terça-feira, 4 de outubro de 2011

Diagnóstico de lesões causadas pelo esporte

São comuns lesões em atividades físicas, sejam crônicas ou agudas. O radiologista Cristiano Rezio explica quais as mais frequentes e como elas são diagnosticadas

Em uma época em que a atividade física tornou-se, reconhecidamente, item fundamental para a qualidade de vida, é preciso saber quais lesões podem advir das diversas práticas esportivas. “Quando o esportista sente dor em algum membro, a primeira etapa é procurar um especialista, geralmente um ortopedista, que indicará ou não exames de imagem”, diz o médico radiologista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Departamento de Radiologia do Crer, Cristiano Rezio Fonseca.

Segundo ele, as lesões de punho, cotovelo, quadril e tornozelo são menos frequentes, sendo o ombro e o joelho as duas articulações mais atingidas, quando se fala de esqueleto apendicular. “Quanto ao esqueleto axial, a coluna é a principal causa de procura pelo ortopedista, seja por trauma no esporte ou até pelas atividades de trabalho, cotidianas”, explica.

No ombro, conforme o radiologista, a lesão mais comum é denominada de síndrome do impacto. “São as chamadas lesões do manguito rotador, principalmente no tendão supraespinhal”. Já no joelho, ocorrem as lesões dos meniscos ou dos ligamentos. “No nosso meio, em que o esporte mais praticado é o futebol, a queixa mais frequente é dor nos joelhos”, esclarece Cristiano, acrescentando que a lesão mais comum ligamentar é do cruzado anterior, situado na porção interna do joelho, e está associada a trauma de alta energia, atingido comumente jogadores de futebol e voleibol.

Outro problema bastante corriqueiro em praticantes de esporte são as tendinites, geralmente relacionado com lesões crônicas causadas pela sobrecarga da articulação, isto é, quando ela é usada acima de sua capacidade habitual. “Um jogador de peteca, que joga bastante e exigiu excessivamente do ombro pode gerar um trauma crônico nesse tendão. Isso pode acontecer também com o joelho, principalmente no tendão patelar de quem salta muito, é chamado de joelho do saltador, muito comum em jogadores de vôlei e basquete”, exemplifica.

O diagnóstico dessas lesões, sejam crônicas ou agudas, é iniciado sempre pelo raios-x, tendo em vista que a primeira etapa é sempre a avaliação da estrutura óssea. Se o problema não for detectado, a sequência é fazer um exame de ultrassom, que, de acordo com Cristiano, é o ideal para avaliar partes moles. Se necessitar de uma análise intrarticular do joelho, por exemplo, a ressonância será o exame de maior precisão. “Na medicina esportiva o melhor exame é aquele bem indicado. Não adianta fazer uma ultrassonografia em um paciente que teve uma fratura de tornozelo. O que tem que fazer é um bom raios-x. Em investigações futuras pode até ser necessário uma ressonância ou ultrassom para saber que ligamento ou tendão pode estar comprometido.

“Por isso, é importante um profissional qualificado, capaz de avaliar os mínimos detalhes de uma ressonância, por exemplo. É preciso ter experiência para detectar pequenas alterações”, finaliza.

Revista Ortopedia em Goiás, setembro de 2011.

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