segunda-feira, 11 de abril de 2011

Câncer de próstata tem até 90% de chance de cura se detectado no início

Antônio de Moraes Júnior, urologista


“A cada 24 minutos há um diagnóstico de câncer de próstata e a cada 33 minutos um óbito por causa da doença no Brasil”, informa o urologista Antônio de Moraes Júnior, completando que em 2010 foram notificados mais de 50 mil novos casos, número considerado aquém da realidade. “Acredita-se que este índice seja sub notificado. Temos uma prevalência de 17% entre os homens acima de 40 anos, ou seja a cada seis homens um tem ou terá câncer de próstata”, reforça.

Segundo ele, graças às campanhas anuais realizadas pela Sociedade Brasileira de Urologia e amplamente divulgadas pela imprensa, aumentou bastante a procura pelo urologista. “Contamos ainda com a ajuda das esposas que ‘obrigam’ seus maridos a fazerem os exames preventivos”, pontua, assegurando que os homens estão se conscientizando cada vez mais do quanto é falso o conceito de que o toque retal viola a masculinidade. O exame deve ser feito anualmente pelos homens acima de 40 anos.

“O toque retal é bastante importante visto que o PSA (exame de sangue) só é positivo em torno de 80% dos casos de câncer de próstata e é uma oportunidade ímpar de podermos tocar e sentir um órgão, avaliar se cresceu, se está duro, seus limites, dentre outras informações importantes”, explica o urologista. “Costumo dizer que se pudéssemos pegar nos outros órgãos, isso facilitaria vários diagnósticos que às vezes sofisticados exames de imagens não informam’", complementa.

E como acontece com todos os cânceres, a sobrevida é maior quando a descoberta é precoce. “Se for diagnosticado precocemente, temos um índice de cura de 90% e mesmo que o diagnóstico seja um pouco tardio geralmente temos uma sobrevida em torno de 10 anos”, afirma Antônio Júnior.

Ele esclarece ainda que depois da cirurgia o paciente terá que ser acompanhado periodicamente por cerca de 10 anos, devido às possibilidades de recaída, independente de terem sido operados precocemente. “Existem medidas curativas que podem prolongar a sobrevida. Basicamente, as opções que levam à cura são a cirurgia, considerada ‘padrão ouro’, radioterapia conformacional e braquiterapia (radioterapia interna).

Nas recaídas temos a opção do tratamento tipo bloqueio hormonal ou a orquiectomia (retirada dos testículos) na tentativa de ‘frear’ o tumor”, frisa.

As sequelas mais comuns e temidas tanto pelos pacientes como pelo urologistas são disfunção erétil e incontinência urinária. “A estatística destas sequelas variam de serviço para serviço, dependem da experiência e do número de pacientes já operados pelo urologista”, ressalta.

Revista Vida Nova, março de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário