sexta-feira, 6 de maio de 2011

Qualidade de vida na terceira idade

Nelson Rassi, endocrinologista

O endocrinologista Nelson Rassi, preceptor de internato da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor convidado da Universidade de Miami (EUA), fala dos problemas endócrinos mais comuns na terceira idade e aponta o caminho das pedras para um envelhecer sem perdas significativas na qualidade de vida: “Bons hábitos alimentares, álcool com moderação, evitar o tabagismo, prática de atividade física orientada por um profissional da área, exames, boas horas de sono, lazer, dentre outras medidas”.

O envelhecer
Definitivamente a mãe de todos os problemas de saúde que ocorrem no nosso corpo, a medida que os anos vão passando, é o envelhecimento em si. O nosso código genético já estabelece ou programa a nossa longevidade, ou seja, o declínio gradual e contínuo da função e da vida celular (apoptose). A interação adequada (atividade física, alimentação, bem estar psicológico e social, boas horas de sono, dentre outros fatores) ou inadequada (ócio, erros alimentares, estresses, pobreza sócio-econômica, poucas horas de sono e lazer e outros) podem nos trazer vida longa e saudável ou doença e morte prematura. Invariavelmente esses malefícios podem se manifestar de diferentes maneiras, sob a forma de doenças crônico degenerativas ou neoplásicas. Na endocrinologia, a obesidade e o diabetes ocupam as duas primeiras colocações na lista desse grupo de enfermidades.

Procure o médico
Como conviver com esses problemas sem perdas significativas na qualidadede vida? A resposta mais lógica seria: não tê-los, primeiro por meio da boa saúde das nossas mães que se saudáveis terão maiores chances de gerar crianças saudáveis e se enfermas ou fisicamente debilitadas poderão procriar seres que serão doentes na infância ou na vida adulta. Finalmente, bons hábitos alimentares, esportes, higiene (pessoal, familiar e sanitarismo da coletividade) desde os primeiros momentos da nossa vida. Na eventualidade de desenvolver obesidade e/ou diabetes procurar o médico especialista para orientações sobre dieta, atividade física, medicamentos e monitoramento.

Alimentação e bom senso
Em geral não necessitamos de ajuda profissional (nutricionista) para uma alimentação saudável, basta o bom senso. O cardápio do brasileiro comum é ótimo, com o café da manhã contendo pão, manteiga ou margarina ou queijo fresco e uma fruta; no almoço arroz, feijão, carne e salada com uma fruta ou um doce de fruta de sobremesa; no jantar, um mini almoço ou sanduíche de pão com carne, queijo, alface, tomate acrescido de leite. A americanização dos nossos hábitos trazendo o excesso de gordura saturada e trans, de açúcar sob a forma de hambúrgueres, batata frita, milk shake, etc., contaminou nossa culinária e estragou a saúde dos brasileiros.

Obesidade
Para combater esse mal é preciso participação e envolvimento de todos segmentos da sociedade: da escola incluindo bons hábitos de vida no currículo, fazendo com que a criança leve esta informação aos seus pais; do governo por meio de uma legislação mais rígida sobre a indústria e comércio dos alimentos; da indústria e comércio entendendo que a saúde da população, a médio e longo prazos, traz mais benefícios e lucros do que a produção e venda de alimentos que entopem as nossas artérias e encurtam as nossas vidas; da mídia, não permitindo propagandas de alimentos nocivos, principalmente durante programas infanto-juvenis, estimulando e divulgando informações sobre hábitos de vida saudáveis.


Revista dos Condomínios Horizontais, abril de 2011

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