quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cirurgia é eficaz no tratamento do aneurisma da aorta abdominal

Podendo ficar assintomático por muito tempo, um aneurisma de aorta abdominal provocará dor intensa, vômitos, náuseas, confusão mental e até levar à morte em caso de rompimento

Quando se fala em aneurisma, o mais comum é pensar que é um problema que atinge apenas o cérebro. Mas não, esta  doença pode se desenvolver em qualquer parte de um vaso sanguíneo, sendo os mais comuns os aneurismas cerebrais e os aneurismas de aorta abdominal e este último é o tema abordado por esta matéria. “Trata-se de um enfraquecimento seguido de dilatação da parede da artéria aorta em seu trajeto intra-abdominal (dentro do abdome). Tem gravidade extrema, com tendência a aumentar de tamanho com o passar do tempo”, alerta o cardiologista Plauto José Gouvêa.

Embora ainda não tenha causas bem definidas pela medicina, o cardiologista diz que as pessoas com maior risco de desenvolver aneurisma são os diabéticos, hipertensos, fumantes, portadores de níveis elevados de colesterol, obesos, portadores de doenças em outras artérias do corpo, idosos e aquelas que têm casos de aneurismas em parentes próximos.

O cardiologista diz que o diagnóstico pode ocorrer em um exame médico de rotina. “O médico pode perceber o aneurisma ao palpar ou auscultar a região abdominal, e também na palpação dos pulsos no abdome e membros inferiores”, destaca, complementando que os exames mais utilizados para confirmar o diagnóstico são ultrassom abdominal, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética.

Segundo ele, os aneurismas se desenvolvem por muito tempo de forma lenta e sem sintomas. “Quando esses aparecem, podem ser dor na região abdominal e sensação de pulsações nessa região”, afirma, acrescentando que, nos casos de complicações, podem surgir dor intensa e persistente, náuseas e vômitos, suor frio, confusão mental, perda de consciência, palpitações, queda acentuada da pressão arterial e pode levar à morte.

Plauto Gouvêa informa que o tratamento dependerá de vários fatores. Em aneurismas menores e que estejam evoluindo lentamente, o tratamento pode ser clínico, com acompanhamento regular por meio de exames para monitorar o seu crescimento. “Nesse caso é necessário controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose, bem como abandono total do tabagismo e da ingestão de bebidas alcoólicas”, frisa. Em aneurismas maiores (geralmente com diâmetro acima de 5 centímetros) ou que estejam crescendo rapidamente, indica-se o tratamento cirúrgico. “Há duas formas de cirurgia mais indicadas: cirurgia aberta, com um grande corte no abdome, onde o segmento doente da artéria é substituído por um novo segmento de material sintético, como o Dacron, por exemplo; e implante de um stent, através de prótese introduzida pela artéria femoral, sem corte no abdome. Esta última técnica dificilmente é utilizada em casos complicados por ruptura e sangramento do aneurisma”, relata.

De acordo com o médico, a complicação mais temida é a ruptura do aneurisma, com sangramento grave e risco iminente de morte. Mas podem ocorrer outras complicações, como embolia para outras artérias (dos rins e membros inferiores), choque por queda da pressão arterial, insuficiência renal, ataque cardíaco e derrame cerebral. “A cirurgia tem êxito em grande parte dos casos, desde que não seja realizada por complicação grave, como ruptura do aneurisma”, conclui.

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