quinta-feira, 7 de março de 2013

A vida é bela

Por Waldemar Naves do Amaral, chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás





“Os franceses vivem como ricos e morrem como pobres. Os ocidentais vivem como pobres e morrem como ricos”. No Ocidente (em especial no Brasil), o ser humano trabalha muito, produz muito e acumula riquezas durante a vida – efeito anabolizante. Assim, não tem tempo de viver a vida, por isto vive como pobre. Porém, na morte seu patrimônio acumulado é extraordinário e gera conflitos para os herdeiros – por isto morre como rico.

Para os franceses, o trabalho é preciso apenas ser o suficiente, e assim não acumulam riquezas – efeito catabolizante. Desta forma, usam o trabalho para estimular seus conhecimentos técnicos, favorecer o crescimento cultural, promover a educação e dar segurança para a boa sobrevivência – e por isto vivem como ricos. Conceituadamente, não acumulam riquezas, não deixam conflitos para os herdeiros – por isto morrem como pobres.

Então, a arte de viver é conciliar os dois estilos, onde não haja excessos no anabolismo e nem no catabolismo. No indicativo do metabolismo perfeito, onde as duas vertentes sejam pareadas de forma integral, é possível estabelecer que a “vida é bela” na sua mais completa plenitude.

Jornal do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, fevereiro de 2013.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Sopro pode ser manifestação de uma cardiopatia

O sopro no coração pode ser sintoma de alguma doença, ou ser “inocente”, causado por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais

De acordo Marly Uellendahl o sopro
não é uma doença, contudo pode
ser manifestação de
  



Sopro pode ser manifestação de uma cardiopatia O sopro no coração pode ser sintoma de alguma doença, ou ser “inocente”, causado por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais  sopro no coração é um som extra ou diferente durante o batimento cardíaco. Sopro no coração varia de bem fraco a bastante alto e o médico cardiologista pode detectá-lo por meio do estetoscópio. 

A cardiologista, Marly Uellendahl, explica que não existe uma doença chamada “sopro no coração”. “A presença de sopro no coração não caracteriza uma entidade clínica. Na verdade, várias doenças
que acometem o coração podem causar sopros, sejam elas congênitas ou adquiridas”, esclarece. De acordo com ela, o achado de um sopro cardíaco signifi ca que existe na ausculta do coração um ruído que, usualmente, não deveria estar presente.

“Este ruído refl ete algum fluxo que está passando com uma velocidade aumentada por meio de uma valva cardíaca ou porque alguma das valvas não está fechando adequadamente e deixa escapar sangue para um local que não deveria passar. Deste modo quando dizemos que um indivíduo tem
um sopro no coração, em geral signifi ca que existe algum problema em uma das valvas cardíacas”, relata.

Entretanto, conforme a cardiologista, existem sopros que não ocorrem por problemas valvares e sim porque existe alguma comunicação entre uma cavidade e outra do coração que deveria ter fechado antes do nascimento e permaneceu aberta. Estes estão relacionados às doenças congênitas, isto é,
a criança já nasceu com este problema.

Ela diz ainda que, embora algumas mal formações cardíacas congênitas possam levar a sopros também por disfunções valvares, existem também os “sopros inocentes” ou fisiológicos, ou seja , aqueles que não apresentam nenhum significado patológico e ocorrem por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais.

“Dependendo da doença que ocasiona o “sopro” podem existir sintomas ou não. Os sopros só apresentam relação com a hereditariedade, ou seja, passam de pais para fi lhos, caso a doença que o causou seja hereditária”, informa, acrescentando que os sopros podem ocorrer em qualquer idade,
desde recém-nascidos até idosos, e que nestes últimos estão relacionados, em geral, ao envelhecimento das valvas do coração.

Segundo Marly, no Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento ocorre com relativa frequência sopros ocasionados pela Doença Reumática, doença que acomete mais comumente crianças a partir dos 5 anos e adolescentes e que, geralmente, deixa como sequela lesões das valvas
cardíacas. “Os portadores de sopros podem ser totalmente assintomáticos, ou podem apresentar ‘falta de ar’ aos esforços, tudo depende da causa e da intensidade da lesão valvar, se é leve,
moderada ou grave”, enumera. 

“O exame clínico com ausculta cardíaca minuciosa, em geral levanta a suspeita da presença de sopro cardíaco e a confirmação e a quantifi cação do grau de comprometimento das valvas cardíacas é realizado pelo ecocardiograma com doppler”, complementa.

Diante do resultado deste exame e baseado na história clínica e exame físico, o cardiologista vai formar o seu diagnóstico e defi nir a conduta clínica que vai depender da causa do “sopro”.
“Quanto mais grave a lesão da valva cardíaca mais intensos serão os sintomas, podendo chegar a um quadro de insuficiência cardíaca”, alerta. Assim, os pacientes com sopros devem realizar acompanhamento periódico com o cardiologista que avaliará a necessidade ou não de tratamento clínico medicamentoso ou se existe indicação e o momento ideal para realizar cirurgia. 

Caso exista indicação de cirurgia, Marly destaca que, nos casos mais graves, poderá ser realizada uma plastia ou substituição da valva comprometida por uma prótese biológica ou mecânica. Nos recém-nascidos em que os sopros, em geral, estão associados a defeitos congênitos do coração muitas vezes se aguarda o fechamento espontâneo do orifício de comunicação que ocasiona o sopro ou se planeja a correção realizando o fechamento da comunicação por cirurgia ou intervenção no momento adequado. “Os sopros, portanto, não representam uma doença em si, mas, podem ser a manifestação de uma cardiopatia”, conclui.

terça-feira, 5 de março de 2013

Em ritmo de preparação para a XII Semana do Aparelho Digestivo

Evento que será realizado em Goiânia no mês de novembro, aguarda mais de três mil participantes


A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – Regional Goiás está em pleno vapor na preparação da XII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), que será sediada no Centro de Convenções de Goiânia, de 24 a 27 de novembro. Serão quatro dias para a troca de experiências e atualização científica, com presença de renomados convidados internacionais e nacionais da especialidade. “Esperamos satisfazer a expectativas dos gastroenterologistas do nosso país e existe a possibilidade da divulgação e participação de países da América Latina. Está inclusive sendo organizado o primeiro encontro nacional do Jovem Gastro e das Ligas de Gastroenterologia”, comenta o vice-presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Mauro Bafutto.

Ele lembra que este evento representa uma oportunidade imperdível para a atualização científica dos especialistas das três grandes áreas da gastroenterologia - a clínica, representada pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a endoscopia, liderada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Cirurgia capitaneada pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). A organização do evento, de acordo com o rodízio estabelecido pelas entidades, cabe à Sobed este ano.

Mauro destaca que a gastroenterologia de Goiás é considerada uma das melhores do Brasil. “A gastroenterologia goiana apresenta um passado brilhante e atualmente conta com médicos de renome nacional e internacional tanto na gastroenterologia clínica como na endoscopia e cirurgia. Contamos com serviços de residência médica renomados tanto na gastroenterologia clínica como na cirurgia e centros privados de excelência em nossa especialidade. Posso dizer, portanto, que a gastroenterologia goiana tem passado, presente e futuro”, destaca.

São aguardados mais de três mil especialistas para o evento. Segundo o vice-presidente da FBG, todos os preparativos estão sendo encaminhados com o auxílio da empresa organizadora de eventos, responsável pelos contatos com patrocinadores e palestrantes. A programação científica está sendo preparada em conjunto pela FBG Sobed e CBCD. “Estamos agendando atividades sociais para os participantes e acompanhantes. Esperamos que todos vejam o que Goiás tem de melhor”, conclui.

PRÊMIO JOVEM GASTRO
Este ano o Prêmio Jovem Gastro, que é uma iniciativa da Federação Brasileira de Gastroenterologia, cujo objetivo é de aproximar, congregar e estimular os jovens iniciantes da especialidade terá como tema “Gastroenterologia Clínica: Do Sintoma ao Diagnóstico”. A comissão julgadora avaliará diversos quesitos, dentre estes a ordem tradicional de apresentação do caso e a qualidade e adequação de sua formatação. Os trabalhos devem ser apresentados até o dia 30 de maio nos formatos oral, vídeo, pôster e foto.

Jornal da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, fevereiro de 2013.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Goiás tem mais da metade dos médicos atendendo na capital

Centro-Oeste é a terceira região brasileira com a pior distribuição de médicos por habitantes, segundo estudo divulgado ontem pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
RUI GILBERTO FERREIRA, presidente da AMG

Também em relação à assistência médica o Brasil é um país marcado pela desigualdade, segundo estudo divulgado no dia 18 de fevereiro pelo Conselho Federal de Medicina e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), coordenado pelo pesquisador Mario Scheffer. A pesquisa “Demografia Médica no Brasil em 2012- cenários e indicadores de distribuição” trouxe novos dados sobre o perfil e a distribuição dos médicos no Brasil. O estudo mostra que o Centro-Oeste é a terceira região com a pior distribuição de médicos por habitantes, perdendo apenas para a Norte e a Nordeste. As melhores colocadas no levantamento foram Sul e Sudeste.
O estudo mostrou que o número de médicos registrados no Brasil chegou à marca de 388.015 em outubro de 2012. Esse índice corresponde a uma razão nacional de dois médicos por grupo de mil habitantes. Nos últimos 42 anos, o total de médicos no país cresceu 557,7% enquanto que a população em geral aumentou 101,8%; a razão médico/habitante também apresentou crescimento significativo.

No Centro-Oeste, Goiânia lidera o ranking das capitais com mais médicos por habitantes, apresentando 5,42 médicos por mil habitantes. Chamam a atenção as desigualdades entre a capital e o conjunto do Estado. Embora a capital goiana tenha mais de 5 médicos por mil habitantes, no Estado este índice é de apenas 1,73 médicos por mil habitantes. “Embora a quantidade possa ser considerada adequada, a distribuição é inadequada, mais de 67% dos médicos estão na grande Goiânia e a concentração dos especialistas e serviços de alta complexidade é ainda mais evidente”, comenta o presidente da Associação Médica de Goiás, Rui Gilberto Ferreira. “Sugiro uma política de incentivo financeiro e melhores condições de trabalho para fixar os profissionais no interior”, aponta.
Uma conjunção de fatores – como a ausência de políticas públicas efetivas nas áreas de ensino e trabalho, assim como poucos investimentos – tem contribuído para que a população médica brasileira, apesar de apresentar uma curva constante de crescimento, permaneça mal distribuída pelo território nacional e com baixa adesão ao trabalho na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente nas áreas de difícil provimento.

As cidades de maior porte, especialmente as capitais, concentram a maioria dos médicos brasileiros, aumentando a desigualdade na assistência à saúde. Nove capitais têm mais de 5 médicos por mil habitantes. Todas as capitais do Sul – Porto Alegre (8,73), Florianópolis (7,72) e Curitiba (5,71) – possuem razão de médicos registrados bem acima da média nacional. As três cidades superam ainda as médias de seus Estados, respectivamente, Rio Grande do Sul (com 2,37 médicos por 1.000 habitantes), Santa Catarina (1,98) e Paraná (1,87).

Vitória apresenta a razão de 11,61 – a maior concentração do Sudeste e também nacional de médicos por mil. Por outro lado, esta situação não se reproduz no conjunto de cidades do Espírito Santo, que tem razão de 2,17 – e teria menos se nesse total não estivessem contados os médicos da capital. Ainda no Sudeste, a cidade de São Paulo aparece proporcionalmente com a menor razão entre as capitais, com 4,48 médicos por mil moradores.

Nos estados habitados por população de menor renda, o fenômeno também se repete. Macapá, com 1,38 médico por mil habitantes, tem a menor razão tanto na região Norte, quanto nacionalmente. No entanto, apesar do desempenho tímido, o índice da capital é maior que o do próprio Estado do Amapá, que possui 0,95 médico por mil habitantes. Belém, no Pará, tem o melhor desempenho da região Norte, com índice de 3,44 – três vezes maior que a razão do estado como um todo: 0,84.

No Nordeste, a distorção se confirma. Em algumas capitais da região, há forte concentração de médicos/habitante, como ocorre em Recife (6,27), João Pessoa (5,22), e Aracaju (4,95). Essas três cidades superam as médias de seus Estados, respectivamente, Pernambuco (com 1,57 médico por 1.000 habitantes), Paraíba (1,38) e Sergipe (1,42). Enquanto isso, a capital maranhense, São Luís, conta com o índice de 2,88 médicos, enquanto o estado se posiciona na rabeira do ranking estadual, com apenas 0,71 profissionais para cada grupo de mil moradores.

SEM NÚMERO SUFICIENTE
Ainda de acordo com o estudo sobre a Demografia Médica no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta o quadro de profissionais defasado em todo o país. O número de médicos (215.640) que atuam nos serviços públicos representa 55,5% do total de quase 400 mil profissionais ativos na área. Conforme o levantamento, o esse percentual é insuficiente para atender a demanda do SUS, que atende constitucionalmente a toda a população. De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), essa razão representa 1,11 médicos que atendem pelo SUS por mil habitantes, frente a razão de 2 por mil referente ao conjunto do profissionais registrados.

Em Goiânia a situação não é diferente. De acordo com dados do Cremego, dos 10.651 médicos registrados, o número dos que atendem pelo SUS é de apenas 6.679. “Mais de 80% da população de Goiás são de usuários do SUS”, afirma Rui Gilberto. “Precisa melhorar a assistência à saúde pública, remunerar melhor os profissionais de saúde, implantar os seus planos de cargos e salários nos serviços públicos federal, estaduais e municipais, tendo como referência de remuneração o piso salarial proposto pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), de R$ 10 412,00 por 20 h/semanais no serviço público e a Classificação Brasileira Hierarquizada de procedimentos Médicos (CBHPM) para os convênios médicos”, reivindica o presidente da AMG. Para ele, deve haver inclusive maior empenho para o ensino de saúde pública nas grades da graduação dos profissionais da saúde.

Na distribuição regional, o Sudeste tem a razão mais alta, com 1,35 médico cadastrado no CNES prestando serviços ao SUS por grupo de mil habitantes. Nas demais regiões, os índices são ainda piores. No Sul, há 1,21 médico na rede pública por mil moradores; no Centro-Oeste, a razão é 1,13; no Nordeste, 0,83; e no Norte, 0,66. Em todos os estados, há uma concentração maior de médicos vinculados ao SUS nas capitais em comparação com a realidade vivenciada pelos outros municípios.
Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, “sem uma política eficaz de presença do Estado no desenvolvimento das áreas desassistidas e sem uma política de valorização e de fixação de profissionais com ênfase nas carreiras públicas, esse quadro de desigualdade pode se acentuar, pois o mercado e não o Estado é que continuará a determinar e distribuição dos médicos no Brasil”.

“Com dados que reforçam os argumentos que temos levado ao debate público, esperamos que os gestores tomem as medidas necessárias para que a Medicina possa ser exercida em sua plenitude. Com isso os médicos poderão cumprir sua missão em prol da melhoria da saúde do ser humano e do bem estar da sociedade”, ressaltou o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila. Ele confia que o trabalho subsidiará a elaboração de políticas públicas nos campos do trabalho e do ensino médico.
O documento - disponível no site do CFM (http://www.portalmedico.org.br) - será encaminhado às lideranças do movimento médico, parlamentares, gestores públicos e privados, especialistas em saúde, ensino e trabalho. Os Conselhos de Medicina pretendem fazer a entrega formal dos resultados aos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, para que ambos possam ter conhecimento da realidade.

Revista Medicina em Goiás, fevereiro de 2013.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Médicos empenhados na luta contra o câncer de mama



Atualização científica e a necessidade da prevenção à doença, que tem atingido cerca de 50 mil mulheres no Brasil anualmente, são lembrados no maior evento goiano de mastologia

A  Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Goiás (SBM-GO), em parceria com a Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), promove no dia 2 de março a 2ª Jornada Goiana de Mastologia. O evento, que vai das 8h ao meio-dia, será realizado no auditório do Conselho Regional de Medicina. A programação abrange os principais assuntos do dia a dia de uma consultório de mastologia, como tratamento de dores mamárias, cistos e nódulos benignos; atualização e novidades no câncer de mama; retirada de glândula mamária devido ao câncer de mama e posterior reconstrução com próteses ou expansores; reconstrução mamária após mastectomia parcial; reconstrução com retalhos miocutâneos; dentre outros temas relevantes. 

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás, Juarez Antônio de Sousa, frisa que o câncer de mama deve ser um dos pontos centrais da preocupação da saúde feminina, já que é uma doença grave que, se descoberta tardiamente, pode levar à morte. “Como estamos próximos ao Dia Internacional da Mulher, que é uma data que marca a luta das mulheres por emancipação e por melhores condições de vida, é importante lembrar que a prevenção ao câncer de mama deve fazer parte dessa batalha cotidiana”, ressalta. 

No Brasil, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), indicam que o câncer de mama será responsável por 52.680 novos casos até o fim do ano. “A incidência vem aumentando nos últimos anos e, entre as razões, está o fato das  mulheres engravidarem mais tarde e amamentarem menos. Além disso, tendem a ter maior índice de obesidade, ingerem mais bebida alcoólica e consomem mais alimentos industrializados”, aponta o mastologista. 
Segundo Juarez, é preciso se atentar também para aspectos hormonais, genéticos e idade, já que alguns fatores são determinantes para o surgimento da doença. “Correm mais risco de desenvolver câncer de mama, mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 10 anos, aquelas que entraram na menopausa após os 55 anos, quem teve a primeira gravidez após os 35 anos, aquelas que passaram por terapia de reposição hormonal pós-menopausa por mais de cinco anos, ou mesmo quem passou por radioterapia antes dos 40 anos. Vale lembrar que histórico familiar, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos, podem indicar predisposição genética”, detalha.

Março comemora Dia Internacional da Mulher
No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, em memória à história, às lutas, às conquistas das mulheres e, principalmente, em alusão ao seu importante papel na sociedade. O dia 8 de março foi escolhido por lembrar o episódio da morte de 130 mulheres em uma fábrica norte-americana em 1857. Juntas, reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como redução na carga diária de trabalho, equiparação de salários com os homens e tratamento digno. A manifestação foi reprimida com total violência que as tecelãs foram trancadas dentro da fábrica e morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.


Serviço:
Evento: 2ª Jornada Goiana de Mastologia
Dia: 2 de março de 2013
Local: Auditório do Cremego (Rua T-27, 148, St. Bueno)
Horário: 8h00
Quem fala pelo evento: Dr. Juarez Antônio de Sousa (84320300), presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás
Assessoria de Imprensa: Falar com Adriana Godinho (9248-3959); Tatiana Cardoso e Ana Paula Machado (9180-9623) (3224-3737)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ações essenciais na luta contra o câncer de mama


2ª Jornada Goiana de Mastologia tem como objetivo qualificar os médicos e ampliar a rede de assistência à saúde feminina no Estado 


Por Juarez Antônio de Sousa | Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás



Nós mastologistas nos empenhamos diariamente para auxiliar as mulheres a se prevenirem e a se tratarem do câncer da mama, que é o tipo de câncer que mais as acomete em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Nos empenhamos em divulgar a importância da mamografia anual após os 40 anos – em caso de antecedentes familiares, acima dos 30 anos – que é uma forma de prevenção, que também permite o diagnóstico precoce, quando a mulher já foi atingida pela doença, facilitando a escolha do melhor tratamento que assegurará uma sobrevida longe dos riscos de uma recidiva da doença. 

E é justamente por ter esta grande responsabilidade de lidar com as dores, os medos, as inseguranças e as esperanças das vidas humanas que os médicos precisam estar sempre atentos às novidades científicas e tecnológicas da medicina. Consciente desta necessidade, a Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás e a Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia promovem a 2ª Jornada Goiana de Mastologia, atualmente o maior evento regional da área, que tem como objetivo qualificar e ampliar a assistência à saúde feminina em Goiás. 

No dia 2 de março especialistas goianos terão a oportunidade de ouvir palestrantes renomados discorrendo sobre atualização e novidades no câncer de mama; retirada de glândula mamária devido ao câncer de mama e posterior reconstrução com próteses ou expansores; reconstrução mamária após mastectomia parcial; reconstrução com retalhos miocutâneos; e ainda as formas de tratamento para dores mamárias que não estão relacionadas ao câncer de mama, podendo ser causadas por cistos e nódulos benignos. 

A mulher costuma ser o pilar de uma família, aquela que se preocupa e zela pelo bem estar dos entes queridos. Mas, para cuidar dos outros, é preciso estar com saúde. Assim, são essenciais  algumas dicas de meios para se prevenir desta doença. Entre as razões da incidência ter aumentado estão a gravidez tardia e menor tempo de amamentação. Como estes fatores fazem parte das conquistas femininas ligadas à cidadania e emancipação, é importante batalhar para controlar outros aspectos: o peso,  mantendo uma dieta saudável e equilibrada; consumir menos bebida alcoólica e evitar o tabagismo, já que a obesidade, alimentos industrializados, o tabaco e o álcool têm se comprovado fatores de risco para o surgimento da doença. 

Existem também os elementos genéticos, presentes em mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 10 anos, aquelas que entraram na menopausa após os 55 anos e os fatores extrínseco, naquelas que passaram por terapia de reposição hormonal pós-menopausa por mais de 10 anos, ou mesmo quem passou por radioterapia antes dos 40 anos. Vale lembrar que se a mulher tem casos na família de câncer de mama, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos, podem indicar predisposição genética. Quando é esta a situação, o acompanhamento médico deve começar o quanto antes e ser o mais constante possível. 

Consciente de todos estes aspectos, a mulher que se vir atingida por um câncer de mama poderá enfrentar com mais naturalidade a doença, acompanhada por um mastologista de sua confiança. Neste contexto, o apoio familiar é fundamental e o auxílio psicológico especializado pode completar este tripé, trazendo segurança e conforto emocional, fazendo com que esta seja apenas mais uma página da vida e se acaso houver cicatrizes que estas não sejam na alma.   

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Juarez Barbosa distribui medicamentos de forma eficiente

Pacientes do SUS que necessitam de medicamentos para doenças crônicas ou raras podem contar com a unidade de saúde, que atualmente tem 100% do estoque em dia

A Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa, unidade da Secretaria Estadual de Saúde, tem se mostrado cada vez mais preparada no atendimento à sociedade goiana. O local disponibiliza, gratuitamente, medicamentos para doenças crônicas e doenças raras e conta hoje com o cadastro ativo de 32 mil pacientes. “No último trimestre de 2012 em torno de 23 mil pacientes pegaram medicamentos aqui, mas nós temos cerca de 32 mil pessoas cadastradas e já atendemos mais de 105 mil pacientes”, informa a diretora geral do Juarez Barbosa, enfermeira Jacireni de Mello Alves.

Algumas das patologias que contam com medicamentos na unidade são doença de Crohn, lúpus, acne grave, artrite psoriática, psoríase, endometriose, anemias, hepatites, esquizofrenia, esclerose múltipla, Alzeimer, Parkinson e epilepsia. Segundo Jacireni, atualmente o Juarez Barbosa está com 100% de seu estoque em dia e as aquisições dos produtos têm feitas para um período de seis a oito meses, considerando a capacidade de armazenamento onde a unidade está instalada, onde há nove salas de geladeiras.

 “Quando nos mudarmos para a sede nova, próximo aos Correios da Praça Cívica vamos praticamente duplicar nossa capacidade de armazenamento. Medicamentos que compramos para seis meses, vamos poder comprar para um ano e os que têm um prazo de validade maior até para um ano e meio”, afirma, acrescentando que, se houver falta de medicamento será por conta da empresa distribuidora ou da indústria que não conseguiu matéria-prima, ou seja, por outros fatores que não sejam relacionados à estrutura física de armazenamento. A previsão de entrega da obra é para o começo de março.

Passo a passo
A primeira coisa que o paciente deve fazer é obter do médico uma receita ou um relatório informando a doença e o princípio ativo do medicamento, já que o Juarez Barbosa não trabalha com marcas. Ao entregar este papel na central de medicamentos, o paciente receberá um kit de formulários para que o médico preencha. “Esses formulários são elaborados pelo Ministério da Saúde de acordo com os protocolos. Para cada patologia há uma relação de exames que ele deve apresentar, de documentos que ele tem que assinar, como termo de responsabilidade, termo de compromisso, e ainda um laudo que o médico deve preencher”, informa Jacireni. Além das cópias de exames laboratoriais, são requisitados documentos pessoais (dentre eles cartão SUS) e comprovante de endereço.

Quando essa lista for cumprida, o paciente volta à unidade para abrir o processo. Normalmente, da abertura do processo até o término da avaliação demora cerca de cinco dias úteis, quando o paciente já poderá pegar o medicamento. “Nós temos uma profissional que olhará detalhadamente se ficou faltando alguma data, alguma assinatura. Se houver qualquer pendência, ela liga para o paciente, se estiver tudo completo ela encaminhar para avaliação técnica”, relata. Este setor é formado por médicos, que analisarão se o remédio prescrito está de acordo com a doença.

Estando de acordo, o processo segue para o setor de autorização, que é composto por farmacêuticos, que olharão a receita e a posologia. Em seguida o processo vai para a dispensação para que naquela data prevista o paciente pegue o remédio no guichê.

A partir daí, ele será agendado para pegar nos dois meses seguintes. No final de três meses o paciente terá que voltar ao médico para que o processo seja renovado. “Para algumas patologias nós já informamos na primeira vez quais os exames que ele terá que providenciar quando ele for renovar após o terceiro mês”, diz Jacireni, complementado que os processos ficam ativos por seis meses, mesmo que a pessoa não tenha ido buscar o medicamento, caso volte a precisar, basta procurar a unidade renovar o processo. O Juarez Barbosa funciona normalmente de segunda à sexta-feira, das 7 às 16 horas, na rua 4, Centro, ao lado do Centro de Convenções de Goiânia.