sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sedentarismo e dieta inadequada são as principais causas do câncer de intestino

O  cirurgião do Serviço de Coloproctologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), responsável pelo ambulatório de câncer colorretal do Hospital das Clínicas da UFG Ranière Rodrigues Isaac afirma que aumentaram muito os casos de câncer de intestino no Brasil e as fatais previsões para este ano são de mais de 30 mil novos casos e alerta: “O câncer de intestino costuma ter um longo período assintomático”.


Incidência do câncer de intestino
O Brasil vivencia hoje um alarmante aumento na incidência do câncer de intestino – também chamado câncer colorretal). Estima-se, para 2012 mais de 30 mil novos casos. No Estado de Goiás o câncer de intestino é o terceiro mais freqüente em ambos os sexos com cerca de 13 casos para cada 100 mil habitantes. Esta situação é injustificável uma vez que a maioria das lesões pode ser prevenida por meio das técnicas de rastreamento já disponíveis até mesmo no sistema público de saúde.

Fatores de risco
São fatores de risco para o câncer colorretal (ou câncer de intestino): idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio, obesidade e sedentarismo.

Avaliação dos fatores de risco

É possível estimar gratuitamente o risco individual de câncer intestino no site da Abrapeci (Associação Brasileira para Prevenção do Câncer de Intestino): abrapeci.org ou no site da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia): sbcp.org.br

Sintomas são tardios
É importantíssimo divulgar que o câncer de intestino tem, na maioria das vezes, um longo período assintomático em que a lesão é benigna e chamada de pólipo colorretal. Após a degeneração dos pólipos (cerca de 5 a 10 anos em média) podem surgir sintomas como anemia de origem indeterminada, alterações do hábito intestinal (diarréia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com cólicas ou gazes, sangramento nas fezes, alteração do formato das fezes ou sensação de evacuação incompleta.

Diagnóstico dos pólipos previne o câncer
Como o câncer de intestino (colorretal) é antecedido por lesões benignas, os pólipos adenomatosos, é possível a prevenção do câncer por meio de métodos para o rastreamento e retirada dos pólipos, uma vez que estes são geralmente assintomáticos. O câncer de intestino pode ser completamente evitado através de uma busca ativa e retirada dos pólipos.
Indica-se a pesquisa do sangue oculto nas fezes (que é um exame de fezes para detectar sangue invisível a olho nu) ou a colonoscopia, sendo esta indicada como rotina de prevenção no mínimo uma vez após os 50 anos de idade, mesmo em pessoas assintomáticas.

Tratamento
Se o diagnóstico ocorre na fase de pólipos, o tratamento é a remoção endoscópica por meio da colonoscopia (endoscopia do intestino grosso). Quando já existe câncer, o tratamento é inicialmente cirúrgico, retirando-se a parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos próximos à lesão. Poderá ser necessário complementação com quimioterapia ou radioterapia.


Mudanças de hábitos de vida
Alguns hábitos de vida aumentam o risco do surgimento do câncer de intestino. Deve-se preferir dieta rica em vegetais e laticínios e pobre em gordura (principalmente saturada), praticar atividade física regularmente e evitar o consumo excessivo de carne vermelha e o tabagismo.

Sucesso no tratamento
Nas fases iniciais o câncer de intestino é totalmente curável. Os índices de sucesso dependem do estadiamento da lesão, ou seja, do tamanho, localização e extensão do tumor. As chances de cura diminuem quando a doença se espalha.


Brasil está na vanguarda das pesquisas na área
Com o desenvolvimento das técnicas de cirurgia endoscópica (através da colonoscopia) e da videolaparoscopia, e da própria cirurgia convencional usando-se grampeadores mecânicos, é possível oferecer procedimentos terapêuticos menos mutilantes com maior preservação do intestino grosso e reto, evitando-se muitas vezes a colostomia (que é a exteriorização do intestino na parede do abdome para o desvio das fezes). Também se popularizaram esquemas de quimioterapia mais eficientes que permitem a cronificação de casos antes considerados sem tratamento. Para as lesões retais, a terapia combinada ou neoadjuvante (quimioterapia e radioterapia pré operatórias) permitem em muitos casos a completa regressão da lesão, até mesmo evitando a cirurgia. Vale lembrar que o Brasil está na vanguarda do tratamento do câncer de intestino com produção científica extensa respeitada internacionalmente.





Revista Vida Nova








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