segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A neurocirurgia goiana desde os primórdios


 A união de neurologistas e neurocirurgiões na década de 70 foi fundamental para o exercício e crescimento das duas especialidades em Goiás 

Por Wolney Ronaldo Silva | Neurocirurgião

A neurocirurgia Goiana iniciou em 1961 com a chegada à Goiânia do Dr. Orlando Martins Arruda, com formação neurocirúrgica no Hospital Vera Cruz, (Belo Horizonte), no serviço do Dr. José de Araujo Barros e do Dr. Francisco José Rocha (1º neurocirurgião de Minas Gerais).

Em 1962 chegou a Goiânia o Dr. Paulo Afonso do Egito Guimarães, discípulo do Dr. José Ribe (Ribeiro) Portugal, 1º neurocirurgião brasileiro (1928) Rio de Janeiro, concentrando seu serviço na Faculdade de Medicina. A seguir veio o Dr. Samir Helou, fundador da clínica Santa Mônica e o 1° a trazer  na década de 1970, o 1º Tomógrafo para Goiás após treinamento em Paris – França; isto representou um imenso avanço tecnológico para a neurocirurgia, sendo abandonadas as angiografias carotídianas, pneumoencefalografias, ventriculografias e mielografias. Em 1969 vieram: Dr. Rui Ignácio Carneiro, Dr. Henrique da Veiga Lobo e Dr. Valter da Costa, provenientes também do serviço do Dr. Jose Araújo de Barros, e os neurologistas Dr. Sebastião Eurico de Melo Souza e Dr. Roberto Arão Gomes.

Em 1970 fui para Anápolis, me tornando o primeiro neurocirurgião do interior de Goiás, com formação em Belo Horizonte no serviço do Dr. José Gilberto de Souza, discípulo do Dr. Francisco José Rocha.

Por alguns anos estes pioneiros de neurologia e da neurocirurgia goiana, trabalharam cada um a seu modo, em locais distintos, transportando seu material neurocirúrgico para cada hospital em que iam operar.

Em viagem à São Paulo, o Dr. Paulo Guimarães, Dr. Sebastião Eurico e Dr.Abdo Badin discutiram a possibilidade de se unir todos os neurologistas e neurocirurgões de Goiânia, para facilitar a compra de equipamentos caros (difíceis de se comprar isoladamente), e de se conseguir avanços tecnológicos, troca de ideias e condutas, com reuniões e discussão de casos a serem operados. A idéia foi providencial.

Em 1971 se uniram, e foi fundado o Instituto de Neurologia de Goiânia, funcionando inicialmente, por 4 anos, no Hospital São Francisco. Em 1975 iniciaram as atividades no prédio próprio, onde funciona até hoje. Em 1975, após especialização na Universidade de Berlin, o Dr. Luiz Fernando Martins integrou ao grupo e a 1º neurocirurgia extereotáxica para doença de Parkinson foi realizada no dia 13 de fevereiro de 1976. A partir daí houve uma grande projeção nacional, especialmente, pelas cirurgias extereotáxicas, para doença de Parkinson, agressividade e epilepsia, e consequentemente projetando a neurocirurgia goiana.

Neste período integrou ao grupo o Dr. Joaquim da Costa, também ex-residente do serviço do Dr. José de Araújo Barros. Por alguns anos permaneceram somente estes pioneiros na neurologia e neurocirurgia em Goiás.

Neste período foi instituído Residência em Neurologia e Neurocirurgia, no ING e alguns residentes tiveram projeção nacional e internacional, inclusive comandando serviços neurocirúrgicos nos Estados Unidos. Posteriormente foram se desenvolvendo sub-especialidades dentro da Neurocirurgia Goiana tanto nas cirurgias de coluna, como nas cirurgias para epilepsia, cirurgias endovascular,  neuro – endoscópica, e várias novas técnicas extereotáxicas, e os neurocirurgiões goianos as absorveram, e várias equipes neurocirúrgicas se instalaram em hospitais, comandados por excelentes e éticos profissionais, inclusive com a criação serviço de Residência de Neurocirurgia no Hospital Santa Mônica, comandada pelo Dr. José Edison da Silva Cavalcante e de várias outra equipes. Podemos citar alguns exemplos :

 Goiânia
1 – Hospital São Francisco (Dr. Geraldo de Jesus Gonçalves)
2 – Clínica Santa Mônica ( Dr. Durval de Deus Peixoto e Dr. Jose Edison da Silva Cavalcante)
3 – Hospital Santa Helena ( Dr. Carlos Roberto Sampaio de Assis Drummond.)
4 – Hospital Geral de Goiânia
5 – Hospital Santa Genoveva
6 – Hugo ( Hospital de Urgências de Goiânia)
7 – Hospital de Acidentados
Já no interior de Goiás a neurocirurgia se expandiu com a instalação de serviços de neurocirurgia.

Anápolis:
1 – Hospital Evangélico Goiano ( Dr. Wolney Ronaldo Silva, Dr. Paulo César Silva Francisco, Dr. Jean Louis Schopfer Jr., Dr. Paulo Roberto Taveira, Dr. Nivaldo Evangelista Teles, Dr. Chrystiano Fonseca Cardoso, Dr. Alessandro Fonseca Cardoso e Dr. Augusto César Mattos)   
2 – Huana (Hospital de Urgências de Anápolis)
3 – Santa Casa de Anápolis ( Dr. Mário Lúcio Rodrigues da Cunha Filho.)

Rio Verde:
Dr. Leonildes Rocha Oliveira e Dr. Flávio Viana Aleixo)

Mineiros:
Dr. Luiz Eduardo Nogueira de Lima

Aparecida de Goiânia:
Dr. Giordano Queiros Miranda
Dr. Ledismar José Silva
Dr. Marcos Alessandro Leão
Dr. Valdivino José Vieira Junior
Dr. Stevão Freitas Vilela

Em  09/11/1999 foi fundada a Sociedade Goiana de  Neurocirurgia, atualmente com 78 neurocirurgiões, sendo 66 na capital e 12 no interior. A Sociedade Goiana de Neurocirurgia, se fortaleceu com o grande impulso dado pelo Dr. Francisco Antônio Dias Azevedo Bastos e atualmente são organizados congressos anuais para reciclagem e aprendizagem da neurocirurgia, servindo também para congraçamento dos neurocirurgiões, todos com Residência em Neurocirurgia, na sua maioria com Título de Especialidade pela SBN, ABNC e pelo MEC, gozando de alto conceito e competência no meio da Sociedade  da Neurocirurgia Brasileira.
A SGN é atualmente presidida pelo Dr. Sandoval Inácio Carneiro.
   

3 comentários:

  1. Parabéns, pela materia que reflete os alvores e evolução da neurocirurgia no estado de Goiás. Sabendo da transcendência e da notável carência de médicos especialistas neste admirável campo da medicina, não entendemos o porquê no Brasil, nem o Ministério de Saúde e o CFM não possiblitam e incentivam o aumento de vagas para Residência Médica no país. Meu filho está lutando e sacrificando sua juventude na procura de uma oportunidade, mas a concorrência é acérrima e cada vez mais difícil. Será que existiria alguma alternativa para projetar e melhorar o atendimento de nossa população carentee evitar assim evitar a perda ou "fuga" de profissionais competentes? Tereos que fazer algo para evitar isso? Cordialmente Prof. Dr. Marco Tulio A. García-Zapata, MD, PhD (mctulianglobal@gmail.com)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Parabéns Dr. Wolney, gostei muito do seu trabalho sobre o desenvolvimento e a evolução da neurocirurgia no Estado de Goiás. Desejo a todos os pioneiros e aos novos neurocirurgiões muito sucesso. Atenciosamente, José Araújo Barros - neurocirurgiabh.blogspot.com

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