terça-feira, 11 de outubro de 2011

Para se lembrar sempre

A memória pode ser atingida por diversos males, desde anemias, infecções, até os temidos males de Alzheimer e Parkinson. No entanto, independente de ser atingido por doenças e independente da idade, diversas pessoas apresentam esquecimentos, seja da memória recente ou do passado longíquo. A neurologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) , Taysa Alexandrino Gonsalves Jubé Ribeiro fala sobre as medidas que agem de forma eficaz para preservar a função da memória.

Como manter a memória sempre saudável?
Não espere saídas milagrosas, o segredo é botar a cabeça para funcionar. Quanto mais usamos a memória, mais a preservamos. A leitura continua sendo o melhor meio para desenvolver a memória, pois é a única atividade que estimula todas as suas formas ao mesmo tempo. Sabe-se que pessoas que têm uma constante atividade intelectual têm menor chance de apresentar distúrbios como o mal de Alzheimer. Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é exercitá-la.

Que doenças e hábitos podem atingir a memória?

Várias doenças orgânicas podem levar a perda de memória. Entre as mais comuns estão o hipotiroidismo e as anemias (como a falta de vitamina B e ácido fólico). Alguns quadros infecciosos também podem comprometer a memória. O consumo de álcool e muitos medicamentos também são causa de severa perda de memória. Outro fator, em especial nos jovens é a falta de concentração. Os esquecimentos muitas vezes não estão relacionados com a idade, mas com o estresse, ansiedade e depressão. Já nos idosos, sempre temos que afastar a doença de Alzheimer e outros tipos de demência, como a demência vascular e a demência relacionada ao Parkinson.

Existem medicamentos para melhorar a memória?
Nenhum medicamento “cura” a memória. Na doença de Alzheimer os medicamentos agem melhorando a neurotransmissão e com isso estabilizam a memória. Mas como a doença é degenerativa e progressiva, em um determinado momento essas medicações perdem seu efeito. Outras drogas que promovem a vasodilatação também são usadas, porém já foi comprovado que o famoso “ginko-biloba” não atua na memória.

Quais fatores podem prejudicá-la?

O estresse, a ansiedade, a insônia e a falta de motivação podem prejudicar o funcionamento da memória. Com a sobrecarga de trabalho, de emoções ou de informações, chega uma hora em que o organismo não responde mais. Um estilo de vida deficiente, com desequilíbrio na dieta, exposição à fumaça e poluentes ambientais danifica os neurônios.

Existem alimentos que podem influenciar memória?
A boa alimentação é fundamental para a conservação da memória. Deve-se evitar excessos. A boa alimentação é aquela balanceada, contendo proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores envolvidos no processo da memória. A água é bastante importante, por isso deve-se manter a hidratação. Os alimentos ricos em ômega 3 (peixes) podem ajudar nosso cérebro.

Como manter a memória?
Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se manter a forma física, a atividade cerebral também deve ser realizada com frequência, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição, bem como nossa memória e inteligência. Com o tempo, perdemos memória naturalmente, entretanto ganhamos muita sabedoria. Temos que sempre estar com os amigos conversando sobre diversos assuntos, pois o viver a realidade e estar com pessoas que gostamos exercitam bastante o cérebro e a memória

Dicas que sempre dão certo
* Prestar atenção e querer lembrar
* Aprender coisas novas (tocar um instrumento musical, estudar música, estudar artes plásticas, dançar, cozinhar...)
* Fazer atividades físicas regularmente
* Dormir bem
* Não consumir drogas
* Manter uma alimentação saudável, rica em frutas e legumes
* Evitar os fatores de risco, como o fumo, álcool e manter uma vida social ativa

Revista NeuroNotícia, agosto de 2011.

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