sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Fraturas do quadril tem tratamento eficaz

Com o envelhecimento da população, as fraturas secundárias à osteoporose se tornam cada vez mais frequentes e, com isso, as consequências de complicações e comorbidades, afirma especialista


Todos os dias mais de 300 brasileiros sofrem fraturas no quadril e cada um deles dá início a um tratamento que tem custos estimados em R$ 7 mil – valor destinado a sanar as sequelas acarretadas após o tombo. Os dados fazem parte da primeira auditoria sobre osteoporose, realizada pela International Osteoporosis Foundation (IOF) no Brasil e em outros 13 países latino-americanos. Pesquisa mostra ainda que, no Brasil, 20% não sobrevivem após a fratura e 45% perdem a independência.

Segundo o ortopedista Paulo Silva, presidente da SBOT-GO, esta doença que fragiliza a estrutura óssea do organismo é a principal responsável pelo excesso de fraturas do fêmur e da bacia. “A osteoporose é grave porque é uma doença silenciosa e assintomática e as consequências dela é que são sintomáticas”, precisa o médico. “A população brasileira vem aumentando sistematicamente a sua longevidade e este aumento da expectativa de vida acarreta em um aumento pragmático da prevalência da osteoporose, acarretando a possibilidade de fraturas secundárias a esta perda da resistência óssea caracterizando um grave problema de saúde pública”, acrescenta.

Paulo Silva frisa que, com o envelhecimento da população, as fraturas secundárias à osteoporose se tornam cada vez mais frequentes e, com isto, as consequências de complicações e comorbidades  também vêm aumentando. “Tem sido a causa das mortes de muitos pacientes idosos. É bem verdade que a nossa condição de atendimento e tratamentos destes pacientes estão bem melhores, o que tem diminuído esta dolorosa estatística, entretanto devemos sempre considerar estas complicações, uma vez que trata-se de pacientes que já apresentam vários agravantes clínicos”, salienta.

Neste caso, o tratamento cirúrgico de acordo com o tipo da fraturas, podendo ir desde uma fixação da fratura com vários tipos de materiais (placas, pinos-parafusos e outros) até uma substituição  da articulação, denominada artroplastia do quadril. O pós-cirúrgico exige cuidado e o especialista diz que o ortopedista deve estar atento para evitar complicações, sendo que a trombose venosa profunda (TVP) está entre as mais comuns. “Trata-se de uma complicação bastante grave. Portanto, a cirurgia tem o objetivo de permitir uma mobilidade precoce para ajudar a prevenção desta e de outras complicações que são inerentes ao repouso, como por exemplo a pneumonia e escaras de decúbito”, detalha, complementando que, associado a técnicas preventivas mecânicas que facilitem a mobilidade, podem ser prescritas também medidas terapêuticas medicamentosas com o uso de anticoagulantes, analgésicos e antibióticos.

As medidas terapêuticas incluem ainda o uso de drogas que auxiliam na reposição da massa óssea, com o uso de complementos de cálcio e vitaminas, principalmente a vitamina D, uma atividade física orientada e o banho de sol cotidiano, além de um acompanhamento clínico complementar com geriatra, cardiologista e outros especialistas, quando há outras doenças associadas. “Em função desta perda de massa óssea importante, faz com que seu portador seja mais propenso ao desenvolvimento de fraturas, portanto a prevenção é a melhor estratégia para diminuir esta grave patologia. Com o avanço das técnicas médicas-cirúrgicas e clínica, associadas às excelentes métodos de exames complementares e desenvolvimento da indústria farmacológica, melhora das condições sanitárias, propicia-se uma maior sobrevida à população, ratificando ainda mais a necessidade de medidas preventivas, que são os únicos meios eficazes de diminuir a repercussão econômico-social que representa os custos desta doença”, reitera.

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