terça-feira, 7 de agosto de 2012

Osteopatia assegura qualidade de vida

Terapia se baseia no diagnóstico diferencial, bem como no tratamento de
patologias, tendo como ênfase a integridade estrutural e funcional do corpo
THIAGO MUSTAFÁ destaca que o sucesso do tratamento depende da amplitude da lesão
A osteopatia está sendo cada vez mais difundida no mundo por se tratar de uma técnica que compreende o indivíduo como um todo, sendo formada por uma complexa teia de conhecimento técnico aliada ao tratamento não somente sintomático, mas enfatizando a prevenção e,
consequentemente, assegurando mais qualidade de vida.

De acordo com o fisioterapeuta Thiago Mustafá, especialista em Reabilitação Ortopédica, a terapia consiste, em traços gerais, na capacidade de diagnóstico das restrições de mobilidade, que por
vezes são sutis e na aplicação manual de um conjunto de técnicas, dirigidas aos diferentes tecidos, tais como à coluna vertebral, crânio, articulações, músculos e órgãos. “O osteopata sabe como funciona o organismo quando está saudável.

A avaliação do paciente é feita com base num conhecimento profundo das ciências como a anatomia, a fisiologia e a biomecânica”, explica Thiago. “Desta forma, o osteopata, usando inclusive todos os meios de diagnóstico necessários, consegue detectar quais as restrições da mobilidade que o paciente apresenta e o que poderá fazer para reequilibrá-lo”, complementa. Assim, a primeira sessão
de osteopatia é composta de um exame completo que inclui anamnese, palpação, inspeção, territórios cutâneos nervosos, etc. Em seguida, o exame osteopático evidenciará todas as alterações mecânicas
do aparelho locomotor, essencialmente na pelve e na coluna vertebral. “Após essa avaliação cuidadosa, precisa, completa e global, o osteopata tenta estabelecer as cadeias lesionais do paciente. 

Por exemplo, desde a entorse do tornozelo até a dor do pescoço pode ocorrer uma série de desequilíbrios e lesões osteopáticas sedimentadas pelo tempo”, detalha. “Tratar essas lesões e esses
desequilíbrios será, no caso, a chave do tratamento do pescoço. Uma sessão dura 50 minutos, com a presença constante do osteopata, tempo necessário para utilizar todos os recursos terapêuticos, obter um efeito nos tecidos moles periarticulares, sedar a dor e adaptar-se ao paciente, pois cada caso é um caso”, acrescenta. 

De acordo com ele, o osteopata utiliza uma técnica específica para cada tecido
(osso, ligamento, músculo, víscera) a partir das constatações feitas no exame preliminar. Ele especifica que existem duas grandes famílias de técnicas manuais: as estruturais, que corrigem, por exemplo, uma disfunção vertebral com uma técnica de thrust de pequena amplitude e de
alta velocidade; efetuam decoaptações articulares axiais leves chamadas de
pompage, ou que alongam um músculo espasmado com uma técnica de stretching rítmico; e as funcionais, que podem tratar uma compressão nervosa ou vascular com a técnica dos pontos-gatilhos de Jones.

“Além delas, pode-se destacar as técnicas estruturais de articulação baseadas na construção de alavancas adaptadas e as neuromusculares de Stanley Lief, bastante úteis para harmonizar as tensões faciais”, detalha.

RESULTADOS
Mas Thiago Mustafá avisa que o sucesso da terapia depende ainda da cronicidade e amplitude da lesão, bem como da capacidade e da eficiência dos mecanismos de cura do paciente. Por isso, as técnicas aplicadas diferem de paciente para paciente, respeitando particularidades como idade, resistência, condição física geral e, naturalmente, o tipo e localização da lesão. Dores vertebrais são os motivos mais frequentes de consultas, tais como torcicolos, cervicalgias, dorsalgias, lombalgias agudas e crônicas, desequilíbrio da pelve, falsa ciática e hérnias discais. 

O osteopata diz que a terapia é indicada também para dores dos membros superiores, como nevralgias cervicobraquiais, p e r i a r t r i t e s e s c a p u l o u m e r a i s , parestesias, cotovelo de tenista, lesões por esforços repetitivos, síndrome de compressão torácica, e em algumas dores do membro inferior, como ciáticas, tendinites e entorses. 

As contraindicações são em casos de reumatismos de origem inflamatória, câncer ósseo, fraturas e certas vertigens por insuficiência vértebro-basilar. Em caso de osteoporose avançada, somente técnicas mais específicas podem ser indicadas.

Revista Ortopedia em Goiás, agosto de 2012.

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