sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Técnica inovadora no tratamento de câncer de pele

Cirurgia Micrográfica de Mohs retira o mínimo de pele ao redor do tumor, já que estuda as margens antes de terminar a operação e, se necessário, retira mais tecido das bordas

A Cirurgia Micrográfica de Mohs, conforme diz o dermatologista Rafael Junqueira especialista em Cirurgia Dermatológica e em Cirurgia Micrográfica de Mohs pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), trata-se de uma técnica especial para a retirada de tumores de pele, que tem como principal vantagem o fato de ser extremamente conservadora, retirando o mínimo de pele ao redor do tumor, o que é possível graças ao estudo completo das margens do tumor que é realizado durante a cirurgia. 
“Mesmo retirando pouco tecido, é a técnica que alcança grandes índices de cura, pois garante que todo tumor foi retirado, uma vez que o estudo das margens é feito antes de terminar a operação”, frisa.

A principal diferença desta técnica para a cirurgia convencional, é que na última retira-se o tumor com uma margem estabelecida, geralmente maior que no Mohs. “O médico fecha o ferimento e envia a lesão para análise no laboratório, que examina alguns fragmentos da margem. O resultado pode levar de três a sete dias para ficar pronto. Caso ainda permaneça tumor, o paciente deve ser reoperado”, descreve. “Na Cirurgia Micrográfica de Mohs, a margem é completamente examinada, e se houver necessidade de retirar mais tecido da borda, isto é feito na hora, refletindo-se em melhores índices de cura, e menores cicatrizes”, completa.

O médico diz ainda que ela costuma ser feita em caso especiais, como tumores com margens mal delimitadas e áreas críticas, como ao redor dos olhos, nariz, boca e outras, cujas extensões do tumor podem causar deformidades depois da cirurgia. É indicada também nos tumores recidivantes e tumores grandes. “É uma cirurgia feita com anestesia local, sendo que em alguns casos, se associa a sedação anestésica para maior conforto do paciente”, declara.

DE CADA 4 CÂNCERES, UM É DE PELE
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele corresponde a 25% das neoplasias malignas e, quando detectado precocemente, apresenta altos percentuais de cura. “Grande parte dos tumores está relacionada à exposição crônica ao sol, além de fatores genéticos, infecções virais, uso de medicações imunossupressoras, dentre outros”, esclarece o dermatologista Rafael Junqueira.

Ele explica que, geralmente, o câncer de pele se apresenta como uma ferida que não cicatriza, uma pinta que apresenta assimetria, aumento de tamanho, bordas irregulares, várias cores ou mudança de cor, relevo ou sangramento. “Por isso, o autoexame da pele é extremamente importante para um diagnóstico precoce. Um exame clínico dermatológico anual é recomendável, principalmente para indivíduos que apresentem um risco mais elevado para o câncer de pele”, alerta, dizendo ainda que o tratamento deve ser individualizado, já que existem diversos tipos de câncer de pele, com diferentes características.

Revista Dermatologia em Goiás, setembro de 2011.

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