quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Não tente ler o seu hemograma

De acordo com especialista, o retorno ao médico para avaliação dos resultados do exame é fundamental

Muita gente já perdeu o chão quando, ao pegar o resultado de um hemograma e tentar interpretar aquela sequência de números, se deparou com um índice que parecia fora do normal. Para evitar esses sustos desnecessários, o hematologista Sandro Melim alerta para que por mais “expert” que uma pessoa acredite ser no assunto, ela deve deixar a leitura desse tipo de exame para o médico que o solicitou. “O hemograma é um exame com vários detalhes e índices que se correlacionam. Muitas vezes o que parece ser, não é. Por isso, é preciso saber avaliar os números da forma correta”, ressalta.
 
Ele observa, também, que por ser considerado um exame de rotina, algumas pessoas olham os resultados e, se entenderem que não há nada fora do normal, se convencem de que não é preciso retornar ao médico. “Esse é um grande erro. Por meio do hemograma é possível detectar doenças hematológicas primárias, ou mesmo doenças de outros órgãos e sistemas que apresentem alterações hematológicas”, destaca o médico.  Ele lembra, ainda, que o exame é um excelente procedimento de triagem, pois fornece dados importantes que podem apontar a presença de outras enfermidades.

Por meio do hemograma, são analisadas as quantidades específicas de glóbulos vermelhos, plaquetas (responsáveis pela coagulação) e glóbulos brancos, bem como suas características morfológicas (formato, tamanho, consistência, etc.), além de alterações na qualidade de hemoglobina. Entre os distúrbios mais comuns detectados pelo exame estão a anemia – diminuição do número de hemácias e/ou hemoglobina – e a neutropenia – diminuição  do número de neutrófilos, que é um tipo de glóbulo branco.Sandro Melim acrescenta que diversas condições, desde situações simples, como deficiências nutricionais, até situações potencialmente graves, como leucemias e outros tipos de cânceres, podem levar a essas alterações.

Ao contrário do que muitos pensam, atualmente, não existe diferença entre o hemograma simples e o completo. “A maioria dos hemogramas simples mostram todas as informações necessárias à interpretação do exame. Assim, o termo completo não significa que serão realizadas pesquisas adicionais, como colesterol, glicose, tipo sanguíneo ou teste de HIV”, informa o médico.

Tecnologia
Os avanços tecnológicos são de grande importância para a confiabilidade dos resultados de um hemograma. Hoje, os laboratórios já possuem equipamentos de funcionamento mais estável e que proporcionam leituras com maior precisão. “A automatização da realização desse exame, com controle de todas as etapas do processo, é um grande ganho em termos de biossegurança para os profissionais dos laboratórios”, garante. Outro ponto importante, enfatiza o médico, é que os avanços na área vêm permitindo a descoberta e o estudo de novos índices relacionados às células do sangue, que futuramente podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento de diversas  doenças.

Revista Condomínios, agosto de 2012.

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