quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Obesidade infantil - uma epidemia moderna

Renata Machado
Endocrinologista infantil

A obesidade em crianças é um problema de saúde pública. Há 20 anos, era uma preocupação dos países ricos, porém em 1998 a Organização Mundial da Saúde declarou a obesidade infantil como uma epidemia global. O Brasil não fica fora da estatística, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a obesidade dobrou nos últimos 10 anos. Estima-se que em Goiânia 40% das crianças estejam acima do peso e que 10% sejam obesas.

O estilo de vida das crianças se alterou nos últimos anos, elas têm uma diversão sedentária, como horas em frente à TV, computador, videogames e pouco tempo de brincadeiras ao ar livre, além de fácil acesso a guloseimas. Assim, fica fácil entender o aumento nas estatísticas nesses 20 anos, pois a obesidade acontece quando o consumo energético é maior que o gasto.
E criança gordinha não é apenas um problema estético. A chance de esta criança continuar obesa na vida adulta é de 75% e isto pode reduzir sua expectativa de vida em até 20 anos. Mas os problemas de saúde podem aparecer ainda na infância. Doenças típicas dos adultos podem se manifestar em crianças acima do peso, como diabetes, hipertensão, aumento do colesterol e triglicérides, distúrbios do sono, dentre outras.

Além das complicações físicas, a obesidade leva a problemas sociais que podem repercutir na saúde mental da criança. O obeso é discriminado pelos colegas, ganha apelidos pejorativos e vira alvo de chacota. Impactos emocionais nesta fase de formação da personalidade podem deixar sequelas na autoestima por toda vida.

Pais, educadores e médicos devem ajudar e orientar as crianças a trocar hábitos ruins por novas atitudes, trocando o prazer de comer pelo prazer de se sentirem bem, para assim reaprenderem a comer e a brincar de modo saudável.


Jornal da Sociedade Bariátrica-Goiás, agosto de 2010

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