quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não fumar é a melhor alternativa para evitar doenças causadas pelo tabagismo na visão

Hábito de fumar pode levar os problemas visuais leves, como olho seco, até o surgimento da catarata, a maior causa de cegueira no mundo

Foi se o tempo em que fumar era símbolo de glamour e status. Hoje, sabe-se que o tabagismo causa diversas doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer e etc. Além disso, o hábito de fumar tem sido apontado como fator de risco para oftalmopatia grave (alteração dos hormônios da tireoide), glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade e pode levar à cegueira irreversível. “Existem ainda fortes evidências científicas do seu efeito danoso sobre a superfície ocular e filme lacrimal e ainda do efeito dose-dependente do fumo sobre as doenças oculares”, diz o oftalmologista Hudson Nakamura. “Catarata, a maior causa de cegueira no mundo, tem causas multifatoriais e seu mecanismo de formação é complexo. O hábito de fumar é mais um dos diversos fatores de risco”, alerta.
Hudson Nakamura diz ainda que o hábito de fumar é um dos fatores ambientais que afetam negativamente o nervo óptico, aumentando também o risco de glaucoma. “Há estudos que demonstraram haver um aumento de até 5 mmHg na pressão intra-ocular imediatamente após fumar”, relata.

DEGENERAÇÃO MACULAR
Quanto à degeneração macular relacionada à idade, uma alteração visual bastante comum, tem como fator de piora o tabagismo, causando uma evolução mais rápida das alterações degenerativas. Segundo ele, os danos atingem principalmente a retina, sobretudo em pacientes que já têm o diagnóstico de degeneração macular relacionada à idade e também suas complicações. Mas, continua ele, o cristalino, a úvea, a superfície ocular e outras partes também podem sofrer danos.

“Para o tratamento da degeneração macular relacionada a idade, é feita a fotocoagulação a laser, no caso de surgimento de membranas neovasculares subrretinianas, injeções intra-oculares de antiangiogênicos, e em casos avançados pode-se lançar mão dos auxílios ópticos para baixa visão, com uso de lupas e telelupas, etc, especialmente quando a visão central estiver comprometida”, enumera o médico. “O tratamento de outras alterações como catarata, glaucoma e olho seco devem ser tratados de acordo com o grau de evolução do problema, podendo ser indicada desde uma cirurgia de facoemulsificação para a catarata, num espectro, por exemplo, até colírios lubrificantes oculares, tão somente para casos leves de olho seco”, complementa.

Mas, de acordo com o oftalmologista, o melhor é mesmo prevenir, o que pode ser feito com uso de medicamentos que contenham a vitamina E, o selênio, e outros minerais. E, claro, se esforçando para abandonar o vício do fumo.

FUMANTES E NÃO- FUMANTES
Irritação, hiperemia e, eventualmente, lacrimejamento são as doenças mais comuns na superfície ocular. “Em fumantes usuários de lentes de contato, há maior risco de desenvolvimento de infiltrados de córnea, em comparação com os usuários não-fumantes”, ressalta.

Revista Oftalmologia em Goiás, outubro de 2011.

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