segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alimentação e esporte ajudam na prevenção do diabete infanto-juvenil

Alimentação adequada e práticas esportivas ajudam na prevenção

Já foi o tempo em que diabetes era sinônimo de doença de pessoas acima de 30 anos. Infelizmente com a invasão de fast-food, substituição de sucos por bebidas ricas em açúcar e o sedentarismo, faz com que a população mais jovem, como crianças e adolescentes, sejam portadoras de diabetes precocemente. Como não se pode fugir das regras dos cuidado com a saúde, elas precisam se educar para chegar na fase adulta com qualidade de vida.

Durval Damiani, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe da Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP — orienta que os cuidados básicos que os portadores de diabetes devem ter são com a administração adequada de insulina, monitorização glicêmica, com ajustes de doses de insulina; alimentação
saudável e manter atividade física regular.

A alimentação deve conter fibras e ter uma variedade de nutrientes e de componentes rica em proteínas, gorduras, carboidratos, saladas, legumes e verduras cozidas. Durval explica que é essencial o consumo de fibras — as folhas verdes — pois isto faz com que a absorção dos carboidratos, que viram açúcar, seja mais lenta. “Desta maneira, permite-se uma melhor ação da insulina e se impede uma elevação muito acentuada da glicemia, que é o açúcar no sangue”, adverte.

Mas, só alimentação adequada não é suficiente. Suar a camisa é outro aspecto que deve fazer parte da rotina dos jovens. O especialista diz que a atividade física regular é importante, pois facilita a entrada de glicose nas células musculares, auxiliando na baixa glicêmica. Por outro lado, alerta Durval, o paciente pode ter hipoglicemia (açúcar baixo) durante ou mesmo após um exercício físico mais intenso. Nesse momento é importante monitorar a glicemia antes do exercício e, se houver sintomas (malestar, palpitação, transpiração excessiva), redosar durante a atividade física. Se a glicemia ao início do exercício estiver abaixo de 100mg/dL, é conveniente tomar um copo de suco de laranja (15 g de açúcar) ou equivalente para fazer frente ao exercício e evitar hipoglicemia.

CLASSIFICAÇÃO
O diabetes tipo 1 (aquele que depende de insulina para seu controle), ocorre mais em crianças e tem dois picos de incidência: dos 3 aos 5 anos e na puberdade. Já a diabetes tipo 2, também pode ocorrer em crianças, tendo a obesidade como grande desencadeador. Crianças que apresentam alguma doença autoimune (doenças em que o organismo ataca seus próprios órgãos) podem apresentar diabetes mellitus (DM), que também é autoimune, faz parte de grupo de risco.

Para prevenir a doença, Durval diz que o DM tipo 1 é autoimune e não há maneira de preveni-lo. O DM tipo 2 em geral decorre de excesso de peso e a prevenção é não deixar as crianças e adolescente se tornarem obesos. A opção é ter cuidado alimentar que priorize qualidade
de alimentos e evite os produtos densamente calóricos.

NOVIDADES
Para controlar a diabetes, mesmo com todas as tentações do universo infantil, o especialista sugere que uma alimentação saudável e uma boa educação alimentar, por parte de toda a família são a chave para vencer as “tentações” alimentares. “Há várias dessas tentações em que se tirou o
açúcar e pode ser consumida por diabéticos”, frisa.

Para cada situação o tratamento é específi co. A diabetes mellitus tipo 1 é tratada com insulina, em diferentes esquemas. Já o tipo 2, requer medidas alimentares, perda de peso e medicamentos que facilitem a ação da insulina. “Pode evoluir para um estágio que também necessite de insulina”, conta Durval. Os tratamentos trazem novidades. Atualmente os aparelhos de monitorização glicêmica estão cada vez menores, mais rápidos e funcionando com uma pequeníssima quantidade de sangue. Aparelhos de monitorização contínua trazem enormes informações sobre o controle do DM. Uma boa notícia é que há pesquisa que se estuda a possibilidade de insulina oral, o que evitaria as picadas. As bombas de infusão de insulina, estão cada vez menores e mais práticas, o que permite um melhor controle em pacientes que têm difi culdade de se controlar com as injeções.

Revista Diabetes em Goiás, setembro de 2011.

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