quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Meninas superpoderosas

Quem são essas mulheres competentes e bonitas que mandam na área da construção em Goiás

Cythia Alexandra
Giselle
Laís
Maristela
Rosângela  

Elas são jovens. Elas são belas. Elas são poderosas. Cinco mulheres dão o tom da comunicação no setor da construção goiana. São histórias de sucesso, como a da gerente de Marketing da Consciente Construtora, Giselle Brito, que começou sua trajetória profi ssional quando ainda era estudante de Administração. Ao finalizar a faculdade, Giselle fez pós-graduação em São Paulo, na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), trabalhando a semana toda em uma empresa de bebidas em Goiânia e viajando para a capital paulista na sexta-feira para o curso. “O fundador da ESPM chegou a nos procurar em sala, a mim e uma colega, porque ninguém acreditava que íamos para São Paulo,
toda semana de ônibus para estudar durante três dias, voltando em seguida para Goiânia”, orgulha-se. “Passei difi culdade fi nanceira, deixei de ir a festas, ou de viver como os jovens da minha época”, lembra-se.

Depois Giselle foi contratada para fundar a Americel (hoje Claro) em Goiânia. Com apenas 25 anos liderava equipes de mais de mil pessoas. “Os jovens me olhavam de forma diferente, acho que questionando como uma pessoa daquela idade podia estar onde estava. Paralelo a isto, pessoas com
mais experiência de vida me cobravam postura e posicionamento maduro”, declara.

Outra que começou cedo foi a gerente de Marketing da Opus Inteligência Construtiva, Maristela Nery. Trabalhava com o pai, representante comercial, e diz que aprendeu com ele que a disciplina e a sistemática são características importantes para se concretizar as coisas. Outro aprendizado que teve, este do trabalho desempenhado no segmento de bebidas, é que a postura profi ssional é importante, o que se conquista, principalmente, com paciência e equilíbrio. “Há oportunidade para todos. Noto nas obras cada vez mais posições femininas e no mercado goiano as mulheres estão tomando frente”, opina.

Já a diretora de Marketing da TCI Inpar, Cynthia Alexandra Rodrigues, formada em Arquitetura e Urbanismo, proprietária da Dela Ideia - Gestão de Imagem e Marketing, com doutorado em Economia de Empresas, diz, modestamente, que conhece tantas pessoas que têm uma trajetória de superação que a fazem perceber que seu caminho foi comum. “Minhas escolhas foram sempre carregadas de
espontaneidade e intuição”, declara.

No entanto, ela avalia que não consegue se lembrar de nenhuma conquista que tivesse vindo sem
a participação decisiva de outras pessoas, cada uma no seu momento e importância. Companheira de profissão de Cynthia, a gerente de Marketing da GPL Incorporadora e proprietária da empresa de consultoria Laís Cunha CM Ltda, Laís Cunha, graduada em Marketing Administrativo e especializada em Marketing Político, considera que os desafi os são grandes e que é preciso estar atenta para não ser pega de surpresa. “A difi culdade maior é entender que a liderança nata deve ser controlada e administrada com limites. Bater de frente jamais. Ceder para avançar sempre”, ensina.

Segundo ela, para manter um cargo de liderança é preciso mais do que se atualizar e manter princípios éticos. “Uma boa parceria com fornecedores e um relacionamento altamente profissional, manter a reciclagem e aprendizado constante ajuda, mas é preciso também ter segurança no que se faz, ter comprometimento com a busca de novidades e tendências do mercado e ainda conhecer bem toda a concorrência e estar atenta a todas as alterações do segmento”, enumera.

Em uma praia um pouco diferente, a gerente de Eventos e Negócios do SecoviGoiás, Rosângela Moraes, graduada em Administração, conta que passou por muitos lugares e fez muitos contatos até chegar onde está. O presidente da entidade, Marcelo Baiocchi, já conhecia meu trabalho e sabia da necessidade de formatar e divulgar cursos para o mercado condominial e imobiliário”, explica.

Além de estar sempre atenta às necessidades dos associados, e às novidades de outros Estados, Rosângela é a responsável pela captação dos recursos para os eventos, já que o Secovi é uma entidade sem fi ns lucrativos.

QUESTÃO DE GENÊRO EM DEBATE
Giselle, da Consciente, considera que ainda há um estranhamento da sociedade ao ver mulheres em posição de chefi a. “Ainda somos consideradas pessoas que, por algum acidente, chegaram onde estão. A sociedade ainda não entendeu que nem todas as mulheres querem uma vida pacata de
dona de casa. Não que isto seja defeito, mas o trabalho externo também não pode ser desmerecido”, avisa. A mesma cobrança social é sentida por Maristela Nery, da Opus, que, no trabalho com o pai, liderava equipes com predominância masculina. “Sempre precisei me esforçar mais para mostrar
talentos e expertises. Depois de 26 anos de estrada, ainda estou aprendendo”, constata.

Já Cynthia Alexandra, da TCI, avalia que sua experiência tem sido positiva e que não conseguiria enumerar sequer um fato que indicasse alguma barreira de gênero em sua trajetória. “Talvez em algumas áreas específi cas, o mercado tenha a expectativa de uma condução masculina, mas o que tenho visto na área de marketing é que não se trata de uma questão de gênero e sim de postura”, elabora. “Existe uma preferência por gestores e líderes com carisma e simplicidade, ao mesmo
tempo que demonstrem fi rmeza na condução do crescimento das empresas.

E se é assim, suavidade e presença são traços marcantes da personalidade feminina. A força da liderança feminina pode estar justamente no charme e sensibilidade que ela agrega aos negócios”, complementa. Laís, da GPL, considera que quando a mulher se posiciona de forma profi ssional, madura e ética as diferenças tendem a ser esquecidas. “A sociedade e, principalmente, empresários desse segmento, buscam mais resultados do que se preocupam com as diferenças. A maioria das
construtoras que conheço possuem gerentes e diretoras mulheres e estão todas bem. A mulher desempenha cargos com comprometimento e detalhes, o que a coloca em topos corporativos”, analisa.

Esta também é a opinião de Rosângela, do Secovi, que diz não acreditar que em pleno século XXI a
sociedade ainda estranhe a liderança feminina. “Várias lideranças classistas e empresariais no nosso país, e até a presidente, são mulheres. Há muito tempo o mercado, a iniciativa privada e o poder estatal perceberam a capacidade, a efi ciência, o comprometimento e os esforços profissionais da mulher”, afirma.

SE ATUALIZAR É FUNDAMENTAL
Giselle comenta que aprendeu a não fazer dos desafi os um problema. “Não murmuro, não reclamo, faço o melhor que posso. Me entrego, acredito em tudo que me é designado como atribuição,
gosto de fazer acontecer. Procuro unir minha equipe, pois assim o trabalho fl ui com agilidade”, orienta, dizendo ainda que sua receita de sucesso é se atualizar sempre, conselho que ela aplica em sua
vida: agora está fazendo mestrado.

Maristela também utiliza o estudo como pilar e está sempre atenta às demandas, com atitude para enfrentar os problemas do dia a dia com equilíbrio e disciplina. “O segmento de construção
civil e imobiliário proporciona um leque de oportunidades. Meus planos, a médio e longo prazo, são aprender cada vez mais destes segmentos, me aperfeiçoar e galgar novos desafi os sempre”, almeja. Laís Cunha, por sua vez, se dedica a colocar o site no ar em breve, onde serão apresentados todos os trabalhos realizados com destaque para a GPL Incorporadora.

Rosângela considera que não existe uma receita única para o sucesso e que o que ela faz é estudar sempre, ouvir e estar sempre em contato com entidades co-irmãs do Secovi. “Contar com uma
equipe focada também é essencial para um evento ter sucesso. Todos os envolvidos no processo sabem o seu papel e todos os departamentos devem em função do sucesso geral”. Para Cynthia, que diz não acreditar em ameaças externas, o desafio verdadeiro é crescer sempre e superar os próprios limites. “A percepção de uma competitividade agressiva, não a tenho. Só perdemos posição quando agimos com arrogância, medo ou quando pressionados.

Bons relacionamentos, suavidade e verdade constroem patamares muito mais sólidos”, ensina.
Inclusive, ela considera que mercado competitivo traz o benefício do aprimoramento das competências. “Numa visão comparativa, é como a vida na savana: sem estratégia, muita
observação, resistência e bons músculos não se vai muito longe.”

Revista Marketing em Goiás, dezembro de 2011.

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