quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Consolidação da pós-graduação da Faculdade Medicina /UFG

A pós-graduação em Ciências da Saúde, iniciada em 2006 como programa próprio, já formou mais de 100 mestres e doutores e conta com aproximadamente 300 alunos, que contribuirão para uma assistência mais especializada à população

PAULO CÉSAR VEIGA JARDIM:
“nós qualificamos não só os profissionais da UFG, mas também os professores de todas as faculdades privadas”
O programa de pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFG foi iniciado por meio de um consórcio estabelecido entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do qual foi possível especializar um corpo docente para que se pudesse ter um programa próprio. “Enfrentamos uma certa resistência inicial dentro da
Faculdade de Medicina pelo fato de termos feito um consórcio, mas, com diversas ajudas da pró-reitoria de pós-graduação, da reitora, da pró-reitora, na época professora Ana Luiza Lima Sousa,
nós conseguimos montar esse programa”, conta o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Paulo César Veiga Jardim.

O consórcio data de 2 002 e a implantação do programa contou com a coordenação do cardiologista e professor Celmo Celeno Porto. “Teve duração e quatro anos e permitiu que nós pósgraduássemos diversas pessoas, criássemos um interesse um pouco maior do que já existia pela pós-graduação dentro daFaculdade de Medicina e Enfermagem e nos permitiu ter experiência para criar nosso próprio programa”, comenta Paulo César. Foi na fi nalização do consórcio, que o médico apresentou o projeto para que a pós-graduação da Faculdade de Medicina abrangesse a área da saúde como um todo, envolvendo profi ssionais e acadêmicos da enfermagem, nutrição, odontologia, farmácia e bioquímica, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública e do ICB (Instituto de Ciências Biológicas).
 
“Essa é uma questão fi losófi ca. Na época eu era o diretor da escola e nós programamos de fazer um programa de pós-graduação em ciências da saúde e não em medicina. A razão para isso é que entendemos que é melhor trabalhar a saúde como uma equipe, do que trabalhar uma área exclusiva”, justifi ca o coordenador do projeto, acrescentando que gostaria de agregar outros profissionais, de áreas como antropologia e sociologia, cujos conhecimentos também refl etem na área da saúde. Outra fi losofi a que norteia a pós-graduação é o fato de trabalhar temas que sejam de interesse da população,
isto é, que qualifi que o profi ssional para cuidar da comunidade regional e tenham uma aplicabilidade prática em termos de saúde pública.

DESAFIOS E RESULTADOS EFICIENTES
Paulo César Veiga Jardim diz que uma difi culdade inicialmente encontrada para a implantação da Pós-graduação em Ciências da Saúde foi em conseguir a aprovação na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), já que o projeto continha os nomes de mais 60 orientadores. “Nós fizemos primeiro uma triagem interna pelos docentes que tivessem uma boa produção científi ca e restaram em torno de 42 orientadores”, relembra o professor. Mesmo assim, a Capes sugeriu que diminuísse, o que fezcom que o programa fosse aprovado com menos de quarenta orientadores. Do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, a pós-graduação conta com os seguintes orientadores: o chefe do Departamento Waldemar Naves do Amaral, o coordenador da Mastologia Ruffo de Freitas Júnior e o coordenador da Reprodução Humana Mário Approbatto ginecologista.
O programa começou a funcionar em 2006 e já passou por uma avaliação da Capes, o que é feito a cada três anos. A instituição concedeu a nota quatro à Ciências da Saúde, o que, segundo Paulo César é uma boa nota, tendo em vista que a máxima é 7. Este ano a Capes fará uma nova avaliação e a nota tem que ser ascendente. “Se cair deixa de ter doutorado e passa a ter só mestrado. Nós estamos trabalhando para que na próxima avaliação tenhamos nota 5”, declara.

PRODUÇÃO ACADÊMICA
No que depender dos índices, a avaliação será mesmo positiva: a Pós-Graduação em Ciências da Saúde é a maior da universidade, com mais de trezentos alunos, já foram qualificados como mestres e doutores mais de 100 alunos de todas as áreas, aumentou o número de trabalho publicados anualmente com em revistas especializadas, quando o programa começou foram cerca de 80 trabalhos publicados por todo o corpo docente da pós-graduação, no segundo ano passaram para 115 publicações e no terceiro ano chegaram 150 trabalhos. “Vemos o nosso trabalho aumentando ano a ano. Não computamos ainda, mas sabemos que em 2011 tivemos mais de 220 trabalhos publicados pelo grupo da pós-graduação. Enfim, a produção mais que triplicou desde o início”, comemora.

Paulo César cita como principal vantagem a possibilidade de profissionais se qualificarem sem ter de sair do Estado. “E nós qualificamos não só os profissionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), mas também os professores de todas as faculdades privadas. E mesmo profissionais de saúde que não estão na área acadêmica, mas que têm interesse. Então isso diminuiu o sacrifício, o gasto e possibilitou criar uma inteligência regional com, óbvia aplicação, reconhecimento nacional e internacional”, salienta.

O segundo ponto positivo citado pelo coordenado da pós-graduação é que aumentou a produção intelectual de maneira significativa e, em terceiro lugar, aumentou o número de projetos de pesquisa financiados por entidades públicas e privadas. “Um outro aspecto é que a nossa produção científica ganhou visibilidade internacional em função da pós-graduação, que é como uma vitamina para esse tipo de atividade. Em Bruxelas, na Bélgica uma professora nossa da faculdade de odontologia esta participando de um simpósio internacional, com seis ou oito palestrantes e ela é uma delas. Têm quatro brasileiros, um do Rio Grande do Sul, um da Bahia, um de São Paulo e ela de Goiânia. Óbvio que tem mérito pessoal do professor, mas a pós-graduação incentiva” finaliza.

Jornal do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFG, fevereiro de 2012.

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