O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como hipertensão gestacional e atinge de 6% a 17% das mulheres na primeira gravidez e de 2% a 4% nas mulheres que já tiveram uma ou mais gestações e pode desencadear outros problemas, como a pré-eclâmpsia. “Como acontece com a hipertensão arterial crônica aqui também a razão causal não é bem estabelecida, podendo estar relacionada com características hereditárias e causas renovasculares, etc. Sabe-se que algumas circunstâncias facilitam seu aparecimento, tais como história de pré-eclâmpsia prévia, primeira gestação, história familiar de hipertensão, idade, obesidade e gestação múltipla”, diz o cardiologista Hélio Guerra, diretor da SBC - GO. Segundo ele, a diabetes gestacional costuma ocorrer após a vigésima semana de gravidez ou até 24 horas depois do parto.
As consequências, de acordo com Hélio Guerra, dependem da gravidade da hipertensão arterial, e podem ocorrer tanto na mãe quanto no feto, como parto prematuro, crescimento intrauterino restrito, baixo peso ao nascimento e descolamento prematuro de placenta. “Quando a hipertensão é transitória e não complicada a evolução geralmente é benigna”, ressalva, alertando que é necessário ficar atento aos sinais de pré-eclâmpsia, que desencadeariam uma maior gravidade ao quadro, por isso é preciso um controle rigoroso e acompanhamento frequente.
Ele diz que embora nem sempre seja possível prevenir a hipertensão gestacional, as medidas nesse sentido devem ser tentada desde o início da gestação, com a adoção de bons hábitos de vida e manutenção do peso em níveis considerados normais, isto é, a grávida deve engordar de 9 a 11 quilos até o final da gestação. “A alimentação deve conter alto teor de potássio e magnésio e baixo teor de sódio. É importante ainda manter o estado psicoemocional estável. Deve fazer atividade fisica aeróbica frequente e sem excessos. Fazer medidas pressóricas sequenciais, além, obviamente, de um acompanhamento pré-natal adequado”, enumera. O tratamento medicamentoso será introduzido somente se as mudanças dos hábitos de vida não obtiverem resultado, dando-se preferência ao uso de Metil-dopa nestes casos, informa o médico.
Hélio diz ainda que pode ocorrer da mãe manter-se hipertensa após a gestação, sendo mais comum e frequente o aparecimento e cronificação da hipertensão em mulheres que tenham tais quadros. O bebê poderá ainda, futuramente, se tornar hipertenso, “o que dependerá de características hereditárias próprias, bem como de situações comportamentais que agreguem possibilidade para tal fato ao longo de sua vida, como obesidade, hábitos alimentares com alto teor de sódio, etc., mas não está relacionada diretamente ao estado de hipertensão gestacional materna”, finaliza o cardiologista.
Jornal do Dia Nacional da Hipertensão-Goiás, abril de 2011
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