quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Descentralização administrativa e combate à dengue são as prioridades, diz secretário


O médico Antônio Faleiros Filho assume pela segunda vez a Secretaria da Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) a convite do governador Marconi Perillo. Antônio Faleiros já esteve à frente de vários órgãos públicos do Estado e da União, foi deputado estadual e federal, suplente de deputado federal e de senador e presidente do Partido Social e Democrata Brasileiro (PSDB) por cinco mandatos. Foi ainda secretário de Medicina Social do extinto Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (Inamps). Eleito deputado estadual, foi convidado pelo ex-governador Henrique Santillo, em 1987, a coordenar, pela primeira vez, a SES-GO, cargo que exerceu até 1990. Confira a entrevista onde ele faz uma análise da atual situação da SES-GO e fala sobre os projetos para 2011.

Saúde em Goiás
Se olharmos a parte epidemiológica, temos gravíssimos problemas, um deles é a própria dengue. Tivemos 112 mil casos de dengue com 83 óbitos no ano passado. Em termos administrativos, evidentemente que há uma desestruturação administrativa total, não por culpa da ex-secretária (Irani Ribeiro de Moura), ela foi até vítima do processo. A culpa foi da centralização feita na Secretaria da Fazenda. Mas eu não gosto de chorar sobre o leite derramado, temos que tocar para a frente.

Combate à dengue
Faremos um grande projeto de combate à dengue, aproveitando a oportunidade de que houve um arrefecimento no número de casos, e inclusive a política do Ministério da Saúde. Nós criaremos uma série de incentivos para as pessoas se engajarem com mais determinação. Estamos fazendo alguns decretos para sugerir ao governador criar responsáveis em todo as unidades do estado, e colocar como responsável uma espécie de síndico dengueiro. Uma pessoa poderá ser responsabilizada se tiver foco do mosquito ou premiada se conseguir evitar que ocorra qualquer tipo de foco. Faremos mobilizações em todas as regionais de saúde, envolvendo prefeitos, a sociedade organizada, vereadores, secretários municipais de saúde, para tentarmos minorar ou quem sabe a até debelar a dengue no nosso estado.

Descentralização administrativa
Estamos elaborando um projeto de reorganização, descentralização e modernização administrativa da saúde. Faremos o contrário do que estava sendo feito. A administração só funciona de maneira descentralizada. Não adianta querer inventar a roda.

Complexo regulador
Criaremos um complexo regulador, que acreditamos ser extremamente importante em todo estado. Em Goiânia já existe um complexo montado pelo município e nós queremos criar em todo o estado para poder justamente não deixar que haja desperdício de recurso, transferência de pacientes e até a ocorrência de óbitos por causa da distância que a pessoa percorre sem ter marcado previamente. Quando chega não é atendido e vai a óbito por falta de um complexo regulador eficiente. Nós colocaremos em prática e incrementaremos para fazer que isso de fato funcione.

Recuperação de dependentes químicos
Estamos desenvolvendo inclusive um estudo para criação do Credeq, que é uma política de saúde para os dependentes químicos que nós queremos ver funcionando o mais rapidamente possível. Nós temos diagnosticados quase 400 pessoas que precisam de internação em Goiás e que não têm para onde ir e não têm perspectiva, não têm a oportunidade de fazer pelo menos uma tentativa de deixar a dependência química.

Construção de hospitais
Estamos fazendo ainda duas parcerias para ver se conseguimos construir o Hospital da Mulher e o Hospital da Região Noroeste. Logo vamos lançar a licitação e estaremos anunciando o início das obras.

Recursos
Todos os projetos precisam de parceria. É como a parceria que estamos fazendo com o Ministério da Saúde em relação ao combate à dengue. Com o Credeq é da mesma forma, teremos linhas de crédito do Ministério e recursos do Estado. Já com os hospitais, vamos fazer PPP (Parceria Público-Privada), e já estão em andamento. Sobre os projetos menores, não envolvem recursos, já é o percentual de aplicação do Ministério da Saúde, do Estado e dos municípios.

Jornal da Associação Médica, fevereiro de 2011

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