sexta-feira, 23 de março de 2012

O defensor do patrimônio público

Conhecido por sua ligação com o movimento em defesa dos trabalhadores do transporte alternativo, Elias Vaz está sempre pronto a lutar por causas que beneficiem os menos favorecidos, bem como a fiscalizar o uso que se faz do dinheiro público

ELIAS VAZ: "Acredito que é por meio da transformação na política que devemos lutar por uma sociedade mais justa"
O goianiense Elias Vaz de Andrade (PSOL), bacharel em Direito e técnico em Eletromecânica, é vereador por Goiânia há 11 anos. Em sua primeira legislatura, em 2000, obteve a maior votação do cargo na história da cidade, com 14.237 votos.  A razão para um número tão expressivo data de 1997, quando ingressou no movimento, ainda embrionário, para a criação do transporte alternativo em Goiânia.

Elias Vaz participou com os trabalhadores do alternativo de duas greves de fome. A primeira foi feita no início do mês de maio de 1999 e durou 13 dias. Nesse período, um dos companheiros de luta foi brutalmente assassinado pela polícia militar. A segunda greve de fome aconteceu em Brasília, em maio de 2003, na porta do Congresso Nacional. Durou 15 dias. Elias Vaz contribuiu na construção da Cooperativa de Transporte do Estado de Goiás (Cootego), que hoje garante minimamente o sustento de 400 famílias. Assim, ainda durante a luta pelo transporte foi eleito pela primeira vez vereador por Goiânia, em 2000, e foi reeleito duas vezes.

Para ele, foi justamente a retirada do transporte alternativo das ruas de Goiânia que representou o momento mais complicado de sua carreira. “Após  a implantação do sistema, defendi arduamente que fossem implantadas melhorias no Transporte Alternativo que passava por diversos problemas. Porém, o sistema foi extinto e prevaleceu a força do poder econômico. Foi um golpe duro para mim e centenas de trabalhadores”, lamenta.

Em 2004 foi reeleito vereador e desde essa eleição vem trabalhando na construção do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), inclusive, fazendo parte, atualmente, da diretoria nacional do partido. Na condição de parlamentar sempre se destacou na Câmara Municipal de Goiânia pelo exercício de seu papel fiscalizador em defesa do Patrimônio Público com denúncias consistentes, a mais recente delas foi o que ficou conhecido como "Caso Mutirama". Já foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara e da Comissão Mista (as principais comissões da casa) e atualmente ocupa a presidência da Comissão da Criança e do Adolescente na Câmara.

Segundo ele, um dos momentos mais importantes em sua trajetória foi quando assumiu a relatoria do projeto do Plano Diretor de Goiânia. “Foi uma tarefa muito rica em aprendizado, de responsabilidade e bastante gratificante. Um outro momento importante está acontecendo agora, que é o recente despertar da sociedade sobre a importância do combate à corrupção e de que isso não é uma situação normal, e precisamos lutar e ter coragem para combater esse mal”, convida.

Para este ano, Elias comenta que as eleições municipais são sua prioridade, mas que nem por isso deixará de se qualificar e aprender mais. “Seja para usar o conhecimento a serviço do combate à corrupção, seja para trazer soluções para os principais problemas de Goiânia”, destaca. O fato de ter sido o mais influente na categoria Vereador no 2° prêmio dos Mais Influentes da Política em Goiás faz com que ele se sinta ainda mais responsável em continuar os projetos iniciados. “Essa votação reflete a avaliação de um corpo de jurados  composto de pessoas qualificadas, de alto nível crítico e social. Fico satisfeito em saber que elas consideram que tenho feito um bom trabalho”, avalia.

Início da trajetória
Assim como a maioria de seus colegas de profissão, Elias Vaz iniciou sua militância política no movimento estudantil, aos 16 anos, quando foi membro do Grêmio da Escola Técnica Federal de Goiás (Atual IFG). “Nessa época, eu já tinha consciência de que a política, no sentido mais amplo da palavra, que vai além de ter um mandato, é uma arma transformadora. Acredito que é por meio da transformação na política que devemos lutar por uma sociedade mais justa”, declara.

Em seguida fez parte da diretoria da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES). Após se formar técnico em Eletromecânica, ingressou no Banco Bradesco, onde trabalhou de 1985 a 1995. Como funcionário do banco integrou o Movimento de Integração Bancária, que fazia oposição ao Sindicato dos Bancários do Estado de Goiás. Nesse período, também participou do processo de construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e integrou o Coletivo Gregório Bezerra, que depois virou o Partido da Libertação Proletária (PLP).

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