sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Síndrome do olho seco

Por RAQUEL COSTA COELHO | oftalmologista


A síndrome do olho seco é uma doença comum, que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, e principalmente em Goiás, a incidência varia entre 11% a 15% , sendo maior na população acima de 65 anos. Pessoas que residem em regiões com clima mais seco, ou portadoras de doenças autoimunes, SIDA, mulheres na menopausa, usuários de computador, principalmente os expostas ao ar-condicionado, fazem parte do “grupo de risco” para a manifestação desta desordem.

Entre as causas mais comuns temos:
• Senilidade, por atrofia do tecido glandular lacrimal;
• Alterações hormonais e menopausa;
• Poluentes e componentes ambientais irritativos como: vento, ar-condicionado, uso prolongado de computador, baixa umidade do ar;
• Uso de medicações sistêmicas como: anti-hipertensivos, antidepressivos,
anti-histamínicos, dentre outros;
• Doenças autoimunes como a artrite reumatoide, Lúpus e Síndrome de
Sjögren;
• Uso de lentes de contato.

Os pacientes com olho seco podem ser assintomáticos ou apresentar queixas variadas, como embaçamento visual, olho vermelho, dor ou ardor ocular, fotofobia, sensação de “peso” palpebral, sensação de corpo estranho, dificuldade de abrir os olhos pela manhã, e até lacrimejamento reflexo.

O diagnóstico será feito pelo oftalmologista no consultório, por meio de exames
específicos, mas relativamente simples. Para prevenir a enfermidade é recomendável manter uma alimentação equilibrada e com boa ingestão de água; dormir bem; piscar natural e frequentemente, principalmente durante o uso do computador e leitura; e o uso de umidificadores de ambiente.

Deve-se evitar: a exposição direta ao sol e às correntes de ar naturais ou geradas por ventiladores ou ar condicionado; a permanência em ambientes secos (sauna seca por exemplo); e os poluentes e irritantes ambientais como partículas, fumaça de cigarro, produtos químicos voláteis, piscinas cloradas, e o uso prolongado do
computador.

O tratamento desta afecção baseia-se na causa e na severidade dos sintomas. É
importante ressaltar que o paciente tenha consciência que o a “síndrome do olho seco” é uma doença crônica, cujo tratamento depende do comprometimento do mesmo, e isso é determinante nas estratégias que serão estabelecidas para seu controle.

Para o tratamento serão tomadas medidas que visam:
• A preservação do filme lacrimal através do controle de fatores ambientais
(como o uso de umidificadores de ambiente) e ação sobre a drenagem do
filme lacrimal (definitiva ou temporária como uso de plugs lacrimais);
• A reposição do filme lacrimal através do uso de lágrima artificial adequada
para o grau de acometimento da doença, por meio de colírio ou gel
oftalmológico;
• A melhora na produção do filme lacrimal.

A novidade no controle da “síndrome do olho seco” está nos tratamentos adjuvantes como avaliação do reumatologista, reposição hormonal, e na dieta “anti-inflamatória”, baseada na suplementação com ômega 03, vitamina A e E, além de evitar carboidratos simples e gorduras, que se encontra no rol de condutas da tão em voga “longevidade saudável”.


Jornal da Sociedade Goiana de Oftalmologia, julho de 2012.

Um comentário:

  1. Tenho dificuldade em abrir o olho esquerdo de manhã e foi muito boa a explicação que recebi agora, vou voltar a usar o colírio recomendado e diminuir o tempo ao computador, creio que já haverá melhora, pois em noites em que durmo mais tempo isso não ocorre, muito obrigada!

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