terça-feira, 5 de julho de 2011

Consciência de pai para filho

Projetos que beneficiam funcionários, comunidades vizinhas aos empreendimentos e até a cidade como um todo fazem parte do dia-a-dia da Consciente Construtora

A Consciente Construtora e Incorporadora, fundada em 1982 por Ilézio Inácio Ferreira, foi selecionada na categoria Construtora do Prêmio os Mais Admirados em Responsabilidade Social em Goiás 201l. A empresa surgiu do desejo de independência de Ilézio, buscada desde a formatura em 1976. “Enquanto os colegas queriam trabalhar em empresas públicas, eu saí de porta em porta à caça de emprego na iniciativa privada, até que consegui entrar para a Provale e três anos depois fundar a Consciente”, lembra. No primeiro ano não executou nenhuma obra. “Isso seria desmotivante, mas aguentei firme. A moedinha da sorte da Consciente foi a reforma da cerca da Chácara da Governadoria, que ficava perto do Parque das Laranjeiras, no ano seguinte”, completa.

Esse espírito empreendedor e persistente foi passado para o filho, Felipe Inácio, em outra área de atuação. Ele é coordenador de Responsabilidade Social da Consciente e, como bem define o próprio pai, é o “coração grande” da empresa. Felipe já obteve o 4º lugar no Prêmio Betinho Atitude Cidadã e é o principal agente também na conquista deste prêmio.

Felipe cita como principal projeto a Ambientar, mostra de decoração e arquitetura anual organizada pela Consciente, na qual toda a bilheteria e alimentos arrecadados vão para entidades assistenciais. Ilézio destaca ainda o incentivo à cultura, como o ocorrido na edição 2010, quando houve lançamentos em literatura e apresentação de shows musicais regionais e nacionais. O espaço da mostra tem sido palco de outros eventos beneficentes, como um festival de sorvete promovido por Felipe no início do ano para auxiliar na reforma e manutenção do Centro Educacional Nossa Senhora de Nazaré. “A Creme e Mel nos deu o sorvete, a renda de 10 mil reais foi revertida para a creche e ainda conseguimos doações para construir o muro e pintar a creche”, ressalta.

A Consciente mantém uma iniciativa em educação, em parceria com o Sesc, por meio da qual é instalada uma sala de aula improvisada nas obras para alfabetizar trabalhadores, assim como um trailler de informática com o objetivo de promover a inclusão digital. E o apoio à formação do trabalhador vai ainda mais longe: a Consciente tem contribuído com meia bolsa para o funcionário que curse a faculdade.

Outra medida, esta de cunho ambiental e social, é a coleta seletiva da empresa. O material é vendido para uma cooperativa de reciclagem e os recursos revertidos em benefícios para os funcionários. “O departamento de recursos humanos faz avaliação contínua para ver quem está passando por necessidades” frisa Ilézio Inácio. Estes cuidados refletem na relação que os funcionários mantêm com a empresa. De acordo com ele, a rotatividade da mão-de-obra dentro das obras é de 3%, sendo que a média em Goiás é 12%. “Temos um ambiente de trabalho sólido, agradável, e neste ano lançamos um desafio porque queremos estar no ranking das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil”, informa.

A relação com a comunidade onde está sendo edificado o empreendimento é outro ponto destacado. “Informamos a vizinhança sobre o empreendimento e nos comprometemos a reparar qualquer dano que a construção venha causar.” Mas, achando que isso ainda era pouco, a empresa lançou o projeto Calçada Consciente, construída de acordo com parâmetros de acessibilidade, pensando em quem tem mobilidade reduzida e na circulação do pedestre em geral.

Além disso, a Calçada Consciente traz solução para outro problema, que é a impermeabilidade crescente do solo urbano. Composta por valas de filtração, ela direciona a água para poços de infiltração. Nas chamadas bocas de lobo, são colocadas grelhas chumbadas no asfalto, que retêm os detritos maiores e desta vai para uma caixa de retenção de outras sujeiras, permitindo que a água saia por cima e caia na galeria pluvial. “Se isso fosse feito em toda a cidade, o problema com os alagamentos desapareceria, beneficiaria o micro-clima, além da descontaminação dos lençóis”, assinala Ilézio.

O projeto contempla a retirada de árvores impróprias ou plantadas na faixa de circulação da calçada, substituídas por outras de espécie adequada e no local certo. “Ganhamos vários prêmios com esse projeto e recentemente tivemos a oportunidade de apresentá-lo na Colômbia, junto à comunidade europeia. Os participantes ficaram entusiasmados porque isso pode ajudá-los a resolver os alagamentos, comuns no velho mundo”, comenta o empresário. “Construímos as calçadas às nossas expensas, para que sirva de modelo para a prefeitura de Goiânia”, espera Ilézio.

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