terça-feira, 27 de março de 2012

"O mercado cultural do nosso Estado é extremamente promissor"

Historiador, compositor e professor, Nasr Nagib Fayad Chaul possui nove livros publicados sobre a História de Goiás. Foi presidente da Agepel por quase oito anos, liderando conquistas como a criação dos Centros Culturais de Catalão e do Oscar Niemeyer, Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental (Fica), Bienal do Livro, Canto da Primavera e da Temporada Nacional de Teatro de Porangatu (Tenpo)

As multi-atividades de NASR CHAUL: historiador, compositor, pai, marido e professor, não o atrapalharam a se dedicar com afinco para o desenvolvimento cultural do Estado
Historiador, compositor e professor, Nasr Nagib Fayad Chaul possui nove livros publicados sobre a História de Goiás. Foi presidente da Agepel por quase oito anos (1999 - 2007), liderando conquistas como a criação dos Centros Culturais de Catalão e do Oscar Niemeyer, Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental (Fica), Bienal do Livro, Canto da Primavera e da Temporada Nacional de Teatro de Porangatu (Tenpo). Em ação conjunta, trabalhou em prol do reconhecimento da Cidade de Goiás como Patrimônio Mundial e da regulamentação da Lei Goyazes. Atualmente, é Chefe do Gabinete Gestor do Centro Cultural Oscar Niemeyer.

Reconhecimento
Receber o prêmio possui grande importância. Acredito que ele se deu pelo nosso histórico de ações e inserções na vida cultural do Estado, produzindo e promovendo cultura. Sinceramente não esperava que meu nome fosse constar de uma lista como esta e fico extremamente orgulhoso, não só pela lembrança e votação, mas pela qualidade dos votantes que valorizaram, junto com a Contato Comunicação, nosso trabalho realizado ao longo de décadas.

O interesse pela política

Interesso pela política como historiador, como cientista social, ao longo de 30 anos como professor doutor titular em História do Brasil da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás (UFG). Nunca me interessei por cargos políticos propriamente ditos. Aceitei o convite do Governador Marconi Perillo, no final de 1988, e fiz duas solicitações: recursos e liberdade de nomear minha equipe. Recebi do governador não só estas duas como um leque de possibilidades que jamais imaginei numa área como a cultura.


A cultura em Goiás
O mercado cultural do nosso Estado é extremamente promissor, com os empresários entendendo melhor a economia da cultura, com os artistas se organizando em associações, com o governo ampliando suas políticas públicas e a arte e criatividade tendo leis de incentivo que antes não existiam. A existência de um Conselho de Cultura ativo também é importante, bem como a inserção de Goiás, cada vez mais, no Sistema Nacional de Cultura e na Política de Economia Criativa. Não existem resultados onde não há nada pra se investir. Tudo o que foi e tem sido feito se deve ao fato primordial da existência de uma vida cultural ampla, pujante em Goiás. Cultura é trabalho de equipe, de luta e de talentos à prova. Vivemos numa capital de 78 anos, uma metrópole de forte vida urbano-rural, de sertão e litoral, de campo com cidade. Somos frutos dessa diversidade e dessa multifacetagem de tradição e modernidade, o que é significativo pra entender nossa memória e nossas tradições.

O exercício de ser pai, marido e trabalhador
Aprendi muito com o governo, acho que todo cientista social deveria ter também essa escola prática. Cooperei com meu trabalho e procurei conciliar minha vida pessoal com tudo isso. Não é fácil, tenho filhos, esposa, e eles careceram uma maior atenção, mas procurei compensar com a máxima convivência no menor tempo disponível. Aprendi, com o tempo, a separar casa de governo, nem sempre foi possível, mas aprendi a conciliar. Quanto à política, fui aprendendo a ser um intelectual no poder, sabendo de meus limites e mantendo minhas convicções. Conquistei muitos amigos e admiro muitos colegas que são grandes homens públicos. Foi e é um grande aprendizado. Assim, acaba que um universo se adapta ao outro, você tira lições de ambos, um se aplica na vida prática do outro. É preciso saber socializar os conhecimentos.

A influência da música
Tenho uma vida dedicada à cultura, onde trabalho por mais de 30 anos como compositor. A música sempre me acompanhou e procurei devolver a ela, com gratidão e afeto, tudo o que sempre me proporcionou, não desistindo nunca, compondo sempre. A inspiração vem na mesma proporção da transpiração. Requer esforços, visão de mundo, cultura, observação, leitura e trabalho, muito trabalho. Acho que minha vida como letrista é que, na maior parte das vezes, embala minhas outras atividades. Tudo é inspirador, depende de sua captação do cotidiano e de sua dimensão cultural. Tenho orgulho de minha obra como historiador e como compositor, tudo sempre foi feito com dedicação e muito amor.

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