sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Batalha pela recuperação

A órtese tem sido uma boa alternativa para Hudson Araújo, que luta para recuperar movimentos perdidos em um acidente

No dia 8 de setembro de 2012 a vida parou para o estudante de gestão pública Hudson Carlos Brandenburger Araújo, 22 anos. Ao dobrar uma esquina conduzindo sua moto se deparou com um carro estacionado de forma irregular. Quando estava ultrapassando este automóvel, saiu uma criança correndo de detrás do carro. Para não atingir a criança, jogou a moto para o lado e, com a queda sofreu um rompimento do nervo fibular da perna direita, que se encontra na região posterior ao joelho. “Não sei exatamente como aconteceu o corte, porque eu desmaiei. Quando acordei já estava no hospital”, relembra.

Hudson se submeteu a uma cirurgia e, apesar do nervo ter sido reconstituído com sucesso, perdeu parcialmente a movimentação do pé direito. “Meu pé ficou em posição de equino, vulgarmente conhecido como pé caído”, detalha, explicando que agora está fazendo sessões de fisioterapia tem fé em Deus de que terá os movimentos perdidos.

No dia 19 de outubro começou a utilizar a órtese Walk On, feita em fibra de carbono. “A órtese tem o objetivo de deixar meu pé na posição de 90 graus, facilitando meu caminhar e impedindo que eu force o nervo que ainda está sensível”, explica. Embora tenha tido um pouco de dificuldade para se adaptar, Hudson diz que a órtese permite que ele ande com tênis e sapato.

A órtese começa na panturrilha, com um alcochoado que se transforma em um ferro fino, que se assemelha a um equipamento cirúrgico, e é finalizado pelo desenho do calcanhar com uma palmilha de aço, que se encaixa dentro do calçado. “Até eu começar a utilizá-la, eu tinha uma vida de deficiente físico. A forma de andar era diferente, notava-se que eu tinha sofrido um acidente. Com ela, é bem diferente. Pois se eu tampá-la, ninguém percebe que sofri uma lesão. A órtese me trouxe naturalidade”, comemora.

“No começo, o caminhar foi bem estranho, mas a órtese me permite fazer movimentos como se eu não tivesse sofrido o acidente. O mais difícil foi a questão de me acostumar com um pedaço de ferro no meio da minha perna. Mas se eu colocar uma calça, ninguém percebe que eu sofri o acidente. Tenho uma vida normal”, considera.

Assim, ele já voltou à academia e até a andar de bicicleta, atividades que tem feito se esforçando para poupar a perna direita. Agora, sonha em voltar a jogar bola. Hudson tem grande esperança de que recuperará 100% dos movimentos. “A recuperação depende do organismo e da fé da pessoa. Confio  em Deus e sei que isso é provisório. A fisioterapia é intensa. Faço todos os dias da semana, menos domingo, por volta de uma hora e meia por dia. Também complemento o tratamento com medicação. Há uma grande possibilidade, e creio eu é o que acontecerá, de reaver totalmente os movimentos e não precisar mais da prótese”, acredita.

Segundo ele, no processo de aceitação do acidente, o apoio da família foi fundamental. “Meus pais estiveram o tempo todo ao meu lado, principalmente meu pai, me ajudando bastante. Se não fosse a presença e força deles, eu teria entrado em depressão. Ainda sou novo. Tenho um filho de 1 ano e 8 meses. Passou um milhão de coisas em minha cabeça, por causa do acidente. Mas tenho fé que me recuperarei em breve. Ainda tenho bastante o que viver”, reitera.

Revista Ortopedia em Goiás, outubro de 2012.

Um comentário:

  1. Gostaria muito de ter contato com o Hudson para que eu possa saber como ele está hoje, tenho um filho de 16 anos passando pelo mesmo problema e está desmotivado por ver o pé sem movimento. Teriam notícias dele hoje? Obrigada Elisabeth

    ResponderExcluir