quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tratamento de câncer da tiroide com iodo radioativo

O iodo radioativo é usado para tratamento de diferentes carcinomas da glândula tiroide, ou seja, tumores malignos. Este radioisótopo emite continuamente radiação e, desta forma, destrói as células cancerígenas que ainda restaram após a cirurgia de retirada da tiroide (tiroidectomia). “O tratamento se baseia no fato do câncer de tiroide absorver tanto o iodo radioativo quanto o não-radioativo de forma indistinta. Uma vez dentro do tecido tiroideano “canceroso”, o iodo deposita sua radioatividade e destrói as células do tecido doente. Portanto, somente os cânceres originados da glândula tiroide podem ser tratados com iodo radioativo”, explica o especialista em Medicina Nuclear, Whemberton M. Araújo.

A terapia com iodo radioativo pode ser usada ainda para tratar nódulos benignos. Whemberton relata que há dois tipos principais de doenças tiroideanas que apresentam nodulações benignas: bócio nodular hiperfuncionante ou “tóxico” (BNT) e bócio multinodular “atóxico” (BMNA). “A primeira apresenta um ou mais nódulos que são “hiperfuncionantes”, e produzem hormônio tiroideano de forma excessiva, provocando o hipertiroidismo. Na segunda situação, a glândula apresenta várias formações nodulares que, em geral, não são produtoras significativas de hormônio, mas a tiroide tem suas dimensões aumentadas de tal forma que provoca outros sintomas, como compressão cervical e desconforto estético e respiratório. Em algumas situações, a serem definidas pelo médico clínico ou cirurgião, a dose de radioiodo pode ser uma alternativa à cirurgia”, define.

Ele ainda esclarece que, no caso de câncer da tiroide, a cirurgia é o tratamento de primeira escolha e que a administração de iodo radioativo é realizada algumas semanas após a cirurgia de retirada completa da glândula, na tentativa de aumentar as chances de cura e reduzir a possibilidade de recidiva.

O tratamento pode ser realizado tanto em estágios iniciais, com doença localizada, e neste caso a intenção é aumentar as chances de cura após a cirurgia e reduzir o risco de recidiva. “Em caso de doença avançada, quando há presença de lesões à distância em outras regiões do corpo (metástases), o tratamento pode ser utilizado na intenção de controlar ou reduzir as lesões cancerosas ativas”, esclarece o médico nuclear.

A dose de iodo radioativo é administrada via oral, na forma de solução líquida ou em cápsulas. A quantidade é definida principalmente pelo estágio de apresentação da doença. “Doses pequenas podem ser administradas ambulatorialmente e o paciente retorna para a sua residência no mesmo dia. Doses maiores necessitam de internação hospitalar em quarto projetado para conter a radiação necessária para o tratamento, e que na maioria dos casos dura de um a três dias”, diz Whemberton, afirmando que, independente da forma como é administrado, o procedimento é bastante seguro tanto para o paciente quanto para seus familiares.


Revista Vida Nova

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