isso de maneira rápida, o exame dura em média 25 minutos, extremamente segura e sem a utilização de radiação ou contraste iodado, o contraste utilizado é o Gadolínio, com chances ainda menores de reação alérgica”, pontua.

Leonardo frisa que, além da ressonância magnética não utilizar radiação para obtenção das imagens, o campo magnético não oferece nenhum risco até os limites já testados, desde que obedecidas as normas de segurança sobre materiais ferromagnéticos. “O contraste baseado em Gadolínio também é bastante seguro. Como ocorre com qualquer medicação, há um pequeno risco de reação alérgica que, na maioria das vezes, é leve”, observa, reforçando que a ressonância é, portanto, um método extremamente seguro.

O exame de ressonância magnética, continua o médico, só é contraindicado em pacientes portadores de marcapassos, cardiodesfibriladores implantáveis (CDI), clipes cerebrais e implantes oculares e auditivos. “É importante ressaltar que pacientes com próteses ortopédicas, “stents” vasculares e válvulas biológicas ou metálicas podem realizar o exame sem nenhum risco”, contrapõe.

Uma das grandes vantagens da ressonância citadas por Leonardo é a quantidade de informações importantes fornecidas em um único exame, todas de maneira extremamente precisa. “Dados como a forma e função do músculo cardíaco, a presença de isquemia e cicatrizes de infartos são fornecidas rotineiramente e de forma segura”, reitera, acrescentando que, por isso, a ressonância é uma excelente alternativa, tanto para substituir quanto para acrescentar informações, a exames como o ecocardiograma e a cintilografia do miocárdio, sendo, portanto, um método já consagrado, com aplicações estudadas em todo o mundo.

Jornal do Dia Mundial do Coração, setembro de 2012.

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