César Leite Sant’Anna | Hematologista e oncologista
Thiago Vilarinho Tavares | Hematologista
A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é um tipo de câncer sanguíneo. LLC é a forma mais comum de leucemia em adultos. A maioria das pessoas com LLC estão acima de 50 anos de idade. Raramente ocorre antes dos 40 anos, sendo uma doença que não é descrita em crianças ou adolescentes.
No início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos normais. Médicos geralmente descobrem a doença durante exame de sangue de rotina. Lentamente, a leucemia crônica se agrava. À medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente. São divididas em mieloide crônica e linfocítica crônica.
Leucemia mieloide crônica: presença de células maduras na medula óssea em número aumentado, mas indistinguível das células normais. A frequência da doença aumenta com a idade, passando de aproximadamente um caso a cada 1 milhão de crianças nos primeiros dez anos de vida, a um caso em cada 100 mil indivíduos aos 50 anos e a um caso em cada 10 mil indivíduos acima de 80 anos.
Causas e fatores de risco
A leucemia mieloide crônica distingue-se de outras leucemias pela presença de uma anormalidade genética nas células doentes, denominada cromossomo Philadelphia. Em 1960, dois médicos que estudavam cromossomos em células cancerígenas notaram que um dos cromossomos em pacientes com leucemia mieloide crônica era mais curto que o mesmo cromossomo em células normais. Eles o denominaram cromossomo Philadelphia, porque o fato foi observado na faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia.
Sinais e sintomas
A leucemia mieloide crônica está associada a sintomas que se desenvolvem, em geral gradualmente, o paciente apresenta certo mal-estar, cansaço fácil e podem notar falta de fôlego durante atividade física. Podem apresentar palidez devido à anemia; desconforto no lado esquerdo do abdômen devido ao baço aumentado (esplenomegalia); suor excessivo, perda de peso e intolerância a temperaturas mais altas. A doença é frequentemente descoberta durante exames médicos periódicos.
Diagnóstico
O diagnóstico da leucemia linfoide crônica é feito por meio do exame de sangue (hemograma). Para confirmação do diagnóstico é necessária avaliação medula óssea (realização de mielograma), ou biópsia de medula óssea e imunofenotipagem.
Pacientes com LLC fazem o diagnóstico após um check-up de rotina, quando, durante o exame físico, é encontrado um nódulo linfático ou um baço aumentado, ou quando um teste sanguíneo de rotina mostra um número de linfócitos mais alto que o normal. A partir do exame físico, o médico solicita alguns exames de laboratório para ter certeza do diagnóstico da LLC.
Terapia Medicamentosa
As células da maioria dos pacientes com leucemia mieloide crônica contêm o cromossomo Ph e praticamente todos os pacientes com leucemia mieloide crônica são diagnosticados durante a fase crônica da doença. O objetivo do tratamento da leucemia mieloide crônica cromossomo Ph-positiva é a eliminação das células que contêm o cromossomo Ph e uma remissão completa.
A fase crônica da doença geralmente pode ser controlada com a utilização de certas medicações. Em 2000, o FDA (Food and Drugs Administration) aprovou o mesilato de imatinibe (Glivec) para utilização em pacientes portadores de LMC. Esse medicamento tem se mostrado bastante efetivo nesses casos e hoje é de primeira escolha no tratamento. Estudos indicam que pacientes em tratamento com o mesilato de imatinibe apresentam 80% de possibilidade de alcançar remissão completa, sendo seu uso indicado por pelo menos cinco anos.
É administrado via oral bem tolerado por indivíduos mais idosos com leucemia mieloide crônica e apresenta uma menor incidência de efeitos colaterais graves. A leucemia mieloide crônica tem sido tradicionalmente tratada com medicação única.
O médico decidirá sobre o início do tratamento, baseando-se em informações sobre a evolução do paciente: história do paciente (como o paciente se sente), exame clínico (procurar por mudanças no corpo, especialmente os nódulos linfáticos e o baço) e comparação dos exames (testes laboratoriais de uma consulta para a outra).
Revista Vida Nova, março de 2011
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