segunda-feira, 2 de abril de 2012

Obstetra goiano recebe homenagem por estudo realizado na década de 80

Congresso Brasileiro de Cirurgiões confere o título de Emérito ao ginecologista obstetra Cláudio José Maciel

Presidente anterior TCBC GASPAR DE JEUS LOPES FILHO, CLAUDIO MACIEL e o 1° vice-presidente TCBC ARMANDO DE OLIVEIRA E SILVA e atual presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Este estudo preliminar foi desenvolvido na clínica obstétrica do Hospital Geral do Inamps em Goiânia (atual Hospital Geral de Goiânia) e o trabalho foi publicado na Revista Espanhola de Obstetrícia y Ginecologia, Tomo XLII, novembro 1983, Valência. Este foi um dos trabalhos, juntamente com outras publicações e trabalhos, que deram origem ao título de Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões ao obstetra Cláudio José Maciel, agraciado em solenidade durante o Congresso Brasileiro de Cirurgiões em Fortaleza. Confira o quanto a pesquisa do médico continua atual.

Resumo
Cesariana extra-peritoneal

Na Clínica Obstétrica do Hospital Geral do Inamps, em Goiânia-GO, a cesariana extra-peritoneal foi indicada com a intenção de diminuir a alta mortalidade das grávidas em trabalho de parto por infecção. Foi empregada a técnica de James Francis Norton, por nós modificada, ou seja, a via de entrada lateral à bexiga pelo espaço para vesical. Mesmo com o uso de modernos antibióticos, a morbidade materna nos casos infectados ou potencialmente infectados era muito alta naquela década e ainda o é até hoje. Sepsis puerperal severas, depois de cesarianas transperitoneais em pacientes infectadas, principalmente envolvendo germens anaeróbios, fez com que nos dedicássemos à cesariana extra-peritoneal, para evitar essas infecções maciças. A declaração de Reid, quando dizia que “un obstetra para ser qualificado como especialista, deveria ser capaz de executar esta operação”, continua atualíssima neste ano de 2012. A controvertida afirmação de que o uso de antibiótico diminuia a morbidade e mortalidade materna nas cesarianas transperitoneais, nos cados infectados, paralisaram o desenvolvimento da cesariana extra-peritoneal por quase 70 anos, infelizmente. Isto continua atual. Os antibióticos de última geração e todo o arsenal moderno da medicina atual não conseguem diminuir a alta morbidade. E quando a paciente se salva, fica com gravíssimas sequelas e uma grande porcentagem vai a óbito após bastante sofrimento. Conseguimos mostrar em nosso trabalho que a cesariana extra-peritoneal é um procedimeno rápido, tanto quanto a cesariana transperitoneal. Naturalmente, o obstetra precisa ter sólidos conhecimentos de cirurgia urológica, o que deve fazer parte de sua formação. Somos favoráveis a que o uso da cesariana extra-peritoneal seja estendida a todas as pacientes que tenham indicação de cesariana em seus partos.

Revista da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia,  março de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário