segunda-feira, 6 de junho de 2011

Doenças cardiovasculares são comuns em diabéticos

Fabrício Las Casas, cardiologista intervencionista
A patologia mais comum em portadores de diabetes mellitus que não se tratam é a doença aterosclerótica, que recebe nome específico de acordo com a região danificada, explica o cardiologista intervencionista Fabrício Ribeiro Las Casas. A seguir, ele enumera os principais malefícios que a placa aterosclerótica pode causar no organismo. Confira.


Diversas doenças

A placa aterosclerótica pode causar infarto do miocárdio ou angina de peito, quando a obstrução acomete as artérias do coração, ou seja as artérias coronárias; acidente vascular cerebral, conhecido com derrame cerebral, que é causado por obstrução das artérias que irrigam o cérebro ou ainda as artérias carótidas, que são os vasos que se localizam no pescoço e levam sangue para o cérebro;  insuficiência vascular periférica, entupimento as artérias que irrigam os braços ou, mais frequentemente, as pernas; aneurisma, que é a dilatação das artérias em qualquer parte do corpo, mais constantemente no cérebro, na aorta torácica ou aorta abdominal; retinopatia diabética, ou seja, perda do visão por trombose (pequenos coágulos) dos vasos (artérias ou veias) do fundo do olho,  ou mesmo descolamento de retina  que podem levar à cegueira; nefropatia diabética, que é a insuficiência progressiva dos rins em eliminar as impurezas do nosso organismo; e polineuropatia, que é a disfunção dos nervos que leva a alterações da sensibilidade e movimentação, principalmente dos membros inferiores.
                                                                                            
Como o diabetes age

São vários os mecanismos pelos quais o organismo é comprometido pelo  diabetes. Ele produz importante aumento das gorduras no sangue, o colesterol e o triglicérides, reduz o HDL colesterol, chamado de colesterol bom, altera as plaquetas com consequente formação de coágulos em todo o organismo, inibe os elementos do sangue protetores da formação indevida de trombose, dentre outros males. O aumento do colesterol e do triglicérides estão diretamente relacionados com o aumento das doenças. O diabetes sem controle, o hábito do tabagismo, pressão alta sem controle, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo, stress permanente e a genética familiar são conhecidos com fatores de risco, ou seja, quando não tratados, aumentam de forma importante o "dano" nas artérias com grandes possibilidades de infarto, derrame, vasculopatia e as outras doenças citadas acima.

Cuidados que o diabético deve incorporar à rotina

Toda vez que a dosagem de açúcar no sangue estiver superior aos limites de segurança, as artérias, os nervos e o fundo do olho serão danificados. Os pacientes diabéticos necessitam de rigor absoluto na dieta, pois ao comer doces, açúcar, refrigerantes, massas, pão, frituras e gorduras estarão aumentando os níveis de glicose. O exercício físico deve ser feito cinco vezes por semana durante 40 minutos – desde que o médico não identifique contraindicações. Em caso de não controlar os níveis de glicose com dieta e exercício, não se pode deixar de tomar rigorosamente os medicamentos indicados pelo médico. Se os medicamentos orais não forem suficientes, devemos usar a insulina em dosagem adequada para controle da glicemia.

Sintomas tardios

Por se tratar de uma doença que não apresenta sintomas inicialmente, muitos pacientes subestimam a gravidade e os danos que podem ser causados pelo diabetes e não se tratam corretamente. Quando surge alguma alteração cardíaca o tratamento deve ser precoce e se limita principalmente à angioplastia, que é o implante de stent, ou cirurgia de revascularização miocárdica (ponte de safena), que são extremamente úteis na maioria dos pacientes, quando bem indicados.

Revista Diabetes em Goiás, junho de 2011

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