quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Perigos da obesidade na gravidez

Pesquisa do Centro para Controle e Prevenção de Doenças do governo federal americano revela que uma em cada cinco mulheres é obesa ao engravidar. Tal fator contribui para o incremento em taxas de cesariana, defeitos de nascença e mortes de mães e bebês. Além disso, gestantes com um Índice Massa Corpórea (IMC) de 35 ou mais, possuem entre e quatro vezes mais chances de terem seus bebês por cesariana do que mães de peso normal, apontam estudos do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

Segundo o presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), ginecologista e obstetra Washington Luiz Ferreira Rios, a indicação de cesariana para mulheres obesas é feita quando há macrossomia, ou seja, a criança é grande. “Nesse caso recomendamos a cesariana, caso contrário, não há contraindicação do parto normal”, explica.

Os estudos mostram, ainda, que bebês nascidos de mulheres obesas têm quase três vezes mais chances de morrer no primeiro mês após o nascimento e que grávidas com sobrepeso têm até duas vezes mais chances de gerar um natimorto. Os dados também revelam que parturientes nestas condições são mais propensas a terem complicações na anestesia, hemorragia, coágulos de sangue e enfartes durante a gravidez e o nascimento. As comparações foram feitas com mulheres grávidas com IMC considerado saudável — entre 18,5 e 25.

Em Goiânia, de acordo com o obstetra, existe um percentual relativamente importante de gestantes obesas, “A obesidade hoje é uma epidemia no mundo e nós não fugimos à regra”. Na capital, o aumento no número de indivíduos acima do peso estaria relacionado com alterações na alimentação, por isso, a dieta, não só das gestantes, precisa ser saudável e nutritiva.

Na opinião do profissional, um pré-natal de boa qualidade deve acompanhar a gravidez de mulheres obesas. Além disso, é preciso investir em uma alimentação regulada e com restrições, mas sem prejuízo ao desenvolvimento do feto. “Uma mulher com peso adequado ganha na gravidez de nove a 12 quilos, a obesa tem que ganhar menos, por isso o controle da alimentação”. Ainda de acordo com o médico, a ideia de “comer por dois” é errada. A gestante tem que se alimentar bem, mas em pequenas quantidades, de seis a sete vezes ao dia. “A alimentação saudável, com eliminação de comidas hipercalóricas, é a indicada tanto para mãe obesa quanto para de peso normal”.




Jornal da Sociedade Bariátrica-Goiás, maio de 2010

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