terça-feira, 3 de abril de 2012

Academias do Centro-Oeste debatem itens fundamentais para o pleno exercício da medicina

FAUZI ADRI, presidente da Academia de Medicina do Mato Grosso do Sul
VICENTE HERCULANO DA SILVA, presidente da Academia de Medicina do Mato Grosso
JOSÉ LEITE SARAIVA, presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina 

Em parceria com as Academias de Medicina do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, a AGM promoverá, no dia 4 de maio, o I Seminário das Academias de Medicina do Centro-Oeste, que será sediado no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.
“Esta é uma maneira de proporcionar intercâmbio salutar entre estas Academias, aprimorando suas atividades face aos questionamentos atuais do trabalho médico, diante dos desafios que a atenção à saúde merece e está a exigir”, analisa o presidente da Academia de Medicina do Mato Grosso do Sul, Fauzi Adri.

“A realização do 1º Seminário das Academias de Medicina da Região Centro-Oeste, liderado pela Academia Goiânia de Medicina, abre uma perspectiva extremamente favorável para o desenrolar de um processo de interação com as demais coirmãs, no sentido de trocas de ideias e experiência. Servirá, também, como uma ferramenta indispensável para a consolidação da História da Medicina do Brasil”, avalia o presidente da Academia de Medicina do Mato Grosso, Vicente Herculano da Silva.

O tema central do evento é como proporcionar à formação do médico uma cultura humanística. Vicente Herculano acredita que esta é uma oportunidade de se estabelecer um debate sobre o descompasso entre o avanço da ciência JOSÉ LEITE SARAIVA, presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicinae da inovação tecnológica a serviço da medicina e os postulados éticos insubstituíveis que solidificam os princípios hipocráticos a serviço da humanidade.

Já para Fausi, esta cultura humanística só será implantada se for assegurada às Faculdades de Medicina as condições mínimas necessárias ao seu pleno funcionamento, incluindo currículo, carga horária, hospital-escola, corpo docente qualificado e inclusão de ética médica, além das questões de humanidade na relação médico-paciente. “É preciso fiscalizar faculdades e exames de avaliação do curso aos estudantes, ao final do 2º ano, do 4º ano e do 6º ano, aprovado pelo MEC. Outro ponto que pode favorecer esta formação é conceder aos Conselhos Regionais de Medicina e às Academias condições de estabelecer parcerias para contribuir com suas experiências, no ensino médico aos estudantes e desenvolver trabalhos de interesse da comunidade local”, frisa.

O presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina, José Leite Saraiva diz que o seminário confirma o acerto da decisão tomada em Assembleia Geral quando da reforma do Estatuto e Regimento Interno da FBAM por todos os presidentes das filiadas, instituindo as sete vice-presidências Regionais: N1, N2, NE1, NE2, CO SE e S. “A finalidade é não só de descentralizar o processo técnico-científico da entidade, como e principalmente, aproximar o relacionamento das Academias Regionais e o permitir o intercâmbio científico entre elas, como ocorre neste I Seminário. Louvo, assim, a primeira iniciativa da vice-presidência regional do Centro-Oeste, presidida pelo Acadêmico Joaquim Caetano A. Netto, presidente da Academia Goiana de Medicina”, elogia.

José Saraiva considera que o exercício da profissão médica é uma missão muito peculiar e sem dúvida, exige sacrifícios e uma conduta sacerdotal por quem a prática. “O preparo médico, por mais completo que seja em ciências naturais e em tecnologia, é absolutamente incompleto sem a formação humanística; tal preparo é míope, tacanho e perigoso. Não existe ato médico sem fundamento científico, mas sem fundamento humanístico ele também não existe”, filosofa. “O Prof. Jair Santos disse: ‘A educação médica humanística implica na formação de um profissional, o médico deve apresentar certas características que o qualifiquem para o cumprimento de seu objetivo, o paciente como pessoa, assumindo responsabilidade não só quanto à doença, mas quanto à recuperação, preservação e promoção da saúde’. Penso que formar um médico, é gratificante, mas educá-lo e reintegrá-lo na vida social, familiar e profissional é tudo”, conceitualiza.

Revista da Academia Goiana de Medicina, março de 2012.

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