sexta-feira, 11 de março de 2011

Como evitar problemas ortopédicos na velhice

Controle remoto, elevador, internet, fast food e a comodidade dos carros e motos são "efeitos colaterais" da modernidade. Por um lado estas facilidades são ótimas, mas causam danos irreversíveis à saúde. O conforto que a vida moderna traz aos indivíduos deve ser nosso aliado e não inimigo. Mas como o desenvolvimento tecnológico tem prejudicado o ser humano? Por ser “facilitador” de quase tudo ele transformou indivíduos antes ativos em seres sedentários.

 Envelhecer com saúde tem sido um desafio para a medicina, pois atividades físicas como, por exemplo, as domésticas, foram extintas da rotina das pessoas. Cerca de 20 anos atrás as pessoas iam ao supermercado e a lojas a pé, varriam seus quintais, faziam café da manhã, almoço e jantar diariamente, subiam e desciam escadas, se levantavam para mudar o canal da TV, dentre outras tarefas substituídas pelos avanços da sociedade.

 Hoje está tudo ao alcance de um “click”, resultando em pessoas com as mais diversas doenças. O Brasil, que é considerado um país jovem, daqui 10 anos será a sexta nação do mundo a ter mais idosos, aproximadamente 17 milhões de pessoas. A expectativa de vida aumentou, mas não com qualidade, sendo esse um dos desafios da ortopedia geriátrica. “Essa sub-especialidade é uma proposta dentro da ortopedia que visa o cuidado específico e até multidisciplinar com a população em envelhecimento”, explica o ortopedista Lindomar Guimarães Oliveira.

Ele diz que as enfermidades que mais afetam a população da terceira idade são sarcopenia — perda degenerativa de massa e força nos músculos com o envelhecimento —, degeneração articular, artrose, osteoporose, além das tendinopatias como burcites, tendinites crônicas e as dores crônicas. Lindomar alerta para o cuidado específico necessário após fraturas em lugares que afetam a articulação, como punho e quadril. “Esses locais são mais suscetíveis a quebras quando o paciente cai ou até mesmo bate em algum lugar. Com pequenas medidas e simples mudanças em casa, os acidentes podem ser evitados”, afirma o ortopedista que faz menção ao projeto Casa Segura (veja no destaque), uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Para ele, a prática de exercícios físicos e uma boa alimentação são primordiais para se ter longevidade com qualidade. “Aumento de convívio e interação social; atividade física constante – sendo a melhor aquela que o indivíduo faz com prazer –; manutenção da musculatura, importante para a saúde óssea; e boa alimentação devem fazer para do dia-a-dia de todas as pessoas, não só dos idosos”, recomenda.



Casa segura

Os conceitos da casa segura foram desenvolvidos baseando-se prioritariamente nos trajetos, na luminosidade, na redução de esforços e cargas, na funcionalidade, na praticidade, na acessibilidade, na higiene, na acústica, na integração com outros cômodos, na ergonomia, na estética, no conforto e principalmente na parceria na adoção de certas medidas que comprovadamente reduzem os riscos de acidentes e traumas.

• Organize os móveis de maneira que você tenha um caminho livre para passar sem ter que ficar desviando excessivamente
• Mantenha as mesas de centro, porta revistas, descansos de pé e plantas fora da zona de tráfego
• Instale interruptores de luz na entrada das dependências de maneira que você não tenha que andar no escuro até que consiga ligar a luz. Interruptores que brilham no escuro podem servir de auxílio
• Ande somente em corredores, escadas e salas bem iluminadas
• Não acumule ou deixe caixas próximas do caminho da porta ou do corredor;
deixe sempre o caminho livre de obstáculos
• Mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito, mas nunca debaixo de tapetes
• Não deixe extensões cruzarem o caminho; reorganize a distribuição dos móveis
• Coloque nas áreas livres tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte de baixo não deslizante
• Não sente em uma cadeira ou sofá baixo, porque o grau de dificuldade exigido para se levantar é maior. Os sofás devem ser confortáveis e com braços
• Conserte imediatamente as áreas em que o carpete está desgastado
• Remova os tapetes que promovem escorregões
• Limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenham sido derrubados no chão
• Armazene a comida, a louça e demais acessórios culinários em locais de fácil alcance
• As estantes devem estar bem presas à parede e ao chão para permitir o apoio do idoso quando necessário
• Não suba em cadeiras ou caixas para alcançar os armários que estão no alto
• No piso, utilize ceras que após a aplicação não deixem seu piso escorregadio
• A bancada da pia deve ter de 80 a 90 cm do chão para permitir uma posição mais confortável ao se trabalhar
• Mantenha uma lanterna guardada em algum lugar próximo em caso de apagão
• Coloque um tapete anti-derrapante ao lado da banheira ou do box do banheiro para sua segurança na entrada e saída
• Instale na parede da banheira ou do box um suporte para sabonete líquido
• Instale barras de apoio nas paredes do seu banheiro
• Duchas móveis são mais adequadas
• Mantenha algum tipo de iluminação durante a noite
• Use dentro da banheira ou no chão do box tiras anti-derrapantes
• Substitua as paredes de vidro do box por um material não deslizante
• Ao tomar banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 cm, caso não consiga se abaixar até o chão ou se sinta instável
Fonte: casasegura.arq.br/a_casa.php

Revista Ortopedia em Goiás, março de 2011

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