Iúri Rincon Godinho
O problema do valor pago pelos planos pode e deve melhorar aos poucos, mas está longe de ser o único. A classe médica é lenta para tomar decisões. O que se vê é normalmente pacientes se movimentando contra seus doutores e fazendo um enorme barulho na imprensa, que as entidades de saúde não conseguem sequer responder.
Depois que conseguirem melhorar os rendimentos, todos podem tentar aumentar o valor do SUS, esta sim uma batalha de titãs, com pouca possibilidade de vitória. Outra luta inglória mas necessária é a que visa aperfeiçoar a estrutura de trabalho médico, tanto no que se refere à carga horária como na questão de equipamentos e materiais específicos. Principalmente no serviço público e em pequenos hospitais do interior, a arte da improvisação acabou se incorporando à prática clínica, com inegáveis prejuízos para a sociedade.
Se os médicos realmente acordaram para resolver pendências, também podem começar a se mexer para diminuir o tempo de espera nos consultórios, por exemplo. Por mais que o tempo da consulta seja um conglomerado de imponderáveis, é possível, sim, se organizar para ser mais rápido.
Por último, mas não menos importante, em algum lugar deve ter alguma lei que obrigue o médico a sanar com paciência todas as dúvidas dos doentes. A olhar nos olhos do paciente, a sorrir ante a dor alheia. Em algum lugar deve estar escrito que ninguém gosta de ir ao médico — nem os próprios médicos. Então, que todas recebam, no mínimo, um tratamento vip.
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