quarta-feira, 6 de março de 2013

Sopro pode ser manifestação de uma cardiopatia

O sopro no coração pode ser sintoma de alguma doença, ou ser “inocente”, causado por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais

De acordo Marly Uellendahl o sopro
não é uma doença, contudo pode
ser manifestação de
  



Sopro pode ser manifestação de uma cardiopatia O sopro no coração pode ser sintoma de alguma doença, ou ser “inocente”, causado por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais  sopro no coração é um som extra ou diferente durante o batimento cardíaco. Sopro no coração varia de bem fraco a bastante alto e o médico cardiologista pode detectá-lo por meio do estetoscópio. 

A cardiologista, Marly Uellendahl, explica que não existe uma doença chamada “sopro no coração”. “A presença de sopro no coração não caracteriza uma entidade clínica. Na verdade, várias doenças
que acometem o coração podem causar sopros, sejam elas congênitas ou adquiridas”, esclarece. De acordo com ela, o achado de um sopro cardíaco signifi ca que existe na ausculta do coração um ruído que, usualmente, não deveria estar presente.

“Este ruído refl ete algum fluxo que está passando com uma velocidade aumentada por meio de uma valva cardíaca ou porque alguma das valvas não está fechando adequadamente e deixa escapar sangue para um local que não deveria passar. Deste modo quando dizemos que um indivíduo tem
um sopro no coração, em geral signifi ca que existe algum problema em uma das valvas cardíacas”, relata.

Entretanto, conforme a cardiologista, existem sopros que não ocorrem por problemas valvares e sim porque existe alguma comunicação entre uma cavidade e outra do coração que deveria ter fechado antes do nascimento e permaneceu aberta. Estes estão relacionados às doenças congênitas, isto é,
a criança já nasceu com este problema.

Ela diz ainda que, embora algumas mal formações cardíacas congênitas possam levar a sopros também por disfunções valvares, existem também os “sopros inocentes” ou fisiológicos, ou seja , aqueles que não apresentam nenhum significado patológico e ocorrem por pequenas falhas no fechamento de valvas morfologicamente normais.

“Dependendo da doença que ocasiona o “sopro” podem existir sintomas ou não. Os sopros só apresentam relação com a hereditariedade, ou seja, passam de pais para fi lhos, caso a doença que o causou seja hereditária”, informa, acrescentando que os sopros podem ocorrer em qualquer idade,
desde recém-nascidos até idosos, e que nestes últimos estão relacionados, em geral, ao envelhecimento das valvas do coração.

Segundo Marly, no Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento ocorre com relativa frequência sopros ocasionados pela Doença Reumática, doença que acomete mais comumente crianças a partir dos 5 anos e adolescentes e que, geralmente, deixa como sequela lesões das valvas
cardíacas. “Os portadores de sopros podem ser totalmente assintomáticos, ou podem apresentar ‘falta de ar’ aos esforços, tudo depende da causa e da intensidade da lesão valvar, se é leve,
moderada ou grave”, enumera. 

“O exame clínico com ausculta cardíaca minuciosa, em geral levanta a suspeita da presença de sopro cardíaco e a confirmação e a quantifi cação do grau de comprometimento das valvas cardíacas é realizado pelo ecocardiograma com doppler”, complementa.

Diante do resultado deste exame e baseado na história clínica e exame físico, o cardiologista vai formar o seu diagnóstico e defi nir a conduta clínica que vai depender da causa do “sopro”.
“Quanto mais grave a lesão da valva cardíaca mais intensos serão os sintomas, podendo chegar a um quadro de insuficiência cardíaca”, alerta. Assim, os pacientes com sopros devem realizar acompanhamento periódico com o cardiologista que avaliará a necessidade ou não de tratamento clínico medicamentoso ou se existe indicação e o momento ideal para realizar cirurgia. 

Caso exista indicação de cirurgia, Marly destaca que, nos casos mais graves, poderá ser realizada uma plastia ou substituição da valva comprometida por uma prótese biológica ou mecânica. Nos recém-nascidos em que os sopros, em geral, estão associados a defeitos congênitos do coração muitas vezes se aguarda o fechamento espontâneo do orifício de comunicação que ocasiona o sopro ou se planeja a correção realizando o fechamento da comunicação por cirurgia ou intervenção no momento adequado. “Os sopros, portanto, não representam uma doença em si, mas, podem ser a manifestação de uma cardiopatia”, conclui.

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