sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Demência Vascular atinge principalmente idosos acima de 65 anos

 Segundo tipo mais comum de demência, sendo a primeira por Alzheimer, a doença é causada por acidente vascular encefálico associado a fatores de risco cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias e cardiopatia isquêmica



Segunda causa mais comum de demência em idosos, perdendo apenas para a doença de Alzheimer, a demência vascular é um conjunto de sinais e sintomas caracterizados  por comprometimento de múltiplas funções cerebrais que causam déficit significativo nas atividades profissionais, ocupacionais e sociais do indivíduo.

Com prevalência em pacientes acima dos 65 anos, a doença é causada por acidente vascular encefálico associado a fatores de risco como hipertensão arterial, arritmias, cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca congestiva, hipotensão ortostática, diabetes mellitus, tabagismo e hiperlipidemia.

Segundo o geriatra Alberto Carlos Souza Cajui, preceptor da residência médica em geriatria do Hospital de Urgências de Goiânia, a demência vascular é uma síndrome que envolve múltiplos fatores de risco cardiovasculares e suas complexas interrelações.

Para ele, a doença leva a um grande impacto econômico e social, que podem ser reduzidos por meio de investimentos em programas de prevenção primárias ligados as doenças cardiovasculares. “Cerca de 10% das demências diagnosticadas estão relacionadas à demência vascular e mais de 7% dos idosos no Brasil são portadores da doença”, alerta.

Alberto Carlos explica que a demência vascular representa declínio aos níveis prévios de funcionamento corporal na ausência de alteração de consciência, provocada por lesões cérebrovasculares sem alterações neurodegenerativas. Os sintomas podem ser mentais, comportamentais e motores. “Entre os fatores psicológicos destacam-se a depressão, labilidade emocional, ansiedade, agitação e apatia. Em relação às atividades motoras, o paciente pode ter desequilíbrio, distúrbio de marcha e paralisia de membros”, exemplifica.

Dentre os sintomas mentais estão prejuízo de memória, lentidão do processamento da informação, planejamento, organização e abstração. O geriatra completa o quadro listando a incontinência urinária, dificuldade de realização de tarefas e fala. “Trata-se de doença progressiva que possui evolução variável, podendo  levar o doente a perder sua independência física e mental e até mesmo a imobilidade total”, ressalta.


Abordagem multidisciplinar

A demência vascular deve ser diagnosticada por meio da avaliação médica com equipe multidisciplinar, fundamentada no histórico clínico do paciente, exames físicos, complementares e  por imagem como tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. “É fundamental que os vários profissionais da saúde acompanhem o paciente como cardiologista, geriatra, neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e nutricionista”, destaca.

A doença possui alta complexidade e em seu tratamento são realizadas duas etapas. A primeira é o controle dos fatores de riscos cadiovasculares como  hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia e cessação do tabagismo e do álcool. Logo após, são utilizados medicamentos específicos para demência como anticolinesterásicos e a memantina que atuam aumentando a performace dos neurônios danificados.

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