terça-feira, 10 de maio de 2011

Os desafios da esclerose múltipla

Com várias formas de manifestação, dificultando o diagnóstico, a esclerose múltipla é uma doença crônica autoimune, lentamente progressiva, ainda sem previsão de cura, que atinge principalmente pessoas de 20 a 45 anos. Suas características são as placas disseminadas de desmielinização (perda da mielina, substância que envolve os nervos) no crânio e na medula. O portador apresenta sinais neurológicos múltiplos e variados, que podem melhorar espontaneamente em alguns dias. Esse fato também torna o diagnóstico mais complicado, conforme esclarece a neurologista e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Taysa Gonsalves Ribeiro. A seguir, confira outras informações da especialista.

Sintomas
Geralmente são pouco específicos. Os mais comuns são tonteiras – que pode parecer uma ‘labirintite’ – alterações visuais, tais como visão turva, visão dupla ou perda de parte da visão, perda de sensibilidade ou de força em alguma parte do corpo, dormências, falta de equilíbrio, falta de coordenação motoras e alterações esfincterianas – vontade de urinar várias vezes, sensação de bexiga cheia e incapacidade de segurar a urina.

Tratamento
Está baseado no uso de imunomoduladores, que são drogas que controlam a defesa do organismo, na forma injetável, intramuscular ou subcutâneo. Novas opções estão em desenvolvimento e medicamentos orais já foram aprovados, mas ainda não estão disponíveis no Brasil. Para os portadores que apresentam uma forma mais agressiva da doença, pode se tornar necessário o uso de drogas imunossupressoras (monoclonais).

 Equilíbrio emocional
Um fator que sempre deve ser acompanhado é o psicológico do paciente. Quando o portador não está bem emocionalmente, a doença se desenvolve mais rapidamente. Não se pode neutralizar totalmente o sistema imunológico, senão o paciente não combaterá um simples resfriado. Por isso, o tratamento é delicado. É preciso equilibrar a imunidade para que ela exista, mas não ataque a mielina.

Vida normal
É importante respeitar limites para vencer barreiras, buscando qualidade de vida e lembrando que o fato de ter esclerose múltipla não significa incapacidade ou infelicidade. Entre as orientações está a prática de atividade física — há pacientes que conseguem correr, outros só conseguem ir à fisioterapia; descansar quando estiver muito quente — o calor piora e é comum a fadiga; evitar ganhar peso; alimentar-se bem; dormir bem; e ter momentos de lazer.

Revista Neuronotícia, abril de 2011

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