De acordo com JOSEANY CARDOSO DE SOUSA, a polissonografia é o exame mais indicado para o diagnóstico dos distúrbios respiratórios do sono |
As complicações cardiovasculares resultantes da Síndrome de Apneia/Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) incluem alterações no Sistema Nervoso Autonômico, Hipertensão Arterial, Arritmias Cardíacas, Doença Arterial Coronária (ICO), Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), podendo culminar com morte súbita.
Qual a taxa de prevalência da doença na população com hipertensão arterial?
A prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em portadores da SAHOS varia de 40% a 90% e o inverso - prevalência da SAHOS entre portadores de HAS — é de 22% a 62%. Em casos de hipertensão resistente à medicação observa-se que 83% apresentam Apneia do Sono. Cerca de 40% dos pacientes hipertensos podem ter a doença não diagnosticada. Frequentemente, esses pacientes apresentam hipertensão de difícil controle e observa-se redução importante dos níveis pressóricos após o tratamento.
Qual a arritmia cardíaca mais frequente no paciente apneico?
A maioria das arritmias ocorre em pacientes com SAHOS moderada a grave. A arritmia mais frequentemente observada em pacientes com SAHOS consiste na variação cíclica da frequência cardíaca. Esta arritmia é caracterizada por bradicardia (redução dos batimentos cardíacos) progressiva durante o período de apneia com subsequente taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) durante o período de retorno da respiração. Evidências consistentes sugerem que pacientes com SAHOS desenvolvem mais fibrilação atrial do que pessoas não portadoras. A ocorrência de extrasistolia ventricular (ritmo cardíaco irregular) é bastante elevada e chega a acometer 74% dos apneicos.
Qual o risco do paciente desenvolver infarto?
Em pacientes com história de Doença Arterial Coronária (ICO) e sintomas de SAHOS foi demonstrada uma prevalência de 30,6%. A prevalência de SAHOS foi menor (21%) entre os controles. Dada a elevada prevalência de apneia entre os pacientes com ICO, sugere-se que estes devam ser submetidos a estudo polissonográfico de rotina. O risco de eventos cardiovasculares na população geral é significativamente maior nas primeiras horas da manhã após o despertar (habitualmente entre às seis horas da manhã e ao meio-dia). Diferentemente da população em geral, os pacientes com SAHOS morrem mais no período da meia-noite às seis horas da manhã do que no período da manhã. Quanto mais grave a SAHOS, maior a chance de o indivíduo ter morte súbita de madrugada do que em relação aos outros períodos.
Como posso investigar a apneia do sono?
A polissonografia é o exame destinado ao diagnóstico dos distúrbios respiratórios do sono deve permitir a identificação e quantificação (número e duração) dos eventos respiratórios anormais, seus efeitos sobre a saturação da hemoglobina, sua repercussão sobre a frequência e o ritmo cardíaco e sua relação com os diversos estágios do sono. É considerada o “padrão ouro” para diagnóstico.
Revista Cardiologia em Goiás, fevereiro de 2012.
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