segunda-feira, 19 de março de 2012

Mulheres dedicadas à ortopedia

Duas ortopedistas se desdobram para harmonizar o trabalho com a dedicação ao esposo, aos filhos e à casa. E uma está solteira, mas atua em cinco trabalhos diferentes. E elas têm algo em comum: o amor pela medicina

Adriana Sabbatini
Akemi Kasahara
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a SBOT-GO faz uma homenagem as mulheres ortopedistas. Adriana Sabbatini da Silva Alves, formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em 1995, e ainda acupunturista formada pela Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura, conta que sua rotina envolve todos os papéis inerentes à mulher moderna: o lado profissional, os cuidados com os filhos, dona de casa e esposa.

Assim, a ortopedista divide seu tempo entre o Hospital das Clínicas e o Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG). No IOG, além de exercer a ortopedia, tanto atendendo em consultório,
quanto dando plantões, tem também seu consultório de acupuntura, área que, frisa Adriana, vem sendo cada vez mais usada no tratamento da dor e por isso integra-se perfeitamente à ortopedia. “É importante organizar bem os horários. Tenho alguns períodos livres durante a semana para estar com meus filhos e tomar as providências necessárias para o lar”, alegra-se.

Para conseguir conciliar tantas atividades, a médica ensina que é preciso cuidar do corpo, mente e espírito. “Gosto bastante de ler e tenho praticado atividade física regularmente, entre elas a corrida de rua”, comenta. Outro fator primordial para que tudo corra bem, de acordo com Adriana, é ter sempre amor e harmonia familiar e também a amor à profissão. “Me empenho em realizar um trabalho
relevante para todos aqueles que me procuram, dando minha parcela de contribuição para um mundo melhor. 

A escolha pela acupuntura, mesclando meus períodos de atendimento com a rotina habitual da ortopedia, que é uma especialidade com muitas urgências, ajudou-me bastante nessa organização”, declara. Equilibrar a rotina médica e dedicação como mãe, dona de casa e esposa também faz parte da vida da ortopedista Cláudia Regina Guimarães Cardoso, que, atualmente, divide seus horários entre a emergência do Hospital Ortopédico de Ceres e o atendimento clínico como acupunturista. Mãe de
dois rapazes, um de 13 e outro de 15 anos, ela conta que nem sempre foi fácil equilibrar a atenção para os filhos, marido e ortopedia. “Nós, ortopedistas e traumatologistas, damos muitosplantões, não temos um horário tão regulado o que nos afasta um pouco de casa. Quando menores, meus filhos reclamavam
minha ausência. Não era sempre que eu podia almoçar em casa e não conseguia ajudá-los de dever de casa”, conta.

Mesmo morando em Ceres, interior goiano, Cláudia Regina explica que a rotina na emergência ortopédica sempre foi agitada. “Atualmente os plantões possuem horas mais fixas, mas antigamente eu dava plantão dia sim, dia não, me ausentando bastante. A cobrança hoje ainda é grande.
Apesar do ritmo no interior ser mais lento, não é suficiente para proporcionar muito tempo livre”, explica. 

O marido da ortopedista, Flávio Emanuel Coelho Borges Cardoso, é professor e também trabalha fora durante todo o dia, se ausentando às vezes no período da noite. “Apesar da ausência do pai, a cobrança é maior na mãe”, relata. Segundo Cláudia Regina, hoje os filhos e marido conseguem se adaptar
melhor aos horários. “No tempo que temos juntos, estamos sempre unidos, interagindo de alguma forma. Meus filhos são bastante compreensivos e a ortopedia nunca foi empecilho. Pelo contrário, eles pretendem seguir carreira dentro da medicina”, gaba-se.

O OUTRO LADO DA MOEDA

Já a ortopedista Akemi Kasahara Omi de Freitas, graduada pela Faculdade de Medicina da UFG em 2003, com Residência em Ortopedia pelo Hospital das Clínicas da UFG em 2006, e com estágio em Ortopedia Pediátrica na santa casa de são Paulo em 2007, está solteira, não tem filhos e tem usado seu tempo para desenvolver ainda mais atividades relacionadas ao trabalho. “Trabalho na Clínica São
Raphael, Tribunal Regional do Trabalho, Crer, Hospital das Clínicas e Secretaria Municipal de Saúde. Normalmente saio de casa pela manhã para trabalhar e ao final do dia vou direto para a academia. Então, só retorno para casa à noite”, conta.

Para manter os cinco trabalhos, Akemi diz que define prioridades e estabelece horários, mas de forma que a vida profissional não prejudique a pessoal e vice-versa. “Sou normalmente agitada, então
acredito que se eu não tivesse todos os meus horários preenchidos é que eu ficaria incomodada. Estou
satisfeita com minha rotina e no momento não penso em mudar nada para esse ano. Talvez em 2013
ou 2014”, planeja.


Revista SBOT-GO, março de 2012.

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