segunda-feira, 8 de agosto de 2011

História da construção do Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia

Nádia Lima

Goiânia nasceu com vocação para grandes obras e feitos. Já na década de 30 a cidade tinha um aeroporto. Mais um dos marcos que ajudaria a colocar o Estado na rota dos grandes acontecimentos nacionais e “encurtava” as distâncias. Os voos regulares na capital ainda demoraram a ser firmados. Mas, um exemplo do grande avanço trazido pelos aviões foi a considerável alteração no tempo para a troca de mensagens: o envio de correspondência entre Goiás e o Rio de Janeiro foi reduzido de quatro semanas para cinco dias, entre a postagem e a entrega.

O primeiro aeroporto de Goiânia era modesto, mas atendeu a demanda da capital até meados da década de 50, quando o grande crescimento populacional e a urbanização acelerada obrigou o Estado a implantar um novo projeto. Localizado entre o Setor Campinas e o centro de Goiânia era impossível manter o aeroporto em uma das regiões que mais crescia na capital. Ele começava na Avenida Tocantins com a Avenida Paranaíba, bem no centro da cidade e recebia voos basicamente de duas companhias aéreas: Vasp e Panair. Depois da transferência, o local passou a carregar em seu nome o passado histórico e foi denominado Setor Aeroporto, dando lugar a um bairro residencial e comercial.
A mudança foi necessária para atender à modernização da aviação e a crescente demanda por espaço, que exigiam o aumento do número de passageiros, maior movimentação de cargas e aeronaves cada vez maiores. Além da necessidade de expansão, também era preciso construir um terminal com infraestrutura mais moderna.

O local escolhido ficava próximo à área onde havia sido construída a pioneira usina da capital, na região noroeste de Goiânia, na época distante oito quilômetros do setor central, onde já havia intensa urbanização. A área era formada por terras de propriedade do governo federal e também áreas particulares. Um dos doadores era o já citado médico e pecuarista Altamiro de Moura Pacheco – novamente ele, contribuindo para desenvolvimento daquela região. Outro que passou suas terras para o estado foi Augusto França Gontijo, um dos presidentes da SGPA (Sociedade Goiana de Agricultura e Pecuária) na década de 40. Um pedido feito por Altamiro foi a escolha do nome do aeroporto, batizado de Aeroporto Internacional Santa Genoveva — uma homenagem a sua mãe e à santa de mesmo nome. O nome do bairro Setor Santa Genoveva, vizinho ao Jaó, também foi assim denominado pelas mesmas razões.

A doação das terras para a construção do aeroporto foi efetivada em 2 de setembro de 1955, por meio do decreto 37.851, expedido pela Presidência da República, autorizando o Ministério da Aeronáutica a aceitar doações de terrenos em Goiânia. Quem assinou o decreto foi João Café Filho, que assumiu a presidência do Brasil com o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954, e o brigadeiro Eduardo Gomes, Ministro da Aeronáutica à época.

 “Art. 1º - Fica o Ministério da Aeronáutica autorizado a aceitar as doações a serem feitas pelos Srs. Dr. Altamiro de Moura Pacheco (691.681,45 m); Firma Interestadual Mercantil S/A (668.454,59 m), Doutor Augusto França Gontijo (521.466,50 m) e Dilma Barbosa Gondas no Município de Goiânia, Estado de Goiás, necessárias à construção do novo aeroporto local, tudo conforme conta do processo protocolado na Diretoria de Engenharia daquele Ministério, sob n.º 4.685-55, onde se encontram as plantas dos terrenos.”

A área total disponibilizada para a construção foi de 3.967.365,04 m — 4.000 km. Construída uma estrutura básica, com pista de pouso de terra de 1500 por 30 metros e improvisada uma estação para passageiros, tiveram início as operações no novo aeroporto em 17 de junho 1956. A intenção, desde o surgimento da ideia da mudança, foi erguer um aeroporto internacional. E Goiânia foi a primeira cidade do Centro-Oeste a ter tal estrutura, já que Brasília ainda estava em fase de planejamento.

Em 1958, a pista de pouso foi asfaltada e ampliada, atingindo as medidas de 2.200 por 45 metros. Um novo terminal de passageiros foi inaugurado em 1962 – passando a contar com um espaço de 1.200 m, quando também foi disponibilizado ali um Núcleo de Proteção ao Voo, implantado pelo Ministério da Aeronáutica.

Em 1974, a administração do Aeroporto Santa Genoveva foi repassada para a Infraero, conforme a portaria 120 de 03/12/1973. Com a nova direção foi realizada a recuperação da pista, interditada devido às suas péssimas condições. Ela foi reconstruída com uma tecnologia inovadora para a época, possibilitando realizar a reforma sem paralisar as atividades de pousos e decolagens.

Ainda em 1974 foi feita a ampliação do terminal de embarque e desembarque, que passou dos seus originais 1200m para 1900m. Outras obras foram realizadas em 1981 e em 1994 o terminal foi ampliado para 4200m. Em 2000 uma outra reforma deu ao aeroporto um terminal com 6500 m.

Desde a primeira década do século XXI estão em curso obras de uma nova ampliação do aeroporto, que quando finalizadas terão a capacidade para atender três milhões de passageiros por ano, chegando a 14 milhões em 2014 — embora nada se possa afirmar ante tantas idas e vindas da travada burocracia e corrupção do governo brasileiro. De todo modo, estão planejadas a construção de um terminal de quatro pavimentos, sendo no último o aeroshoping, galeria técnica, elevadores panorâmicos, escadas rolantes, e quatro pontos de embarque. O projeto prevê ainda a manutenção de áreas laterais diponíveis para novas ampliações.

3 comentários:

  1. Boa tarde! Qual é a fonte dessa sua pesquisa? Gostei muito, mas preciso da fonte para obter mais informações, pois estou escrevendo uma tese sobre o aeroporto de Goiânia. Meu e-mail é marcosvc34@gmail.com, caso você possa me ajudar

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  2. Eu , não aprovo a troca do Nome do aeroporto Santa Genoveva pois pela matéria acima este nome foi homenagem de um dos doadores do terreno a sua mãe

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  3. Tbm não concordo com a mudança do nome... Íris pode ser homenageado de várias outras formas.

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