Tarion Araújo da Motta, fundador da TTA em 1992, já fez de tudo na propaganda. E, por isso, conhece tudo e mais um pouco. Antenado, contestador, irreverente, é uma das figuras mais bem acabadas do típico publicitário vitoroso. “O publicitário tem que ter como foco o resultado do cliente. A filosofia e o diferencial da nossa agência é que, apesar de conhecermos bem de planejamento, o foco da TTA é o criativo”, considera. “Uma grande ideia é capaz de falar ao coração do consumidor. A criatividade é o grande trunfo”, completa.
Para ele, a atenção excessiva à gestão e planejamento, movimento iniciado na década de 90 dentro de grandes agências, era apontado pelo projeto Inter-Meios como sendo um desejo dos anunciantes em relação ao foco dos serviços oferecidos por suas agências. Conforme noticiado à época, dados apontavam como indispensável a priorização do planejamento sobre a criação. Isso, segundo o entrevistado, fragilizou o mercado publicitário brasileiro. “As agências passaram um período difícil e, acredito, por esse erro estratégico, muitas ficaram vulneráveis diante do que viria. Começou-se a investir muito em planejamento, que é importante, mas o setor criativo foi deixado de lado”.
Esse fato, aliado à globalização, fez com que várias agências fossem vendidas para grupos europeus abaixo do valor de mercado, acredita Tarion. Isso ocorreu, em grande parte, porque uma nova geração de publicitários formados, muitos dos quais com forte relacionamento social, inclusive com anunciantes, tiveram vez e voz. Profissionais que não tinham talento para criação, mas eram eficientes na área de planejamento, passaram a definir os rumos da publicidade.
Agora, defende Tarion, há um retorno à busca da criatividade e o mercado publicitário volta a depender dos talentos raros na criação. “O cliente quer criatividade. É o mesmo que acontece na Argentina, com uma juventude altamente criativa, que utiliza a linguagem do cinema e produz peças maravilhosas, inclusive internacionais. O Brasil está no mesmo caminho. Sofremos um desvio com a atenção excessiva com o planejamento estratégico, mas os publicitários estão se voltando para a criação”, analisa.
Tarion conta que a TTA apresenta soluções criativas para seus clientes baseadas na assertiva de que conceito é tudo. Ele cita como exemplo uma campanha desenvolvida para a Auto Shopping, revendedora de veículos, que estava com dificuldade para acertar a estratégia de vendas. “Assumimos a conta e imediatamente vimos que o problema estava no conceito. A principal preocupação quando se adquire um usado é a confiabilidade. Como o Auto Shopping investiu na garantia de origem por meio de uma parceria com uma multinacional, apresentando um prontuário do passado dos veículos, mostramos no comercial a tranquilidade em se comprar um semi-novo. O resultado foi impressionante”. A empresa tem ainda em sua carteira de clientes a Água Nativa, Óticas Brasil, Laticínio Valeza, Termoeste Engenharia, JL Interiores, RV Engenharia, e German Interiores.
Antes de fundar a TTA, Tarion Motta já havia recebido várias prêmios, incluindo o Colunista da Revista Propaganda. Mas, ao longo desses 18 anos, a agência coleciona diversos títulos, sendo premiada em quase todas as edições do Prêmio Jaime Câmara. Por duas vezes, foi a Agência do Ano e seis de seus clientes foram Anunciantes do Ano.
Revista Marketing em Goiás
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