segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Coluna vertebral é alvo de diversas disfunções

Eixo de sustentação do corpo humano pode sofrer alterações degenerativas, espasmos musculares, perda do equilíbrio mecânico e causar bastante dor. Veja como fortalecer a coluna vertebral

A coluna vertebral é constituída por várias estruturas anatômicas: músculos, ossos, ligamentos e articulações. Cada uma possui terminações nervosas que podem ser lesionadas, ou simplesmente perder sua vitalidade, e tornar-se uma fonte desagradável de dor e desconforto. “A maioria das disfunções da coluna em adultos é causada por alterações degenerativas, que podem determinar várias situações clínicas, como as artroses, popularmente conhecidas como “bico de papagaio”, degenerações discais, com ou sem hérnia de disco, e perda do equilíbrio mecânico. Estas doenças podem ocasionar limitações de movimentos e dores no pescoço, que também podem irradiar para o braço”, explica o ortopedista Fabiano Inácio de Souza, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Geral de Goiânia e membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna e da North American Spine Society.

De acordo com ele, a região cervical e a região lombar são mais susceptíveis ao desenvolvimento de doenças devido ao maior grau de mobilidade, razão pela qual recomenda-se o alongamento e fortalecimento constantes com exercícios físicos específicos. Fabiano esclarece que as dores mais comuns na região do pescoço são decorrentes de torcicolos, espasmos musculares ou alterações degenerativas. “Nestes casos, o paciente deve ser avaliado por um ortopedista, sendo que o tratamento consiste usualmente no uso de analgésicos, relaxantes musculares e fisioterapia”, descreve, aconselhando que, ao sentir dor intensa, o paciente deve manter repouso até ser encaminhado ao pronto socorro ortopédico. “Jamais se deve realizar esforço físico ou manobras para ‘colocar a coluna no lugar’, uma vez que tais procedimentos podem causar danos irreversíveis”, frisa.

Já a dor lombar, assim como a enxaqueca, são as queixas álgicas mais frequentes. A maioria das lombalgias ocorre devido à confluência de todo o peso da cabeça, braços, tórax e abdômen para a pelve, quando estamos em pé ou sentados. Existem também as alterações mecânicas, provocadas por desequilíbrios musculares, e muitas vezes associadas ao encurtamento e à fraqueza dos músculos e aos vícios posturais, verificados tanto no trabalho como em casa.

“O dinamismo da vida moderna, associado à ansiedade, ao sedentarismo e a predisposição genética são fatores que concorrem para a prevalência das dores lombares”, enumera, acrescentando que vários estudos associam a lombalgia ao sedentarismo, ao excesso de peso, ao tabagismo, aos esforços físicos repetitivos e aos vícios de postura.

“As pessoas devem adotar hábitos de vida saudáveis e abandonar o tabagismo. A mudança de hábitos pode gerar sensível melhora na qualidade de vida das pessoas, que

podem usufruir melhor do aumento da expectativa de vida”, ressalta. Estas mudanças incluem a prática de atividades físicas regulares, com alongamentos, que garantirão o fortalecimento da musculatura da coluna, do abdômen e dos quadris, além da manutenção do controle de peso e a prevenção de traumas, já que os ossos estarão mais fortes.

Fabiano diz que é preciso se atentar inclusive à dormência nas pernas, principalmente associada à fraqueza muscular e dor em choque, porque geralmente ela é causada por uma compressão nervosa na coluna vertebral. “Essa compressão é ocasionada mais comumente por uma hérnia de disco, mas também pode indicar compressão óssea, fraturas patológicas, infecções e até mesmo tumores, devendo o paciente buscar o médico para um diagnóstico seguro”, orienta.

Segundo ele, a maioria dos casos tem tratamento medicamentoso e as cirurgias são indicadas somente para pacientes que não respondem bem ao tratamento clínico. A cirurgia da coluna vertebral evoluiu muito nos últimos anos e os cirurgiões geralmente são treinados em grandes centros no Brasil e no exterior, possuindo a capacidade de indicar a melhor técnica cirúrgica para cada caso. “Dentre as opções cirúrgicas, destaco as técnicas minimamente invasivas, indicadas em vários casos como hérnias discais, artroses, fraturas por osteoporose, em que os procedimentos são realizados com anestesia local e mini-incisões”, finaliza.

Revista Ortopedia em Goiás, setembro de 2011.

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