quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Indicações neurológicas da toxina botulínica

Famosa por sua eficácia no preenchimento de rugas faciais, a toxina botulínica é indicada principalmente para o tratamento de várias doenças neurológicas. Quem explica é o neurologista Delson José da Silva. “Dentre elas, uma das indicações que a toxina botulínica age com maior eficácia é a distonia, uma doença que leva a uma contração muscular mantida e provoca uma postura anormal do pescoço, olhos ou membros ou de forma generalizada”, especifica.

A substância pode ser utilizada ainda para tratar espasmos hemifaciais, que é uma doença que também contrai a musculatura da face e ainda em pacientes com espasticidades, como em sequela do Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou paralisia cerebral (PC), dentre outros. Outras indicações em que a toxina botulínica também apresenta bons resultados é em pacientes portadores de hiperidrose (sudorese excessiva nas axilas) e naqueles com hipersalivação, como na esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson etc. “O mecanismo de atuação da toxina botulínica é promover uma fraqueza do músculo que está excessivamente contraído, nos casos de distonia e espasticidade, enquanto que hiperidrose e hipersalivação inibi a suor e salivação respectivamente”, esclarece.

Segundo ele, a toxina botulínica possui poucos riscos, desde que seja aplicada por profissional qualificado, para tal existe um treino especial para o mesmo. “Existe um treino especial para a pessoa aplicar. Em Goiânia temos centros públicos especializados em aplicação de toxina botulínica que são Núcleo de Neurociência do Hospital das Clínicas (centro de referência de transtorno do movimento), setor de transtorno do movimento do HGG e o Crer”, enumera.

Delson conta que, recentemente, a toxina botulínica tem sido indicada também para tratar cefaleias tais como enxaquecas e cefaleia crônica, com bons resultados. No entanto, ela é utilizada somente nos casos que não responderam ao tratamento medicamentoso adequado. Outros casos de dor em que ela é aplicada é a síndrome miofascial e outras síndromes dolorosas.

“A toxina botulínica trouxe uma grande contribuição a partir da década de 90, até então a distonia, por exemplo, não tinha um tratamento adequado. Os remédios apresentavam diversos efeitos colaterais necessitando de altas doses com pouco ou sem efeito terapêutico. A partir da aplicação da toxina botulínica houve uma melhora tremenda no tratamento e melhora na qualidade de vida dos pacientes. E ainda tem servido de coadjuvante em várias outras formas de tratamento.

Revista Neuronotícia, setembro de 2011.

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