Pesquisador de mídia exterior, Sérgio Rizo, apresentou análise de anúncios publicitários que fez durante viagens para algumas cidades da América Latina
Sérgio Rizo viajou para a Argentina e Chile fotografando como a publicidade utiliza espaços para divulgar produtos, eventos, e expor anúncios em geral. Hoje o Brasil é o país da América Latina que mais recebe investimento publicitário e apresenta muitas diferenças na maneira como os anúncios são apresentados a população, com relação aos outros países.
Apenas a cidade de São Paulo recebe 50% do valor total investido pelo governo federal em publicidade. Apesar de agora existe o projeto de lei que propõe a não utilização de anúncios externos (pelas ruas, prédios, patrimônios históricos, etc.) na cidade, a força da publicidade é muito grande na capital e já faz parte do cenário visual do local. Apesar dos outros países não receberem tanto investimento na área, Sérgio comenta que os anúncios estão sempre presentes, e talvez componham mais ainda o cenário das cidades, embora não apareçam tanto quanto os brasileiros, por serem mais sutis.
Sérgio percebeu nas outras cidades da Argentina e do Chile é a grande exploração de locais que normalmente não são usados pela publicidade, como orlas, caixas para materiais de reciclagem, orelhões, etc. Outro local bastante usado são os prédios em construção que costumam abrigar tapumes gigantescos que ficam lá até que a obra seja concluída. Algumas vezes estes anúncios permanecem nos prédios atrapalhando o andamento da construção, o que gera polêmica e ameaça o futuro deste tipo de divulgação publicitária.
A principal diferença na publicidade dos outros países da América Latina é a padronização das divulgações. Normalmente algumas empresas são responsáveis por organizar os anúncios nas cidades, o que não acontece em São Paulo, por exemplo. De acordo com Sérgio, talvez por isso a capital seja tão bagunçada e com aspecto de suja.
Por Camilla Rocha, direto do Intermídias.
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