terça-feira, 27 de novembro de 2012

Acidente Vascular Encefálico é diagnosticado com tomografia

Demência vascular pode ser caracterizada como uma síndrome que leva à perda de memória e de outras funções cognitivas. Especialista traz detalhes sobre a doença
HELENA REZENDE diz que os grandes aliados no tratamento desta doença são os novos antiagregantes e dislipidêmicos    
A neurologista e neurofisiologista Helena Rezende Silva Mendonça, doutoranda e mestre em Ciências Médicas, com concentração em Neurologia pela Unicamp (Universidade de Campinas), e professora de Neurologia da Universidade Federal de Goiás, explica que o termo demência refere-se à perda de mais de uma função cognitiva superior (como memória, capacidade de se localizar, saber datas, de reconhecer pessoas e coisas, etc), e que isto ocorre de forma lenta e progressiva. “Quando essa perda é causada pelo comprometimento dos vasos cerebrais levando à destruição do tecido cerebral, é o que chamamos de demência vascular”, esclarece.

A principal causa do problema, conforme a médica, é o Acidente Vascular Encefálico (AVE) isquêmico de repetição. E os fatores de risco o AVE são descontrole da pressão, da glicemia, colesterol elevado e tabagismo.“A cada novo episódio de AVE o paciente apresenta piora do quadro,  ao qual se segue um período de estabilização. Isso gera uma evolução semelhante à descida de uma escada”, compara, acrescentando que também pode ocorrer uma perda cognitiva progressiva com piora contínua por lesão dos pequenos vasos cerebrais, chamada demência microangiopática. “O AVE hemorrágico também pode levar a esse quadro”, completa.

Segundo a neurologista, durante o insulto vascular agudo o paciente apresenta alteração neurológica que varia conforme a função da área cerebral lesada, que pode ser perda da movimentação ou sensibilidade de parte do corpo, alteração da fala, visão, etc, manifestando um quadro típico de AVE. “O paciente progride então para desorientação e perda de outras funções corticais superiores”, relata. O diagnóstico é feito por meio de imagem cerebral – tomografia ou ressonância – associada ao histórico de evolução de doença. Ela diz ainda que existem questionários específicos para auxiliar no diagnóstico clínico.

As demências aumentam a incidência conforme a idade. Assim, os idosos são os mais acometidos e costumam apresentar comorbidades, como diabetes e hipertensão, afirma a especialista. “Em um estudo da USP, feito em 2000, foram encontrados 8% de pacientes do ambulatório de demência com a forma vascular. Acima dos 60 anos as demências aumentam muito a incidência podendo atingir mais de 50% das pessoas acima de 80 anos”, salienta.
De acordo com Helena, a demência vascular exige o mesmo cuidado que o AVE. “No caso isquêmico usa-se anti-agregação, dislipidêmico e controle dos fatores de risco e comorbidades. Essa demência é pouco responsiva aos medicamentos habituais das demais demência, ditas primárias, como é o caso do Alzheimer”, informa.

Para o melhor seguimento das doenças cerebrovasculares, a neurologista diz que os grandes aliados no tratamento desta doença são os novos antiagregantes e dislipidêmicos, mais eficazes na estabilização de placas de colesterol, prevenindo novos episódios vasculares, assim como controle dos fatores de risco. “Campanhas de esclarecimento à população, estimulando os hábitos saudáveis e acompanhamento precoce com neurologista, são muito importantes para reduzir a morbi –mortalidade das demências vasculares”, conclui.

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