quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fórum de Defesa Profissional discutiu e fez planos para reivindicar melhores condições de trabalho e remuneração

Evento contou com a participação de representantes das principais entidades associativas e foi constatada a necessidade de maior união para solucionar os problemas que afligem a categoria

No dia 1º de outubro, a Sbot-GO organizou em sua sede, no auditório Dr. Cláudio Borges, um Fórum de Defesa Profissional que contou com a presença do presidente da Sbot-GO Paulo Silva, do presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, presidente do Simego, Leonardo Mariano Reis, presidente da Comissão Nacional de Defesa Profissional da SBOT, Robson de Azevedo, presidente da Comissão de Defesa Profissional da Sbot-GO, Flávio Kuroki, e uma numerosa plateia de especialistas.

Robson de Azevedo analisou o panorama da Sbot em todo o Brasil, com sociedades já estabelecidas e representativas em todos os Estados da união, frisando que a ortopedia é a única especialidade que conseguiu esta abrangência. “O relacionamento dos médicos com os convênios de saúde complementar depende muito da união dos médicos. Por isso, é importante a integração das entidades representantes, como por exemplo, a comissão de Defesa Profissional da Sbot e o CIER, no qual a ortopedia é representada por José Umberto Vaz”, destacou.

Flavio Kuroki abordou a necessidade de ampliação da representatividade junto ao Simego, CIER, e Cremego, visando unir pessoas físicas e jurídicas. José Umberto contrapôs que o CIER estabelece a definição de pessoa física e jurídica e tenta congregar os objetivos de ambos. “O CIER intermedia uma pauta de negociação, abrindo este canal de conversa como, por exemplo, com o Ministério Público e convênios”. Para ele, devem ser definidas as estratégias de ação, para, em seguida, mobilizar toda classe ortopédica.

Leonardo Reis destacou a assessoria jurídica do sindicato, discorreu sobre a conjuntura atual, a dificuldade da regulamentação profissional, a precarização das relações de trabalho, a busca do plano de carreira e as negociações para que seja estabelecido um piso salarial justo. “Temos encontrado dificuldade política, devido à intensa mobilização contrária de várias entidades de outras áreas da saúde, que são contrárias à regulamentação do Ato Médico”, lembrou.

Segundo o presidente do Simego, a instabilidade do médico no serviço público se deve a vínculos precários, feito por meio de contratos comissionados, RPF, cooperativas e outros. “As tabelas de procedimentos são deficitárias e aviltantes. Existe um subfinanciamento gritante do sistema de saúde publica”, analisou.

Para ele, os problemas começam na abertura desenfreada de escolas médicas, sem critérios estabelecidos. Leonardo destacou ainda que o avanço tecnológico e científico gera um aumento do custo e assistência à saúde. “O custo tecnológico avançou sobre o ganho do médico, gerando um desequilíbrio da quantidade versus qualidade e, com isso, há uma piora da relação médico/família. E ainda temos uma atitude, em alguns casos, de má fé, por parte de pacientes, que levam a uma extorsão financeira do médico por processos”, enumera.

Segundo Leonardo, apenas uma remuneração justa e digna levará o médico a um desenvolvimento técnico científico e eficaz, gerando uma boa relação médico/ paciente/família, levando a uma diminuição de processos contra os médicos. “É a garantia da melhora da assistência à comunidade e desenvolvimento econômico do Estado”, reitera.

Sandro Reginaldo destacou ainda que os médicos devem se unir em torno das entidades representativas, como CIER, Simego, Cremego e AMG, para que, conjuntamente, encontrem soluções para os problemas. “Temos que assumir a postura de tomar conta dos problemas da sociedade e dos ortopedistas”, declarou.

Salomão Rodrigues Filho, presidente do CRM, enfatiza que é de fundamental importância a unificação da classe. O psiquiatra assumiu em setembro a coordenação nacional da Comissão Nacional em Defesa da Regulamentação da Medicina, grupo de acompanhamento da tramitação do projeto que regulamenta a profissão médica e que reúne as principais entidades médicas nacionais: Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

Segundo o especialista, Goiás tem uma participação importante na discussão e na elaboração de um texto consensual e satisfatório. Salomão destaca a participação da senadora Lúcia Vânia (PSDB), do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) e outros parlamentares que tiveram papeis importantes em Brasília para que o projeto de lei entrasse em pauta de discussão nas duas casas legislativas. “O deputado Ronaldo Caiado, por exemplo, foi um trator, trabalhou incansavelmente para a continuidade de tramitação do projeto na Câmara”, destaca.

Em relação aos planos de saúde, o presidente do CRM ressalta a ideia de criar um canal de negociação com os dirigentes de operadoras, unindo a pessoa física e jurídica para trabalhar juntos nas pautas de negociações. Salomão sugere que cada especialidade médica deva ter um representante de sua categoria para expor as peculiaridades da profissão. O psiquiatra acredita que dessa forma se criará um momento de simpatia da comunidade e firmeza para recuperar o que já foi perdido entre as negociações. “A sociedade deve se posicionar e formular um eixo de filosofia do trabalho de cada especialidade. Criar uma pauta de objetivos da sociedade, apresentar ao CIER com representantes de cada serviço, seja do Hugo, outros serviços públicos e privados”, reforça.

Salomão salientou que o trabalho desenvolvido com as Organizações Sociais “OS” tem sido incessante, pois as instituições devem possuir cláusulas que protegem os direitos do médico. O profissional que exercer função em uma OS, deve trabalhar com isonomia e com condições adequadas de remuneração. O presidente do CRM foi incisivo em dizer que para que todos tenham os mesmos direitos é necessário que os profissionais estejam presentes nos momentos de discussão para pleitear o devido piso salarial. “Essa deve ser nossa bandeira, o piso salarial definido na Fenam. Para isso, o CRM se coloca à disposição da sociedade”, finaliza.

Revista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Goiás, novembro de 2011.

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