segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dieta saudável e atividade física previnem flacidez

Além do envelhecimento, alterações hormonais, grande perda de peso e hereditariedade são fatores implicados no surgimento da flacidez


Com o passar do tempo, as fibras colágenas e elásticas têm sua produção diminuída e começa a ocorrer um processo de desestruturação da firmeza da pele, gerando a conhecida flacidez. “É uma alteração da firmeza da pele que passa a apresentar ‘excessos’ localizados”, define o dermatologista Vinícius Segantine. No entanto, o envelhecimento não é a única causa da flacidez. “Existem dois níveis de flacidez. O primeiro é a flacidez muscular, que é secundária à diminuição do tônus (força) dos músculos e não é necessariamente patológico. O segundo é a flacidez cutânea, que é secundária ao envelhecimento cronológico. Há uma destruição do colágeno e da elastina que são componentes da segunda camada da pele (derme) e que tem como função a sustentação do tecido cutâneo”, esclarece.

Existem várias causas implicadas no aparecimento da flacidez, de acordo com Segantine. “A hereditariedade nunca deve ser desconsiderada. Filhos de pessoas flácidas têm maior risco de apresentarem diminuição do tônus muscular e cutâneo, o que pode acontecer ainda na juventude”, avisa. Outros fatores também devem ser considerados, como o sedentarismo (falta de atividade física), que segundo o médico é a causa mais frequente seguida pela perda de massa muscular e aumento do depósito gordura por deficiência hormonal.

O emagrecimento excessivo também pode causar flacidez, já que a pele, antes “esticada” pela gordura localizada não consegue voltar a sua forma original após a perda de peso. “Isso ocorre muito com as pessoas obesas, principalmente após perdas grandes de peso, como acontece no pós-operatório de cirurgia bariátrica”. Segantine informa ainda que a flacidez afeta principalmente mulheres, o que costuma ser intensificado após a menopausa, onde existe uma diminuição importante nos níveis hormonais.

PREVENÇÃO
Infelizmente, não existem milagres na prevenção e no tratamento da flacidez. Por isso, é necessário esforço e cuidado para diminuir e retardar o aparecimento desse famigerado sinal. “Existem várias maneiras de tratar a flacidez. Todos com resultados pequenos. Por isso é necessário uma associação de cuidados para que se tenha efeito satisfatório”, declara. “Já que a flacidez muscular é implicada, as atividades físicas são carro chefe para a prevenção e o tratamento. A alimentação saudável e balanceada, pobre em calorias, tem fator na prevenção de muitas doenças e de muitas condições, dentre elas a flacidez”, completa.

Ele indica os exercícios isotônicos, como Pilates e uso de bandas elásticas, que promovem aumento do tônus muscular de forma rápida, eficiente e segura. “O tratamento fisioterápico com eletroestimulação de superfície, por exemplo a estimulação russa, promovem contração isotônica passiva da musculatura”, assegura. Conforme o médico, a flacidez cutânea pode ser tratada ainda cirurgicamente com liftings faciais e corporais, intradermoterapia (mesoterapia), peelings mais profundos, preenchimentos cutâneos, por meio da toxina botulínica, com o uso de medicações e dermocosméticos de uso diário e, mais recentemente, as novas tecnologias como os lasers, dos quais ele cita o infravermelho e a lipólise.

O dermatologista faz um alerta quanto ao uso de suplementação alimentar com colágeno e fibras. “Muitos desses produtos não têm efeito e podem trazer até efeitos adversos graves. O mais indicado é procurar o dermatologista para a indicação e o acompanhamento do tratamento. Ele está apto a te fornecer, com ética, o que existe de melhor para cada caso”, frisa.

SEM DOR
Um tratamento menos invasivo com resultados satisfatórios, de acordo com Segantine, é a radiofrequência. “É uma forma de corrente elétrica alternada que é aplicada na superfície da pele. Baseia-se no aquecimento volumétrico controlado da derme profunda. O calor gerado estimula o desenvolvimento das fibras colágenas e elástica”, garante. No entanto, é indicado apenas pacientes com flacidez cutânea leve a moderada. “Existem vários aparelhos e a melhor opção é consultar um dermatologista, que fará a melhor indicação para cada caso”, aconselha o médico.

Revista Dermatologia em Goiás, setembro de 2011.

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