sexta-feira, 23 de março de 2012

Em defesa dos direitos humanos

Em lealdade a seus princípios socialistas, ele não hesita em contrariar decisões até mesmo de seu partido

Compromisso com a população sempre foi um dos principais objetivos de Mauro Rubem
Em seu terceiro mandato como deputado estadual, Mauro Rubem (PT) mantém a coerência e seus princípios, defendidos por ele desde quando atuava no movimento sindical na década de 80 enquanto servidor público da área da saúde. Esta é uma das razões pelas quais ele foi os mais votado na categoria Deputado Estadual no 2º prêmio dos Mais Influentes da Política em Goiás 2012. “Na minha legislatura, eu defendo mudança de mentalidade para que possamos implantar um novo modelo político-social, que evite justamente a atual realidade da concentração de riquezas nas mãos de poucos”, declara, no seu estilo direto, sem meias palavras. “Para termos o fortalecimento da democracia participativa precisamos de financiamento público de campanha, delegar poder aos eleitores para que possam revogar mandatos, fazer a reforma tributária para que os ricos paguem mais impostos e fazer uma reforma agrária planejada. Precisamos construir uma sociedade socialista, na qual o ser tenha mais importância que o ter”, argumenta.

Em lealdade a estes princípios ele não hesita em ir contra as intenções do Poder Executivo e até mesmo de seu próprio partido, como no caso da Reforma da Previdência do Servidor Público, quando votou contra a proposta do governo, contrariando a decisão da cúpula do PT. No caso recente da votação do projeto da Educação em Goiás, Mauro Rubem afirma que também houve tentativas de negociação do voto, algo a que ele se recusa. “É uma atitude bastante errada transformar a política em um balcão de negócios”, critica.

CONVICÇÕES
Estes ideais socialistas, e por muitos tidos como radicais, são cultivados por ele desde sua atuação na política estudantil, enquanto estudava Odontologia na Unievangélica, em Anápolis. Já formado, foi aprovado em concurso público, na Secretaria Estadual de Saúde como cirurgião-dentista e começou então sua participação na luta classista, por meio dos sindicatos, quando ajudou a criar o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde). “A 8ª Conferência Nacional de Saúde, organizada aqui pelo movimento sindical, serviu como referência para a criação da legislação do que existe hoje nacionalmente em saúde pública e também no que concerne aos direitos dos servidores públicos do ramo”, comenta. Ele relembra que nessa época desenvolvia várias atividades paralelas para complementar a renda, tendo em vista que o salário de servidor público não era suficiente para uma sobrevivência digna.

O seu envolvimento com as lutas sindicais o levou a se interessar pela política partidária. Por isso, em 1987 filiou-se ao PC do B e em 1999 ao PT. Desde que se filiou ao PT, Mauro Rubem fez parte da Tendência Marxista da legenda (extinta desde o ano passado) e atualmente é dirigente nacional da recém-criada Esquerda Popular Socialista (EPS), além de integrar o Diretório Nacional do partido. O deputado é conhecido por suas posturas denominadas de radicais, tais como o fato de ter declarado voto nulo após a decisão do PT de se coligar com Íris Rezende para a prefeitura de Goiânia em 2008.
No ano 2000 Mauro Rubem disputou sua primeira eleição e conquistou uma cadeira na Câmara Municipal de Goiânia. Como vereador, ele foi relator da CPI que investigou o contrato de locação de casas, veículos e equipamentos feitos pela prefeitura.  Na Câmara, Mauro Rubem foi também presidente da Comissão de Saúde e o líder do PT de 2001 a 2002.

No final de 2002, já eleito deputado estadual, Mauro Rubem ocupou, por três meses, o cargo de líder do prefeito Pedro Wilson Guimarães na Câmara. Em 2003 ele foi empossado na Assembleia Legislativa. Em 2006 foi reeleito para o cargo e no pleito de 2010 foi reeleito para o terceiro mandato com 17.719 votos (0,6% do total), sendo o terceiro deputado mais bem votado do PT. É, desde seu primeiro mandato, presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Na defesa dos menos favorecidos, ele cita a história da expulsão dos moradores do Parque Oeste Industrial. E sua luta em nome dos excluídos é incessante, seja em nome dos homossexuais, mulheres vítimas de violência ou menores abandonados. “Tudo isso tem uma alto custo eleitoral. Então, o meu maior desafio é manter o compromisso com a população sem entrar na política profissional. Sempre fui oposição, sempre evitei acordos que ferissem os princípios nos quais acredito. Por isso, estou em confronto com aqueles que não respeitam os princípios da democracia”, finaliza.

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