segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A PRESENÇA da Academia Goiana de Medicina na produção científica em 24 anos de existência

Por Joaquim Caetano de Almeida Netto, presidente da Academia Goiana de Medicina

A construção e a transferência da Capital Federal para o Planalto Central no raiar da década de sessenta foram decisivas para o progresso de Goiás, particularmente na área da Educação e da Saúde, pois ensejaram uma conjuntura favorável para que fosse criada a Universidade Federal de Goiás, que incorporou a recém-nascida Faculdade de Medicina de Goiás, pela iniciativa de uma plêiade de destacados médicos de Goiânia e de Anápolis, sob a liderança da Associação Médica de Goiás, ainda em sua infância.

A consecução desse ousado pleito contou com injente e decisivo esforço de Francisco Ludovico de Almeida Neto, destacado membro da AGM, que atuou junto ao Governo Federal, escudado pelo seu pai, José Ludovico de Almeida, então Governador de Goiás.

À época da fundação da Faculdade de Medicina de Goiás e de sua incorporação pela UFG, o entusiasmo pela pesquisa médica já pontificava entre os médicos goianos, motivado pela circulação da Revista Goiana de Medicina, criada em 1955 pela recém-fundada Associação Medica de Goiás sob a égide do então já prestigiado médico Jofre Marcondes de Rezende, um dos fundadores da AGM. Neste período surgiram importantes e inéditas pesquisas sobre algumas das principais endemias que afligiam o Estado como Doença de Chagas, verminoses e doenças carenciais.

Outro fator decisivo para o crescimento das atividades de pesquisa na área da saúde em Goiás foi a UFG ter contado, desde seu início, com institutos de pesquisa na área básica da saúde, o Instituto de Ciências Biológicas e o hoje Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública que, juntamente com a Faculdade de Medicina, alavancaram a nascente pesquisa médica no Estado.

O entusiasmo, o otimismo, o empenho e a argúcia dos docentes dessas duas instituições ensejaram novas e inéditas pesquisas sobre outras doenças endêmicas como as Leishmanioses, a Blastomicose Sul Americana, a Malária e as Hepatites Virais bem como sobre algumas doenças epidêmicas como a Febre Amarela e a Meningite Meningocócica.

A criação do Mestrado em Medina Tropicalm já em 1976, o primeiro curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Saúde da UFG, foi consequência da emergente pesquisa médica nessa área, outro fato determinante do crescimento rápido da pesquisa na área da Saúde, a partir de então, uma nova e favorável conjuntura que permitiu a inserção de Goiás no Cenário Nacional da Pesquisa e da Pós-Graduação em Saúde, já no início dos anos oitenta.

Nesse alvissareiro cenário foi fundada, em 1988, a Academia Goiana de Medicina, tendo como patronos 40 vultos já falecidos da medicina brasileira e como fundadores, igual número de médicos radicados em Goiás, com reconhecido destaque no exercício da profissão, dentro dos transcendentais preceitos humanísticos e éticos a ela imanentes, ao lado de uma sólida formação científica e cultural.
Embora a AGM tenha como um de seus principais objetivos incentivar os médicos goianos, ou aqui radicados, a desenvolverem e a participarem de trabalhos de pesquisa em saúde, a carência de recursos financeiros impediu sua consecução nos seus 10 primeiros anos de existência.
Apesar desta dificuldade, hoje estamos completando 17 premiações sendo que, a partir 2009 vêm sendo premiados dois trabalhos selecionados pela Comissão Científica da AGM, um deles patrocinado pela Unicred.

A comemoração do aniversário da AGM e a já tradicional premiação estão sendo viabilizadas graças ao efetivo apoio das duas principais entidades médicas do setor privado em Goiás, a Unicred e a Unimed, do Cremego e do Governo do Estado de Goiás, instituições que, em nome dos fundadores, Titulares e Eméritos da nossa Academia apresentamos penhorados agradecimentos.
É demais gratificante para a AGM ter vivenciado e, em maior ou menor grau, contribuído para viabilizar este enorme salto da pesquisa médica nas últimas décadas em Goiás, que resultou em mais de cinco centenas de produções científicas publicadas em revistas nacionais e internacionais de elevada qualificação científica e em livros didáticos nas diversas especialidades médicas, como bem demonstram os dois artigos que ora premiamos, fundamentados em conhecimentos científicos e procedimentos tecnológicos de ponta, publicados em revistas internacionais de “qualis” elevado.

Temos assim motivos para comemorar!


Revista da Academia Goiana de Medicina, outubro de 2012.

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