terça-feira, 13 de setembro de 2011

Lentes e lasers auxiliam no tratamento da catarata

Doença é uma das mais frequentes e caracteriza-se pela perda de transparência da lente natural chamada de cristalino

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2011 mostram que cerca de 160 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam catarata. É a maior causa de cegueira reversível, responsável por 47,8% dos casos de perda de visão. “A principal forma de catarata é chamada de senil por atingir faixas etárias acima de 50 anos. No Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima o surgimento de cerca de 550 mil novos casos da doença todos os anos”, assinala Ana Laura de O. Almeida, ex-fellow de Plástica Ocular do Bascom Palmer Eye Institute - University of Miami- FL.

De acordo com Marcelo Vitral V. Santos, médico assistente do setor de Glaucoma do Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal e Goiás (CEROF-UFG) e ex- fellow de Glaucoma do Bascom Palmer Eye Institute - University of Miami – FL, a principal causa da doença são alterações moleculares relacionadas com o envelhecimento e que diminuem a transparência do cristalino. “Outras causas são exposição à luz ultravioleta, traumatismo oculares, inflamações, doenças metabólicas como o diabetes, uso excessivo de medicamentos que contém corticosteroides, dentre outros”, esclarece o especialista.

Ana Laura de O. Almeida alerta que o desenvolvimento e progressão da catarata senil é um processo indolor, variável entre indivíduos, bilateral e que começa a ser percebido com a dificuldade para leitura, dirigir, assistir televisão e outras atividades do cotidiano. “A suspeita e o diagnóstico da catarata somente poderão ser feitos ao consultarem o oftalmologista. Basicamente, a principal queixa é a diminuição da acuidade visual e o exame biomicroscópico é essencial para caracterização e graduação da catarata”, avisa. Depois de detectado o problema, será necessário a realização de exames complementares. “Quando a qualidade da visão começa a ser prejudicada pela catarata é indicado o tratamento cirúrgico, que consiste na remoção do cristalino opacificado pelo moderno método de Facoemulsificação, realizado por uma incisão microscópica e auto selante, seguido do implante de uma lente intraocular que substituirá o cristalino retirado”, esclarece Marcelo Vitral.

NOVIDADES E AVANÇOS
Os dois especialistas enfatizam que vários avanços em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias estão disponíveis nessa área. “As principais inovações nos últimos anos são referentes às lentes intraoculares, que podem permitir uma individualização no tratamento para cada caso. Dentre elas, existem as lentes monofocais asféricas, lentes tóricas para quem tem astigmatismo além da catarata, lentes com multifocalidade, que permite boa visão para longe e perto; mais recentemente as lentes acomodativas, que se movem de acordo com a necessidade, e as lentes multifocais tóricas”, detalha Ana Laura de O. Almeida.

Outra novidade, segundo Marcelo Vitral, é o surgimento do Laser de Femtosegundo que, além de alta potência, permite a realização de cortes e fragmentações com alta precisão e pouco dano aos tecidos adjacentes, aumentando a segurança na realização da cirurgia.

Revista Oftalmologia em Goiás, agosto de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário